Como ficará a economia em 2023? Especialistas apontam tendências para o Brasil e Pernambuco

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02/01/23

A dificuldade de projetar com precisão o comportamento futuro da economia, mesmo para períodos curtos, tem levado economistas a agirem com cautela ao traçar possíveis cenários futuros. No entanto, apesar da incerteza sobre os possíveis acertos, a análise do momento econômico do Brasil e de Pernambuco ajuda a projetar as tendências, facilitando o ajuste de possíveis medidas futuras.

Para este ano, de acordo com economistas, a expectativa é que a conjuntura internacional influencie no cenário nacional. "A atividade econômica em 2023 deve sofrer uma desaceleração, informação confirmada nas previsões do FMI e do Banco Mundial. A desaceleração vem por conta dos aumentos de juros em economias desenvolvidas, como a dos EUA e da Zona do Euro, para combater a inflação que os atinge. Essa desaceleração acaba impactando o Brasil pelo nosso lado exportador de commodities e gerando uma desaceleração interna”, afirmou Ecio Costa, Economista-Chefe do LIDE Pernambuco e Professor Titular de Economia na UFPE.

Segundo Luiz Fernando Araujo, sócio da Finacap, empresa associada ao LIDE Pernambuco, é possível ver que o ciclo de estagnação nos mercados de ativos de risco para os países emergentes, algo já observado nos últimos 10 anos, está revertendo com um provável ajuste nos fluxos de investimentos globais. "A performance dos índices de ações e de renda fixa dos mercados desenvolvidos indicam esgotamento do padrão de forte crescimento da última década e a necessidade de elevar as taxas de juros para combater a inflação nestes países terão efeitos econômicos importantes nos próximos anos", explicou Luiz.

De acordo com ele, o Brasil está na frente da curva neste ponto. "Nosso Banco Central se antecipou com forte apreciação na taxa de juros no início do 2022 e já trouxe a inflação para patamares abaixo daqueles observados nos EUA e Europa", comentou.

Outra variável identificada para os próximos anos está relacionaa aos padrões globais de ESG que têm se mostrado cada vez mais prioritários para investidores internacionais. Neste cenário, o potencial da matriz energética limpa do Brasil representa um importante diferencial competitivo e pode ser um catalisador para aumentar a participação do país nas carteiras globais. Em 2023, por exemplo, devemos ter forte aumento na capacidade de geração solar, que aliado ao bom regime de chuvas deve promover significativa redução no custo da energia elétrica.

Em Pernambuco, de acordo com Ecio, é possível ter uma visão positiva em relação ao desenvolvimento do estado após a troca de poder do executivo, que não deve ser oposição ao Governo Federal, favorecendo o ambiente local. No entanto, o economista ainda prega cautela. "Temos que aguardar a equipe que irá conduzir o estado no desenvolvimento das suas ações", concluiu.

O também economista e integrante do LIDE, Luiz Maia, traça um cenário semelhante para Pernambuco. "Os estados nordestinos devem registrar aumento na economia local com a entrada dos recursos públicos dos programas sociais do governo. Já em Pernambuco a tendência é que o processo de transição se estenda mais por causa da entrada de um novo grupo político após muitos anos de uma única gestão. Para evitar que a nossa economia sofra, é preciso que o estado crie boas estratégias de crescimento”, observou.

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