topo pipipa

Organização

Para os Pipipã, o Pajé é a principal liderança sem carecer necessariamente do cacique. Apesar disso, a organização social dos Pipipã, segue o modelo imposto pela Agência oficial do Estado, desde a década de 1920, estruturada a partir das funções que são desempenhadas pelos indígenas no interior de sua comunidade, assim classificadas: o cacique que tem uma função político-administrativa junto ao povo; o Pajé, profundo conhecedor dos costumes do povo, atua nos processos de mobilização, articulação, organização e das expressões da tradição, da cura e dos rituais dos Pipipã, através dos poderes políticos e do poder da tradição de que é investido. Junto às estas duas lideranças atua o Conselho Tribal, formado por representantes das aldeias; um Conselho de Saúde e a Associação comunitária: Pau Ferro Grande dos Índios (ARCANJO, 2003). O Conselho Tribal, como na maioria dos povos indígenas no Nordeste, é composto por lideranças eleitas de cada aldeia. 

organizacao
Foto 3 - Manoel Pereira, Expedito Roseno e José Joaquim
do Nascimento. Lideranças em reunião na aldeia Travessão
do Ouro 04.08.2001

O Conselho de Saúde, instituído a partir da intervenção da Funasa (Fundação Nacional da Saúde), tem o papel de articular reuniões junto à comunidade, para verificar as demandas e assim buscar soluções junto ao órgão público responsável pelos serviços de saúde entre os povos indígenas.

A associação comunitária é constituída por um presidente e vice, um tesoureiro e vice, seis fiscais e os sócios, ela têm o papel de atuar junto à comunidade e escolas buscando e realizando projetos para a melhoria da comunidade em geral.

Na área da educação, tem uma liderança que representa o povo na Comissão de Professores indígenas de Pernambuco (COPIPE).

Patrícia Fortes 
Graduada em Educação Física pela UPE/Esef e mestranda em Educação pela UFRN na linha Práticas pedagógicas e Currículo.

Pesquisadora nas áreas de Educação escolar indígena e Educação Física escolar. Integrante do grupo de Estudos
Etnográficos em Educação Física e Esporte (Ethnós/UPE).

Jozelito Arcanjo 
Mestre em Antropologia pelo Programa de Pós-graduação em Antropologia da UFPE

Fotos Jozelito Arcanjo

Foto 1. - Vista panorâmica da Aldeia Faveleira, ao fundo o cume da Serra Negra. 
Foto 2 - Pau Ferro Grande. 
Foto 3 - Manoel Pereira, Expedito Roseno e José Joaquim do Nascimento. Lideranças em reunião na aldeia Travessão do Ouro 04.08.2001 
Foto 6 - Abastecimento de água na Faveleir

Citar o autor(a) e o Núcleo de Estudos e Pesquisa Sobre Etnicidade/ NEPE para a reprodução de textos e fotos do site

Referência Bibliográfica

ARCANJO, J. A. Toré e identidade étnica: os pipipã de kambixuru (índios da Serra Negra). 2003. 162 f. il. Dissertação (mestrado) - Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003.

BARBOSA. W. D. O Toré (e o Praiá) entre os kambiwá e os Pipipã: performances, improvisações e disputas culturais. In: Toré: regime encantado do índio do Nordeste. Recife: Massangana, 2005.

_____________. Pedra do Encanto: dilemas culturais e disputas políticas entre os Kambiwá e os Pipipã. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria/Lacede, 2003.(Territórios Sociais nº 10) 216 p. 

Comissão de Professores indígenas de Pernambuco. Caderno do Tempo. 2 ed. Olinda, 2006. 

TOMÁZ, Alzeni et all. Povos indígenas do Nordeste impactados com a transposição do rio São Francisco. APOINME, AATR, NECTAS/UNEB, CPP e CIMI, s/d (Relatório de denúncia).

marcas