Câncer de próstata: deixa impotente? Quando fazer exames? Tire 14 dúvidas |
![]() |
![]() |
![]() |
20/11/2022 Entre os homens, o câncer de próstata é o segundo mais letal no Brasil, atrás do de pulmão. O Inca (Instituto Nacional do Câncer) estima 65 mil novos casos apenas em 2022. A doença acomete cerca de 10% dos homens após os 50 anos. À medida que a idade avança, o risco cresce, chegando a 50% aos 75 anos. Conhecer alguém, seja parente ou vizinho, que teve a doença tem feito aumentar —mesmo que timidamente— as consultas com urologistas. A constatação é de Moacir Cavalcante Albuquerque Neto, urologista do HC-UFPE (Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco). Não há sinais prévios e aguardar sintomas para verificar as condições da glândula pode significar a perda das chances de cura, pois os tumores, muitas vezes, só acarretam indicativos na fase avançada de sua evolução. "Quando está ainda no início, a maioria é curada. Estudos mostram que a taxa de sobrevida em 5 anos desses pacientes é de, aproximadamente, 100%", informa Rafaela Pozzobon, oncologista da Oncologia D'Or. VivaBem consultou especialistas para esclarecer as dúvidas mais frequentes: 1. Quando o homem deve começar a fazer o exame de toque retal? "Ainda não há um exame tão eficaz e barato como a palpação digital para avaliar a consistência da glândula", afirma Ubirajara Ferreira, diretor do departamento de uro-oncologia da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia). 2. Apenas pelo exame de toque é possível diagnosticar o tumor de próstata? Porém, o exame que confirma a graduação e a agressividade é a biópsia de próstata. 3. Quais são as características e a localização do câncer de próstata? "É nessa porção posterior que se localiza a maior parte dos tumores malignos da próstata. A suspeita se dá pelo achado de nódulos ou áreas endurecidas", esclarece Ferreira. 4. Existem outras condições nas quais ocorre a alteração na glândula? 5. Quais são as causas do câncer de próstata? 6. Quais outros fatores de risco além da idade? Os asiáticos correspondem ao grupo de menor risco. "É curioso que quando asiáticos migram para países ocidentais passam a apresentar índices maiores de câncer prostático. A explicação provável está na mudança alimentar, mas podem existir outras", afirma o uro-oncologia da SBU. Já a história familiar é, sim, um dos principais fatores. Tendo um parente de primeiro grau com a doença, o risco de ter aumenta duas vezes e, com dois casos na família, o risco sobe para quase nove vezes. A presença de câncer de mama em familiares está intimamente relacionada a fatores genéticos e presença de genes que podem também estar ligados a esses tumores por apresentarem características genéticas semelhantes. "Ao redor de 10% das mulheres com câncer da mama têm um parente de primeiro grau com o da próstata", pontua Ferreira. 7. Existe relação entre obesidade e câncer de próstata? 8. Existem sintomas que podem indicar o câncer de próstata? Aguardar a ocorrência deles para checar as condições da glândula pode significar a perda das oportunidades de recuperação, pois os tumores, muitas vezes, só acarretam indícios na fase avançada de sua evolução. Segundo os especialistas, não há como diferenciar a doença benigna da próstata do câncer da próstata apenas pela sintomatologia. 9. É verdade que o câncer de próstata tem crescimento lento? No primeiro caso, é possível acompanhar apenas por meio de exames regulares: é a chamada vigilância ativa. "Em geral, homens com esse tipo vão morrer com o câncer de próstata e não dele, principalmente os mais idosos", enfatiza a oncologista da Oncologia D'Or. 10. A doença acomete outros órgãos? "Em alguns casos, o paciente apresenta uma fratura espontânea ao executar uma atividade usual e, ao se investigar, descobre-se um estágio avançado, já metastático do tumor de próstata", relata o urologista do HC-UFPE. 11. Qual a chance de cura? 12. Quais são as formas de tratamento atuais? É praticado ainda o bloqueio androgênico, associado à radioterapia ou quando ocorre a reincidência, que consiste em deixar os níveis baixos de testosterona, provocando impotência, perda de massa muscular e óssea. A quimioterapia é também empregada em algumas situações. "Tudo deve ser discutido com o paciente, explicando os riscos e os benefícios de cada tratamento para que não seja pior que a própria doença", afirma o urologista do HC-UFPE. 13. O câncer de próstata pode deixar sequelas, como impotência sexual? A incontinência urinária ocorre em cerca de 5% a 10% dos casos operados. "Com certa frequência, existe perda urinária no pós-operatório após a retirada da sonda uretral. Tal inconveniente chega a durar de alguns dias ou até meses, cessando na maioria dos casos após esse período", informa o uro-oncologia da SBU. A impotência ocorre em 30% a 50% dos casos, dependendo de alguns fatores como: 1. Se houver uma boa qualidade de ereção no período pré-operatório, as chances de continuar potente são melhores. 14. Qual a importância de ter hábitos saudáveis? Ela indica a manutenção de hábitos sadios, como exercício físico, diminuição do consumo de álcool e não fumar, buscando viver de uma forma mais salutar possível, visto que os fatores de risco, como histórico familiar e idade, são imutáveis. |