Academia de Artes e Letras de Pernambuco

PDF Imprimir E-mail

Pág.5

15052016 - Folha PE - Opinião - Pág.5

Academia de Artes e Letras de Pernambuco

REINALDO DE OLIVEIRA*

Na próxima sexta-feira, dia 17, a Academia de Artes e Letras de Pernambuco estará completando 40 anos de atividades ininterruptas. Ela foi criada, em 1976, pelo médico Ferreyra dos Santos, idealista, escritor, poeta de alta linhagem e, até ator, tendo participado da montagem da segunda peça do Teatro de Amadores de Pernambuco, ‘Primerose’, de Robert de Flers, direção de Valdemar de Oliveira, em 1941. Ele era muito amigo de meu pai, ambos intelectualizados, numa época em que isso honrava cada um. Ferreyra era professor da Faculdade de Odontologia, no tempo em que funcionava no mesmo prédio da Faculdade de Medicina, no Derby. A aproximação entre ambos se dera pelo viés das artes teatrais, literárias, musicais. Ferreyra foi autor da letra da Valsa Verde, composta por Capiba, para ser tocada na formatura dos médicos de 1934, na Festa da Esmeralda, sucesso, até hoje, lembrado. Com o espírito inquieto Ferreyra dos Santos fundou a ACADEMIA DE ARTES E LETRAS DE PERNAMBUCO, em 17 de junho daquele ano, que se reunia Igreja Conceição dos Militares, na Rua Nova. Tive a honra de ser convidado para compor o seu quadro de acadêmicos. Nas primeiras reuniões fiz amizade com pessoas que nunca se desligaram de minha vida. Tantos já se foram deixando seus exemplos que os nossos convívios fixaram em mim. Nicolino Limonji, José Octávio Cavalcanti, José Nivaldo Barbosa, Major Luiz Duarte, Jarbas Maranhão, Fernando Figueira, Albérico Câmara, Walter Rosa Borges, Mozart Bezerra, Everaldo Moreira Veras, Jamesson Ferreira Lima, Perseu Castro de Lemos, deles restando Walter, meu primo a quem se haveriamde juntar os atuais componentes. Tomei posse na cadeira do patrono Manoel Augusto dos Santos, Professor de piano, baiano e que ensinara minha mãe e a cidade do Recife a tocar o instrumento que não faltava nas boas residências recifenses. Fiz-lhe o panegírico para lê-lo, em sessão solene, na presença de minha mãe, Diná, já viúva, a quem depois saudei quando escolhida como acadêmica emérita. Ferreyra foi tão amigo de meu pai que, ambos, mantinham consultório médico, na mesma sala, por sobre a Drogaria Fernandes na Rua Nova .

Ferreyra dos Santos era um espírito irrequieto. Não descansou enquanto não partiu para a formação da Sociedade Brasileira de Escritores Médicos, que tinha esse nome, à época. Ele e meu pai foram seus primeiros presidentes. Tenho a honra de pertencer a ambas as entidades. Há 40 anos sou fiel a elas.

Depois de amanhã, às 17 horas, no prédio do Memorial da Medicina, antiga Faculdade, que nos acolhe há décadas, o seu atual Presidente, o músico, compositor e escritor, Moisés da Paixão, receberá aos convidados para a Cerimônia Comemorativa do Quadragésimo aniversário da Academia, na qual a Acadêmica Maria Teresa Netto de Magalhães Melo, será agraciada com o título de “Presidente Emérita’ pelos relevantes serviços prestados à entidade. A presidência de Moisés da Paixão é uma certeza da continuidade produtiva da Academia pela competência e pelo entusiasmo com que se dedica a ela.

* MEMBRO DA ACADEMIA PERNAMBUCANA DE LETRAS E DOS CONSELHOS DE CULTURA DO ESTADO E DO MUNICÍPIO.