O Brasil ainda tem futuro |
30/10/2022 Hoje temos a oportunidade de reconstruir o conflito político. O governo FHC enfraqueceu a cultura inflacionária, modernizou o arcabouço fiscal e definiu políticas públicas para o combate à pobreza. Foram os méritos do governo de FHC que possibilitaram o surgimento do lulismo. Lula, eleito presidente da República em 2002, mostrou forte capacidade de diálogo. Vendeu positivamente o Brasil para o mundo. Dialogou com o PIB e movimentos sociais. Promoveu o consumo e a inclusão social. Equívocos ocorreram nas eras Lula, como o escândalo do Mensalão e os fatos trazidos pela exagerada Lava Jato. A Lava Jato fez militância política seletiva e não mostrou as diferenças entre Caixa 2 e suborno de funcionários públicos. Lula e FHC tiveram muitos méritos. A partir de 2013, o conflito político ganha intensidade e irracionalidade no Brasil.
As rejeições ao PT e a Lula foram ampliadas e reforçadas pela referida Operação. Em 2018, Bolsonaro vence a eleição e o bolsonarismo surge. O governo Bolsonaro teve o mérito da reforma da Previdência. Deparou-se com a pandemia, um grande cisne negro. Mas faltou ao seu governo políticas sociais, olhar para os pobres, respeito às instituições, incluso a imprensa, e muito diálogo.
O conflito político na era Bolsonaro é exacerbadamente intenso. O Centrão o tolera, em razão de que tem benefícios legítimos. O atual presidente da República não renuncia ao conflito, não suporta o contraditório, deixa claro que deseja ministros aliados no STF, desmerece a imprensa, não mostra disposição para governar para todos, independentemente da posição religiosa e ideológica.
Adriano Oliveira, doutor em Ciência Política e professor da UFPE. |