Crianças e adolescentes são convocados para estudo sobre efeitos colaterais de vacina contra Covid

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14/10/2022

Crianças e adolescentes de 3 a 17 anos são convocadas em Pernambuco para um estudo sobre a vacina Coronavac, usada na campanha nacional contra a Covid-19. Nessa iniciativa, os pesquisadores da Fiocruz querem investigar a frequência dos efeitos colaterais e incentivar o aumento da cobertura vacinal.

O trabalho faz parte de uma ação realizada por 11 centros de estudos de todo o país. Essa é a última etapa de pesquisa desse imunizante, que já teve a eficácia comprovada contra a doença.

O estudo conta com 2 mil voluntários no Brasil. As crianças e adolescentes deverão ser vacinados com a Coronavac.

Serão aplicadas duas doses com um intervalo de 28 dias. Os participantes do estudo serão acompanhados por uma equipe de profissionais de saúde durante um ano.

Em Pernambuco, ação é realizada pela Fiocruz, em parceria com com os institutos Autoimune e Butantan. Para participar, os voluntários não devem ter tomado a vacina contra a Covid.

Segundo os pesquisadores, essa é a chamada fase quatro do estudo clínico, que é obrigatória e acontece com todo tipo de vacina.

Coordenador do estudo, Carlos Brito afirma que, nessa fase, a equipe vai observar a frequência dos sintomas após a aplicação das vacinas que já foram descritos na bula e outros que possam surgir.

Ele afirma que não há ocorrência registrada de efeitos graves. “Os estudos relatam que os sintomas mais frequentes são fraqueza e um pouco de desconforto local”, afirmou.

De acordo com a biomédica Irassandra Aquino, que também faz parte da coordenação do estudo, a vacinação dos voluntários será realizada nos fins de semana, na Fiocruz.

A instituição fica no campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na Cidade Universitária, na Zona Oeste do Recife. Ela informou que os participantes vão ganhar R$ 60, como ajuda de custo para transporte.

Além de estudar as reações, os pesquisadores querem incentivar os pais a levar os filhos pra se protegerem da doença.

“Essa é uma vacina que já foi provada ser segura e eficaz. Não ser vacinado aumenta o risco de morte. Como pais, temos que oferecer condições para as nossas crianças crescerem saudáveis”, ressaltou Carlos Brito.

As inscrições podem ser feitas pelo e-mail Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo. ou pelos telefones 2101.2609, 98363.2746 e 99955.4093.

Dados
Segundo dados do Observatório de Saúde na Infância, da Fiocruz, entre 17 de julho e 10 de setembro de 2022, crianças menores de 5 anos passaram a responder por 8,5% do total das internações por Covid-19 no Brasil. Isso significa um aumento de 50% em relação ao primeiro semestre do ano.

Entre 2 de janeiro e 18 junho, o grupo representava 5,6% das hospitalizações por complicações da doença.

Com o avanço da vacinação entre adolescentes, adultos e idosos, as taxas de hospitalização e mortalidade caíram em todas as faixas etárias, mas entre menores de cinco anos a queda é mais lenta.

Entre maiores de 60 anos, houve redução de 325% na média diária de óbitos por Covid-19, enquanto entre menores de cinco anos a redução foi de 250%.

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