As novas lutas da UFPE


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Anísio Brasileiro

As políticas de inclusão adotadas pelo Brasil ampliaram a participação nas Instituições Federais de Ensino de setores da população para os quais a universidade foi distante ou mesmo inacessível no passado. Essas políticas tiveram impacto positivo na diversidade de pessoas e grupos sociais que hoje enriquecem a UFPE. Para acolher esses novos atores, a nossa universidade criou estruturas de atendimento específicas ­ tais como a Pró­Reitoria para Assuntos Estudantis ­ para cuidar da assistência e da vida dos nossos estudantes em situação de vulnerabilidade nos três campi ­ e a Diretoria LGBT ­ para promover o acolhimento, a inserção e a permanência da comunidade LGBT da UFPE.

Há, sem dúvida, ainda muito a ser conquistado. Nesse sentido, a UFPE também está comprometida no combate a todas as formas de violência contra mulheres buscando enfrentar as práticas sociais que naturalizam o estupro e outras formas de violência, que culpabilizam as vítimas para proteger os agressores. Não é possível admitir passivamente que tais comportamentos tornem­se comuns e muito menos aceitos. É importante prevenir e coibir abusos físicos ou verbais a qualquer grupo social, mas, principalmente, aos grupos mais vulneráveis: mulheres, homossexuais, travestis, transexuais, transgêneros, negros, estrangeiros, que são atingidos, ainda que de forma velada, por situações de violência.

Ações preventivas estão em andamento para consolidar tal compromisso: reforço da iluminação dos campi, qualificação dos serviços de segurança institucional, elaboração de políticas e campanhas para envolver a comunidade universitária são exemplos a destacar. Ao mesmo tempo, a UFPE estabeleceu um processo de escuta dos diversos segmentos da comunidade para a construção de um programa de ações protetivas visando acolhimento e suporte às vítimas de agressão. Hoje contamos com a Ouvidoria, a Diretoria LGBT, a Comissão de Ética do Servidor, o Espaço de Diálogo e Reparação, o Serviço de Psicologia Aplicada e o Núcleo de Atenção à Saúde dos Estudantes. Sabemos que os esforços para a redução das desigualdades têm o reconhecimento da sociedade. Cabe lutar para que indivíduos ou grupos da comunidade universitária respeitem e dialoguem com essa realidade social na qual homens e mulheres ­ independente de cor, classe social, etnia, orientação sexual e credo ­ tenham garantidos seus direitos e oportunidades.

Anísio Brasileiro é reitor da UFPE

* Artigo publicado no Jornal do Commercio em 12 de julho de 2016


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