HC realiza gastrostomias em crianças com Síndrome Congênita do Zika

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04/04/2017

O Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) realiza no próximo sábado procedimentos para implantar de forma endoscópica dispositivos de gastrostomia em crianças. Os cinco pacientes com microcefalia provocada pela Síndrome Congênita do Zika Vírus, têm pouco mais de um ano de idade e que são acompanhados no Ambulatório de Disfagia (dificuldade alimentar) do Serviço de Gastropediatria e estavam na lista de espera do setor de endoscopia.

O procedimento será realizado por meio de uma nova técnica. A gastrostomia consite na instalação de um dispositivo que atravessa a parede abdominal e se localiza dentro do estômago, que pode ser feito por via cirúrgica ou endoscópica, sendo a segunda mais rápida e segura para o paciente. A gastrostomia é uma via alternativa de alimentação, por meio da qual podem ser administradas dietas específicas para a nutrição de pacientes que não podem ser alimentados pela boca. Geralmente, aplica-se a pessoas com problemas neurológicos.

“Rotineiramente, a gastrostomia é realizada pela equipe de endoscopia em dois momentos: um para a colocação da sonda e outro para o botton. Pela nova técnica, tudo é feito no mesmo momento, o que diminui o desconforto para o paciente, que não precisa se submeter a um novo procedimento”, explica a gastropediatra Kátia Brandt. “O botton é um dispositivo mais duradouro que a sonda de gastrostomia e interfere menos nas funções do paciente”, completa.

O HC é referência em Pernambuco em assistência multidisciplinar de disfagia em crianças, fazendo o acompanhamento de pacientes com microcefalia, paralisia cerebral e outros problemas neurológicos. Essa assistência multidisciplinar é resultado da colaboração entre o hospital e a Secretaria Estadual de Saúde. Fazem parte da equipe os médicos da endoscopia Eduardo Siqueira e Julia Araújo, as gastropediatras Kátia Brandt, Margarida Antunes e Mara Alves, a fonoaudióloga Danielle Oliveira e a nutricionista Isis Suruagy. “Hoje, temos cerca de 20 crianças à espera desse procedimento. Com a ação, vamos diminuir a fila de espera e zerar a lista de pacientes com microcefalia”, informa Kátia Brandt. Em média, são realizadas duas gastrostomias por mês no HC.

 

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