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Festas, Rituais e Mitologia

Os Kambiwá, segundo contam os mais velhos se orientam através dos sinais da natureza. Um exemplo é que “O canto dos pássaros orientam o Tempo das coisas”: “...de dia tem galinha, cabeça-vermelha, maria e joão de barro e griguilim. Às 18 horas, nambu e coã, já à noite a mãe-da-lua, rasga-mortalha, bacurau e coruja. As cigarras cantam quando está próximo das festas; Rasga-mortalha quando canta é anunciando alguma morte (Caderno do Tempo, 2006); Arara anuncia a época do milho, louro e papagaio é época de fertilização.

O ritual é feito de quinze em quinze dias aos sábados no terreiro da aldeia Baixa da Alexandra ou na retomada. Os Kambiwá assim como os Pankararu vivenciam o ritual do praiá, antes junto com os Pankararu e hoje sempre no período de lua cheia. Nesse caso há um particular, pois os rituais dos praiás realizados no mês de agosto é para pagar promessas. Somente homens adultos participam desse ritual os outros observam.

Locais sagrados no território do povo: Monte do Cabaço, Serra do periquito, o Americano, Serrtote dos três irmãos, Serra da Arara, Serra Grande e a Serra Negra. Este último lugar onde praticam o Ouricuri. Segundo os mais velhos a Serra Negra para os Kambiwá é o “Cobertor Sagrado”.

Algumas Narrativas Kambiwá:

1. A lenda do Caldeirão – Caldeirão é um terreiro da aldeia Nazário construído por uma visão que um índio Vicente Gomes teve de fazer um terreiro rital naquela localidade, as pedras são caldeirões.

2. A

História do Velho Pajé – A história de um pajé muito queirdo chamado Lorrencinho, considerado um homem muito sábio que recebia avisos do além quando alguma coisa de ruim estava para acontecer.

3. O papagaio encantado – habita num local sagrado chamado pau Ferro é encantado e seu canto encanta a todos. Os Kambiwá tem vários toantes que remete a essa narrativa.

4. A

índia Alexandra – Fala-se de um índia que tinha esse nome e que foi assassinada pelos invasores da terra (coronéis)

5 O Serrote dos Cabaços – Timóteo era um índio que tinha costume de cortar jurema para fazer carvão e um tipo de bebida e apesar de todos afirmarem que era errado o seuato ele continuava a devastar a mata. Um dia seu machado sumiu, desde então ele entendeu que o serrote havia se encantado e não mais desobedeceu

Calendário Kambiwá

02 de fevereiro Padroeira do Tear (nossa Sra da Saúde)
02 de abril Aniversário de morte de um importante Kambiwá Vicente Gomes
Maio Novenas dedicadas a mãe de Jesus em todas as aldeias
16 de agosto Aniversário de morte do guerreiro Pedro Ferreira de Queiroz
20 de setembro Aniversário da retomada Kambiwá (2000)
Outubro Novenas de São Francisco e de Nossa Sra. Aparecida; romaria ao Juazeiro do PE. Cícero
04 Dezembro Santa Bábara – padroeira da aldeia Pereiros

Os Kambiwá têm no artesanato uma fonte de renda. São artefatos de caroá, palha do Ouricuri, sementes, Jurema, árvore sagrada da região do semi-árido, feita com pedaços do tronco distribuídos em pequenas cuias aos participantes.

Referências Bibliográficas

BARBOSA, Walace de Deus (2001). Um embate de ´culturas`: uma análise de processos políticos e estratégias sócio-culturais na construção das identidades Kambiwá e Pipipã. Tese (doutorado). PPGAS / Universidade Federal do Rio de Janeiro. CCLF, Caderno do Tempo. II Edição, 2006. I Edição Olinda – 2002 e II Edição _ Belo Horizonte – 2006

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