Contagem rápida independente deu vitória de González sobre Maduro por 66,1% a 31,3% na Venezuela |
30/07/24 Uma "contagem rápida" independente de votos da eleição venezuelana à qual o g1 teve acesso aponta uma vitória de Edmundo González Urrutia sobre Nicolás Maduro por 66,1% a 31,3%. Esta foi uma das quatro contagens independentes que a líder opositora María Corina Machado afirmou ter recebido no domingo (28), indicando a vitória de González. Os números da contagem paralela ainda estão sujeitos a alteração. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Idealizada por uma ONG da sociedade civil venezuelana cujo nome é mantido em sigilo devido a ameaças do regime a seus integrantes, a metodologia foi registrada e desenvolvida por cientistas políticos e estatísticos. Entre eles, assinam o relatório Dalson Figueiredo, da Universidade Federal de Pernambuco, Raphael Nishimura e Walter R. Mebane, ambos da Universidade de Michigan. Por que bairros 'chavistas' lideram protestos que questionam vitória de Maduro "O projeto visa, a partir de uma amostra estratificada de 1.500 centros, obter a transferência para o universo de 30 mil. Isso funciona em ambientes em que a integridade eleitoral está em xeque, como a Venezuela", explica um dos integrantes do projeto. Figueiredo explica que a ausência de dados foi prevista na elaboração da metodologia do AltaVista. "Desenvolvemos um algoritmo original para lidar com o problema da não resposta. Nosso estudo foi previamente registrado na plataforma do Open Science Framework e todos os dados e scripts computacionais estão disponíveis para a consulta pública". Da Venezuela, um dos integrantes da ONG responsável pelo projeto conta que 1.500 agentes locais estiveram envolvidos na conferência das atas eleitorais. Para cada voto, a máquina eletrônica imprime uma cédula em que o eleitor pode comparar a sua veracidade. Essa cópia de papel é depositada numa urna. No fim da votação é possível conferir se o conteúdo da urna bate com os dados que serão transmitidos para o Conselho Nacional Eleitoral. “Houve um momento do processo em que o regime deu uma ordem para que não entregassem mais as atas aos fiscais independentes, possivelmente porque se deu conta do nível da surra que tomaria. Ainda assim, conseguimos uma boa quantidade, que não foi capaz de comprometer a confiança no resultado. Os números apresentados pelo regime são uma invenção”, assegura. A discrepância entre os dados do CNE e do projeto AltaVista é enorme. O órgão eleitoral controlado pelo regime chavista afirma que Maduro obteve 51,2% dos votos e González, 44,2%. A contagem rápida independente revelou a vantagem de González, com uma diferença de 34,8 pontos percentuais para Maduro e margem de erro de 0,5%. Os números chegam perto dos 70% dos votos que María Corina Machado e Edmundo González dizem ter obtido. A cifra apresentada pelo regime, sem comprovação das atas, não surpreendeu o grupo que coordenou a contagem rápida. A demora de seis horas na divulgação do resultado corroborou a tese de que o regime poderia virar o jogo, caso estivesse em desvantagem.
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