Estudantes reclamam de insegurança no campus da UFPE; 'Não dá para andar com o celular', diz aluno

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21/05/24

Uma das premissas da universidade pública é o livre acesso das pessoas e a conexão com a comunidade em seu entorno. Essa circulação livre, no entanto, tem preocupado os estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que reclamam da falta de segurança dentro do campus, especialmente no momento atual em que a instituição passa por uma greve de técnicos e professores.

Um caso de violência assustou professores e alunos na sexta-feira (17), quando um homem morreu após ser baleado na Cidade Universitária, na Zona Oeste do Recife. Testemunhas contaram à polícia que, depois de ser atingido por disparos de arma de fogo, ele correu para dentro do campus, onde foi encontrado sem vida.


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Ruan Ramos de Moura é estudante de história na instituição. Natural de Limoeiro, no Agreste do estado, ele mora na Casa do Estudante, dentro do campus. Segundo ele, a instituição fica deserta nos fins de semana.

"Não tem segurança nenhuma aqui. Sábado, principalmente, é que não tem nenhum guarda, não tem nada. A gente anda por aqui, é um 'breu' (escuridão) enorme. Tem alguns pontos que não têm energia. Do nada aparecem pessoas, a gente já fica naquela insegurança. Não dá para andar com o celular aqui dentro de noite", contou o aluno.

O estudante de nutrição Gabriel Vinícius Silva disse, em entrevista à TV Globo, que já foi assaltado na universidade. Desde então, evita aproveitar a vida no campus por medo que o episódio violento possa se repetir.

Homem morre após ser baleado e fugir para dentro do campus da UFPE
Homem morre após ser baleado e fugir para dentro do campus da UFPE

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"Já fui assaltado. Desde então, se já era preocupante vir para cá, depois do assalto foi pior ainda. Tenho muito mais receio de vir para cá para a universidade, meus colegas e meus amigos também têm. A gente deixa de aproveitar o que a universidade tem por medo, por insegurança", disse o aluno.

Ana Carolina da Silva, estudante de história, contou que o medo interfere até na rotina de estudos. Ela evita levar o computador pessoal por não se sentir segura.

"Sempre evito caminhar com o celular, com objetos que possam chamar atenção, porque realmente é meio complicado, sabe? [...] Por exemplo, a Biblioteca Central é um ambiente bem legal que a gente pode vir estudar, só que a gente tem medo muitas vezes de estar transportando notebook e coisas que a gente utiliza para estudar no dia a dia", contou Ana Carolina.

O que diz a UFPE
Campus Recife da UFPE — Foto: Ascom UFPE/Divulgação
Campus Recife da UFPE — Foto: Ascom UFPE/Divulgação


A administração da UFPE informou que a segurança das pessoas é prioridade para a universidade, tanto o público acadêmico, quanto o público externo; e que dentro do contexto de uma universidade aberta, as áreas de circulação comuns são de acesso de toda a sociedade civil, com protocolos específicos para circular em cada prédio da instituição. A UFPE disse também que:

Conta reforço de segurança em cada centro acadêmico;
Uma empresa terceirizada é responsável pela segurança do campus 24 horas.
Existe um processo de requalificação e instalação de câmeras de segurança em fase de licitação, que cumpre etapas exigidas pelo serviço público, que fogem ao controle da instituição;
O orçamento para a contratar empresa de segurança é o mais afetado pela falta de recomposição dos investimentos pelo Ministério da Educação - que sofreu perdas significativas desde 2014;
A UFPE nunca cortou o investimento em segurança nos últimos 10 anos, mas o contexto do orçamento impede a instituição de ampliar as ações na área.
O que diz a Polícia Militar
A Polícia Militar de Pernambuco informou, por nota, que o policiamento no entorno da UFPE é realizado por viaturas ordinárias 24 horas por dia, com rondas com abordagens, além do policiamento em motocicletas.


Disse também que intensifica as rondas nos horários de maior fluxo de alunos e servidores, para aumentar a segurança da área e coibir as práticas delituosas.

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