Lucila Nogueira é homenageada por alunos da UFPE

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16/11/2017

 

Há cerca de dois anos um grupo de alunos do departamento de Letras da UFPE foi prestigiado como sendo a primeira turma da disciplina Literatura Pernambucana ministrada pela professora Lucila Nogueira. A docente, também poetisa, faleceu em dezembro do ano passado e vai ser homenageada nesta quinta (16), a partir das 19h30, no auditório Evaldo Coutinho, no Centre de Artes e Comunicação da UFPE com um lançamento literário.

Sob a coordenação do professor Alexandre Maia, os alunos reuniram textos que escreveram ao longo da disciplina com Lucila e estão publicando o livro Literatura Pernambucana - Uma Disciplina Necessária. Antônio Pedro de Figueiredo, Carneiro Vilela, Deborah Brennand, Everardo Norões, Michelliny Verunschk e Miró da Muribeca são alguns dos poetas escolhidos pelo corpo discente em seus trabalhos. Outra festividade está prevista para a próxima segunda (20) para celebrar a vida e obra de Lucila, desta vez na Academia Pernambucana de Letras, APL.

Vida e obra

A autora nasceu no Rio de Janeiro em 1950. De origem lusogalega, viveu a maior parte da vida no Recife. Seu primeiro livro,Almenara, foi lançado em 1979. A partir daí, ela não deixou mais de publicar poesia, com mais de vinte livros lançados ao longo de sua trajetória: Almenara (1979), Peito Aberto (1983), Quasar (1987), A Dama de Alicante (1990), Livro do Desencanto (1991), Ainadamar (1996), Ilaiana (1997), Zinganares (1998), Imilce (1999), Amaya (2001), A Quarta Forma do Delírio (2002), Refletores (2002), Bastidores (2002), Desespero Blue (2003), Estocolmo (2004), Mar Camoniano (2005), Saudade de Inês de Castro (2005), Poesia em Medellin (2006), Poesia em Caracas (2007), Poesia em Cuba (2007), Tabasco (2009), Casta Maladiva (2009), Mas Não Demores Tanto (2011) e Poesia em Houston (2013). Também editou um volume com seus contos: Guia Para os Perplexos em Amaya (2001).

Sua obra poética – especificamente os livros Ilaiana, Imilce, Amaya, A Quarta Forma do Delírio e Estocolmo –, foi descrita pelo pesquisador e crítico André Cervinskis no artigo Poesia e Mito em Lucila Nogueira como uma “enunciação míticofeminista”. Segundo ele, nessas obras, a autora tem como o condutor a “busca da origem étnica e artística (...) através das gurações femininas alegóricas de que se utiliza na formação de vozes
ancestrais e contemporâneas a delinear a condição da mulher em várias épocas em confronto com o arquétipo feminino vital matriarcal de diversas culturas, na busca obsessiva de uma geografia mítica de si mesma”.

 

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