Estudantes pernambucanos participam de desafio da UNICEF e do Consulado Britânico e conquistam o 1º lugar

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28/09/2021

Quem não gosta de um bom desafio? Para alguns, os obstáculos podem ser difíceis de ultrapassar e, por vezes, desistir parece ser a melhor saída. Para outros, pode ser um estímulo para conseguir aprender e, quem sabe, modificar/transformar a vida de alguém.

Esse foi o grande desafio enfrentado por um grupo de alunos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que conseguiu ganhar o primeiro lugar em um evento organizado pelo Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), e pelo Consulado Britânico (British Council Challenge), criando um projeto em dois dias.

A conferência, realizada on-line, ocorreu nos dias 6, 7, 8 e 9 de setembro, reunindo empresas juniores (EJs) de todo o planeta. Desses quatro dias de evento, à parte, houve o Desafio "O Unicef X British Council Challenge", um projeto com dois dias de duração. O tema desenvolvido foi “Educação e Integração de Refugiados e Crianças em Busca de Asilo” e as empresas precisavam propor alguma solução para combater a problemática.

O objetivo foi lançar uma problemática e as equipes de várias EJs do mundo trabalharam para criar a ideia de solução mais completa para o desafio. No fim, a decisão coube ao júri do evento, que era composto por pessoas das organizações relacionadas ao desafio. Os estudantes precisaram enfrentar um grande desafio para poder desenvolver uma solução em pouco menos de 48h.

O grupo era composto por estudantes do Centro de Informática (Cin) da UFPE, que representaram sua empresa, o CITi, a terceira empresa júnior de Pernambuco a ser criada e a primeira de tecnologia da informação do estado.

Arthur Brito, Brenda Bezerra, Jonas Silva, Juliana Serafim e Sofia Melo são os nomes das mentes que superaram obstáculos para trazer o título de primeiro lugar do 'Unicef X British Council Challenge' para o nosso estado. Um orgulho danado, né não?

“Uma das maiores dificuldades que enfrentamos foi em relação ao tempo de entrega da proposta do desafio, pois tivemos menos de 48h para entregar uma solução que fosse mensurável e escalável. Em paralelo, tivemos que participar de um evento de networking e workshops, que fizeram parte do evento. Então corremos para entregar uma boa solução”, explicou Jonas Silva, membro da equipe e designer de produto.

Porém, para além das barreiras culturais e da comunicação, o projeto se preocupa com o bem-estar e autoestima desses alunos. É perceptível que há barreiras entre adolescentes imigrantes acerca da realidade brasileira e o projeto do CITi pretende derrubá-las.

Cerca de 30 milhões de crianças precisam deixar seus países por causa de conflitos bélicos e violência, tornando-se refugiadas. Por causa disso, muitas perdem (ou passam algum tempo sem ter acesso a) um direito humano fundamental: o direito à educação. Está previsto no artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos que "todos têm direito à educação". E é exatamente isso que o grupo da ClTi propõe.

O projeto dos estudantes concentrou-se, principalmente, no contexto de adolescentes refugiados que chegam até um certo nível escolar sem uma base linguística adequada para acompanharem o conteúdo educacional no país novo, dificultando a inserção ideal deles na sociedade e no mercado de trabalho.

A solução desenvolvida envolveu a criação de um programa de acompanhamento conduzido por universitários voluntários e um mediador virtual (aplicativo) para adolescentes deste perfil nas escolas.

O app, que seria híbrido, podendo funcionar também offline, forneceria suporte linguístico e cultural regular, enquanto os voluntários se baseariam nas necessidades dos adolescentes expostas através de dados da plataforma para executar ações educacionais direcionadas, minimizando as barreiras adaptativas dos jovens no novo lar. Os voluntários se concentrariam em atuar como mediadores do aprendizado. Dentro da escola, eles iriam auxiliar na aprendizagem da língua e cultura nativa da região.

Além disso, eles acompanhariam o adolescente/criança no seu dia-a-dia interpessoalmente, auxiliando em seu desenvolvimento pessoal. O aplicativo, nesse caso, também ajudaria esses agentes mediadores a realizar momentos de aprendizagem em casas de refugiados e associações comunitárias.

“Durante o processo de construção tivemos contato com a diretora executiva da Unicef, Henrietta Fore, e um representante do conselho britânico. Eles foram essenciais, pois trouxeram questionamentos relevantes para a construção e idealização da solução”, explicou Jonas.

O jovem ainda afirmou que a integração do time foi fundamental para que obtivessem sucesso, já que trabalham juntos na mesma empresa júnior. “Confesso que inicialmente o time não estava tão confiante assim, justamente por causa do tempo, mas durante o processo a gente foi se alinhando bem e, cada vez mais, fomos ficando satisfeitos”, relatou Jonas.

Os jovens ganharam alguns prêmios. Entre eles, ingressos grátis para todos os membros da equipe para eventos futuros; quatro horas de mentoria sobre planejamento de negócios e um programa de treinamento de seis sessões sobre empreendedorismo social.

Apesar do projeto ser construído na teoria, Jonas afirma que o grupo do ClTi possui o desejo de tirar essa ideia do papel e torná-la realidade. “Temos sim, muita vontade de pôr em prática, mas pensamos dar continuidade no futuro”, conta o rapaz.

Por fim, o estudante relata o quão feliz está por ter representado o seu ‘país’ Pernambuco em um evento global. “De fato, foi uma grande satisfação representar a minha empresa Júnior, meu estado pernambuco, a Fejepe [federação das empresas juniores do estado de Pernambuco] e a Federação Brasileira de Empresas Juniores”, finaliza.

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