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Saúde/Educação

A Educação escolar entre os povos indígenas se constituiu, em sua gênese, um elemento através do qual as populações indígenas foram gravemente violentadas pelos colonizadores europeus. Nessa trajetória, a escola foi um espaço de negação de seus direitos, saberes, línguas e tradições, um lugar de imposição da cultura colonizadora,instrumento de etnocídio e genocídio. Durante vários séculos, a escola “para índios” teve a função de colaborar na assimilação e integração dos povos indígenas à sociedade nacional.

Com a promulgação da Constituição de 1988 se inaugura uma nova conjuntura, pois a mesma assegura aos povos indígenas alguns direitos, entre eles o direito a uma Educação escolar diferenciada. É também a partir daí que se consolida entre os povos indígenas outra luta: a efetivação de políticas públicas que garantam a consolidação destes direitos.

É nesse cenário que situamos os desafios e reivindicações do povo Pipipã no âmbito da educação escolar, os quais coincidem, em boa parte, às reivindicações dos demais povos indígenas em PE. São eles: a situação contratual dos professores indígenas, que há anos vem sendo feita através de contratos temporários, sendo necessária e urgente a criação da categoria professor indígena; o reconhecimento das práticas pedagógicas e gestão escolar, assim como do currículo e Projeto político pedagógico dos povos; o estabelecimento ou implementação de normas e ordenamentos jurídicos que garantam a efetivação das escolas indígenas, enquanto escolas diferenciadas e específicas.

Além das demandas no âmbito da Educação escolar, o povo Pipipã enfrenta sérios desafios no que se refere à Saúde. Isso porque os serviços de saúde ainda são muito precários, pois faltam médicos especialistas e transportes para encaminhar pacientes  em situações de emergência. Estes transportes são necessários devido à distância do território Pipipã – município de Floresta - até outros municípios (Serra talhada, Ibimirim, Arcoverde, Petrolândia e Recife) onde estão localizados os pólos de saúde de referência.

Portanto, mesmo com a criação da Secretaria Especial de Assistência e Saúde indígena em 2010, órgão que agora ocupa a função antes desempenhada pela Funasa, a Saúde no contexto Pipipã ainda precisa passar por maiores mudanças.  O povo também enfrenta sérias dificuldades na aquisição de medicamentos, na marcação de consultas e exames (de média e alta complexidade) que são realizados nos pólos de referência, pois o serviço de marcação é feito pelo pólo de saúde da comunidade e na maioria das vezes é um atendimento demorado. Quanto aos conselhos de saúde, o povo ainda se queixa de sua pouca eficácia junto ao povo. Fato que ocorre devido ao modo como foram criados - pela Funasa – como também do modo como são geridos, não sendo muitas vezes reconhecida e respeitada as dinâmicas culturais internas do povo.

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Foto 6 - Abastecimento de água na Faveleira

Outro problema que tem atingido o povo Pipipã é a falta de água adequada para consumo. Por estarem localizados no semi-árido nordestino tem que conviver com a irregularidade das chuvas. Todavia, as formas encontradas para o armazenamento de água nem sempre são suficientes e não garantem água adequada para o consumo de todos. Em decorrência disso,  a comunidade - principalmente as crianças – é atingida por doenças o que gera sérios riscos à saúde de todos.

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