Greve na UFPE: professores formam Comando Local de Greve nesta quinta-feira (18)

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18.04.2024

Após a deflagração do estado de greve na última quarta-feira (17), os professores da UFPE seguem em mobilização para definir os detalhes operacionais da paralisação. Nesta quinta-feira (18), o corpo docente se reuniu na Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe) para definir o Comando Local de Greve e alinhar as próximas demandas da mobilização.

O evento, que terminou por volta das 17h, estabeleceu ainda a Comissão de Mobilização; Comissão Jurídica; Comissão de Infraestrutura e Finanças; Comissão de ética; Comissão de articulação e a Comissão de articulação parlamentar.

Além disso, também foi agendada uma mobilização de café da manhã e panfletagem na entrada do campus na próxima segunda-feira, às 7h. Ainda na segunda, os professores entregarão documento de greve destacando pontos e direitos a serem respeitados pela Reitoria durante a mobilização. No final da tarde, às 14h, haverá outra reunião do Comando Local de Greve.

De acordo com Audisio Costa, Tesoureiro da Adufepe, o momento é importante pois pretende estabelecer quem vai atuar nas linhas de frente necessárias para o avanço do movimento.

“Nos últimos anos, os professores das Universidades Federais, bem como os servidores técnicos administrativos, têm sofrido um congelamento salarial. Entretanto, a inflação não parou de subir nestes últimos anos, com isso, houve uma corrosão do salário dos professores e dos técnicos administrativos. Por isso, existe a necessidade de uma grande mobilização”, explicou.

Audisio ainda ressaltou que os próximos passos da Adufepe devem incluir o diálogo com os professores que votaram contra a paralisação e ainda estão relutantes em aderir a causa.

“Queremos mostrar a importância do movimento para os colegas que votaram contra, porque é preciso ter um coletivo unido para ganhar força e êxito naquilo que queremos, que é a recuperação dos nossos salários”, destacou.

Estudantes

Com a paralisação das aulas confirmadas para a próxima segunda-feira (22), mais de 40 mil estudantes deixarão de ter aulas regulares na instituição. Para veteranos e calouros, o novo período letivo começou no dia 15 deste mês.

Com menos de uma semana de aula, a aluna Rebeca Vieira, caloura do curso de Engenharia de Produção entende que a greve é uma ação importante para os professores, mas que o momento escolhido decepciona as expectativas dos alunos que estão começando a jornada universitária neste ano.

“Acho importante a reivindicação, já que a inflação tem realmente afetado o salário dos professores. Além disso, sei que eles estão lutando pela valorização da classe no geral e isso também impacta a nossa vida. Como caloura, acho meio chato, porque você fica animado para entrar na faculdade e na, primeira semana, acontece a greve”, desabafou.

Para Maria Júlia, aluna do 12º período de medicina, o corpo docente da universidade deveria abrir espaço para lutar ao lado das pautas dos estudantes.

“Entendo que eles estão lutando pela classe deles, mas queria que as pautas estudantis também fossem discutidas, como o Bolsa Auxílio, por exemplo”, descreve. “Acredito que falta uma abertura dos professores para que a gente tenha nossas demandas também atendidas nesses momentos de reinvidicação”.

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