LEPEC CRIA SUA IDENTIDADE VISUAL |
SENTIDOS DA LOGOMARCA LEPEC
A logomarca define as singularidades e diferenças do espaço agrário, pois, sua construção conjunta representa a coletividade do grupo, sua conexão. Dar corporeidade para essa alma que ainda se encontrava sem identidade visual. Estas formas, conteúdos e cores significam a multiplicidade e diversidade de pensamentos, concepções de mundo, em áreas de atuação, em situação de luta. As veias, artérias pulsantes e dinamizadoras da vida mais também a força motora das investidas desses sujeitos múltiplos que se unem por uma causa comum de atuação e luta. Lepec em movimento que estuda agregação e desagregação. A cor da terra traz em si outras cores que sinalizam causas e efeitos da sua disputa. Uma sobreposição de peças, formas sem encaixe preciso parece nos mostrar conflitos latentes. Heterogeneidade do espaço agrário brasileiro. Cada cor representa um modo de vida, uma atividade ou ambiente. Temos uma centralidade da cor vermelha, inferindo-se que seja a resistência e o fluxo com veias e artérias. É o sangue dos mártires nas veias dos que ficam nos territórios! Representa a juventude e a força da permanência na luta e a luta que nos une. Também traduz os sujeitos que lutam pela reprodução da vida com seu suor e trabalho, sobretudo, carregados de sensibilidade, subjetividade e místicas. O verde pode ser uma área de reserva de floresta, um assentamento ou qualquer outra categoria de ocupação da terra. São as matas e a natureza como um aspecto da resistência, e a tonalidade da cor verde identifica o território camponês na produção de cultivos de esperança que alimenta a todos; Já o roxo aponta o debate necessário da alteridade, da igualdade entre gêneros e do respeito à diversidade; transmite a idéia de um território místico que é horizonte de sentidos e que nos inspira na/da luta. O marrom como pano de fundo é a terra e o solo donde produzimos os bens da vida. Está conectado com o Cosmos do ser-estar-fazer. É um coração? Compreender o planeta terra num formato de um coração. Ao fundo e na aparência é um coração que tem uma relação forte com o fazer, com a afetividade das relações sociais com o território, dos entremeios e interligações. Ao final é um território só, embora estejam fragmentados. São na verdade territórios diferentes que interagem e convivem, mas também com vários conflitos entre si. Nossa opção teórico-raizal e, portanto, política na produção da vida e do conhecimento busca efetivamente o serviço aos povos, as vidas e aos territórios. Sim, temos coração! Em dias de ódios e violências fortuitos, optamos por este caminho. E o desenho visto de longe lembra um coração. Coração pulsante na mãe e mão terra. Órgão que representa o coletivo formado pelo sentimento de pessoas dispostas a irrigar todos os espaços possíveis com a vida. Com a imaginação livre pode até representar prédios ou significar o espaço urbano. Mas não é! Trata-se de uma sobreposição de territórios e, conseqüentemente, de conflitos e r-existência de uma diversidade de sujeitos. Sobreposição conflituosa, complexa e diversa de distintas relações de poder. Onde estão postas determinações estruturais repercutidas de distintas maneiras. Traz visualmente a complexidade dos territórios de vida, compostos por elementos concretos e simbólicos, e perpassados por conflitos, resistências, lutas, irmandades e encontro. Recife, julho de 2017.
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