Professores da UFPE entram em greve; confira situação em outras instituições federais de Pernambuco

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22.04.2024

Os professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) estão oficialmente em greve, a partir desta segunda-feira (20). O movimento acompanha uma mobilização nacional que reivindica reestruturação de carreira, recomposição salarial e orçamentária e revogação de normas aprovadas nos governos Temer (MDB) e Bolsonaro (PL).

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Ao menos 52 universidades e 79 institutos federais estão em greve no momento, de acordo com um levantamento realizado pelo g1.

Em Pernambuco, os técnicos administrativos da UFPE e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) estavam em greve desde o dia 11 de março. Os servidores administrativos do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) também aderiram à paralisação no dia 3 de abril (veja detalhes mais abaixo).

De acordo com a Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe), que lidera o movimento grevista na universidade, os professores perderam 39,92% do salário em relação ao que recebiam em 2010, levando em consideração a inflação acumulada do período.

Em 2023 foi concedido um reajuste de 9% que, segundo a associação, foi insuficiente para repor as perdas acumuladas.

Segundo a Adufepe:

Foi apresentada uma reivindicação de reajuste de 39,92%, em julho de 2023;
O governo federal negou reajuste para 2024 e ofereceu 4,5% para 2025 e novamente para 2026;
Os professores tentaram negociar um reajuste de 22,71% ao longo de três anos, começando em 2024;
O governo federal não aceitou a proposta e “manteve-se inflexível” sobre qualquer reajuste para 2024.
Diante deste cenário, os impactos e a duração da greve ainda são imprevisíveis. Procurada pelo g1, a UFPE disse que “reconhece a legitimidade das pautas e respeita a decisão democrática do sindicato e a autonomia de cada docente em aderir ao movimento grevista”.

Como a adesão à greve é uma decisão individual de cada professor, não há, até o momento, nenhuma alteração oficial no calendário acadêmico da universidade.

De acordo com a UFPE, os ajustes são realizados pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão ao fim da greve, levando em consideração a duração e impacto da paralisação.

Governo federal
Segundo o governo federal, a última proposta apresentada, no dia19 de abril, concede aos servidores um reajuste de, no mínimo, 23% para as carreiras de técnicos e de docentes, considerando o reajuste de 9% dado em 2023.

Para os técnicos, foi oferecido um aumento salariam de de 9% em janeiro de 2025 e outro de 3,5% em maio de 2026.

Em 2024, os reajustes propostos foram para os benefícios. O governo ofereceu 52% a mais no auxílio alimentação (passando de R$ 658 para R$ 1 mil) e 51,1% de aumento no auxílio-saúde e auxílio-creche para todos os servidores federais.

Para os professores, o ajuste salariam apresentado depende do nível da carreira em que o profissional se encontra. Também não há previsão de reajuste salarial em 2024 para a categoria.

"Com o reajuste de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% adicionais em maio de 2026, os aumentos poderão variar entre 12,8%, para o primeiro nível da carreira, a 16,1%, para professores titulares. Professores doutores no regime de 40 horas com dedicação exclusiva passarão a receber R$ 11.824,86 na entrada da carreira e R$ 25.982,49 no final", disse o governo federal em nota.

UFRPE e IFPE
A UFRPE, desde o dia 11 de março, também lida com a greve dos técnicos administrativos da instituição, mas sem interrupção das aulas, até o momento. O cenário pode mudar a partir da próxima quinta (25), quando os professores da instituição decidirão se também entrarão em greve.

O IFPE também enfrenta uma greve de técnicos administrativos e professores e está com o calendário letivo interrompido desde 12 de abril.

Dos 16 campi da instituição no estado, 12 estão com as aulas suspensas. Segundo o IFPE, apesar da adesão de parte dos servidores, as aulas ainda seguem sendo ministradas em três unidades.

Confira os campi do IFPE sem aula no momento:

Abreu e Lima, no Grande Recife;
Barreiros, na Zona da Mata;
Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife;
Garanhuns, no Agreste;
Igarassu, no Grande Recife;
Ipojuca, no Grande Recife;
Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife;
Olinda, no Grande Recife;
Paulista, no Grande Recife;
Pesqueira, no Agreste;
Recife;
Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata.

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