Professora da UFPE ganha prêmio em programa para mulheres na ciência da Unesco: 'ciência é muito importante, é o que está salvando nossas vidas'

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11/10/2021

Uma professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) foi uma das vencedoras do Programa Para Mulheres na Ciência, promovido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pela Academia Brasileira de Ciências.

Fernanda de Bastiani é professora do Departamento de Estatística da UFPE e foi uma das sete pesquisadoras premiadas na 16ª edição do programa. Ela recebeu um prêmio de R$ 50 mil na categoria ciências matemáticas, para desenvolver uma pesquisa que une matemática e compreensão sobre Covid-19 pelos próximos 12 meses.

"Nesse momento em que a gente está tendo muitos cortes para a ciência e a ciência é muito importante, é o que está salvando nossas vidas, desenvolvendo vacinas, vai dar muito incentivo para a gente, motivação para a gente dar andamento [aos estudos]", declarou a professora nesta segunda-feira (11).

No dia 7 de outubro, o Congresso aprovou uma proposta que remanejou mais de R$ 600 milhões do Orçamento, que anteriormente seriam utilizados para o financiamento de pesquisas. O montante foi destinado para aplicações em outras áreas de sete ministérios.

Para Bastiani, o reconhecimento e o auxílio financeiro são importantes para dar seguimento aos estudos e poder oferecer resultados para a sociedade. Diante dos cortes sofridos, ela apontou que prêmios como esse auxiliam a manter e desenvolver estudos.

"Está abrindo portas nas nossas carreiras, aumentando a visibilidade, dando apoio para a gente participar dos eventos, congressos, para a gente apoiar a orientação de alunos, na formação de recursos humanos e nesse entendimento do que está acontecendo em relação a pandemia".

Outras quatro pesquisadoras receberam a mesma quantia na categoria de ciências da vida, uma em ciências físicas e outra em química. A pesquisa de Bastiani tem o objetivo de ajudar a compreender a variabilidade espacial da Covid-19 em Pernambuco, ou seja, entender, por exemplo, se há relação entre índices socioeconômicos e taxa de letalidade da doença.

"Esse é um projeto de pesquisa motivado pelo momento que a gente está vivendo, da pandemia da Covid. A gente vem trabalhando com estatística espacial há algum tempo e a gente tem o interesse de estudar um pouco mais sobre a questão da taxa de incidência, número de casos, número de morte da doença", disse.

Ela ressaltou a importância do estudo que vem desenvolvendo diante das interpretações sobre os casos do novo coronavírus no estado. "No início da pandemia o número de casos estava focado na Região Metropolitana do Recife, mas não necessariamente a taxa de incidência era no mesmo local, por exemplo, porque a gente leva em consideração a população", afirmou.

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