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Violência que assusta PDF Imprimir E-mail

02/07/2018


A violência talvez seja um dos temas mais importantes e que mais preocupam os brasileiros, motivando muitos, aqueles que podem obviamente, a deixar o país. O interessante é que os números justificam essa preocupação. Dados do Monitor da Violência mostram um aumento nas ocorrências de crimes violentos (homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte) no país, entre 2011 e 2017. Para se ter uma ideia, em 2011, foram registradas 48.084 ocorrências no país, o que daria uma taxa de 25 ocorrências por 100 mil habitantes. Esses números saltaram para 59.121 ocorrências, com taxa de 28,5 ocorrências por 100 mil habitantes, em 2017.

Apesar de possuir apenas 3% da população mundial, o Brasil concentrou cerca de 14% dos homicídios no mundo, de acordo com o relatório “Custos Econômicos da Criminalidade no Brasil”, da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos (SEAE) da Presidência da República. São números alarmantes e apontam para a necessidade de tratarmos essa questão com especial interesse, particularmente entre os que nos governam. No entanto, o velho diagnóstico de que falta voluntarismo e recursos para resolver o problema, não me parece ser o mais correto. Voltarei a esse ponto mais abaixo.

Olhando para Pernambuco, após um período de breve calmaria nos números, eles voltaram a nos posicionar entre os estados com os piores índices. Para se ter uma ideia, em 2011, foram 3.378 ocorrências de crimes violentos, representando uma taxa de 37,3 ocorrências por 100 mil habitantes. As ocorrências saltaram para 5.427, em 2017, com uma taxa de 57,3 ocorrências por 100 mil habitantes, o dobro da média nacional. No país, ficamos atrás apenas do Acre e do Rio Grande do Norte. Olhando para a variação na taxa de ocorrências de crimes violentos, enquanto no país a alta foi de 14%, no estado, ela foi de 53%.

Como explicar esses números? E, em particular, o que ocorreu no estado diferentemente de outros estados da federação? E ainda mais importante: o que fazer para reverter isso? A inépcia na ação significará mais e mais vidas sendo ceifadas pela violência e isto tem um custo. A resposta óbvia seria aumentar os recursos investidos em segurança pública. No entanto, no período 1996-2015, apesar do aumento da ordem de 170%, em termos reais, dos recursos públicos gastos em segurança no país, o número de homicídios aumentou.

É claro que é difícil analisar o que teria ocorrido se os gastos não tivessem aumentando, mas mostram que, por si só, gastar mais não resolverá o problema. Some-se a isto o fato de que a maioria dos estados apresenta um quadro fiscal bastante restrito e isto significará que precisaremos ir além das obviedades para lidar com esse problema. Além é claro de entender como outros estados conseguiram reduzir os números da violência.

Sem dúvida, maior focalização e eficiência no uso de recursos públicos é o caminho. Isso passa pela maior transparência das informações, estabelecimento de metas e diretrizes claras, uso da inteligência policial, policiamento georreferenciado, uso de novas tecnologias, cooperação com outros estados, programas de prevenção da evasão escolar, de prevenção de reincidência, maior presença do setor público em áreas carentes, dentre outras ações. Será interessante ouvir de nossos candidatos ao governo o que pretendem fazer para lidar com o problema, particularmente com pouco dinheiro em caixa.

* Professor do Departamento de Economia da UFPE.

 

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Palestra reflete perspectiva histórica e poética do Movimento Armorial PDF Imprimir E-mail

29/06/2018

Tão importante na década de 1970, quando o dramaturgo, escritor e saudoso Ariano Suassuna plantou sua semente despretensiosamente a partir de um curso de extensão da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o Movimento Armorial marcou época e é lembrado até hoje.

Para saber ainda mais histórias e obras que marcaram esse importante momento para a cultura brasileira, a exposição "Armorial: Da Pedra do Reino ao Ponteio Acutilado", em cartaz na Caixa Cultural, no Bairro do Recife (Av. Alfredo Lisboa, 505), até agosto, procura aflorar o imaginário sensível e o poético do universo da cultura popular brasileira.

Depois de Oficina de Xilogravura, que rapidamente teve inscrições esgotadas, esta sexta-feira (29) é dia de palestra com o poeta Carlos Newton Jr, às 19h. Serão distribuídas 70 senhas, uma hora antes do evento.

Carlos Newton Jr, poeta, ensaísta e professor da Universidade de Pernambuco, foi amigo pessoal de Ariano Suassuna. “Em uma perspectiva histórica, vou tentar esclarecer os princípios poéticos do movimento armorial. Esses princípios foram delineados pelo próprio Ariano, ao longo do tempo”, explica.

O poeta comentou sobre o legado que o movimento tem para a cultura brasileira. “Na minha opinião é um dos mais importantes para cultura brasileira porque se o movimento deixou de existir enquanto tal, a poética do movimento, a estética, os princípios continuam inspirando os artistas das mais diversas regiões do Brasil”, afirma.

A legitimação diante de uma exposição em um espaço tão relevante como a Caixa Cultural, foi destacada por Newton Jr. “É o reconhecimento da permanência, da atualidade dessa poética armorial, inclusive convidando artistas mais jovens, que não fizeram parte da primeira fase do movimento”.

Exímio pesquisador do Armorial, ele afirma que é difícil falar do movimento hoje, já que alguns escritores fogem do rótulo, mas que inconscientemente são perceptíveis suas influências. A mostra que pode ser vista na Caixa Cultural reúne obras do gravador Gilvan Samico; pinturas e desenhos de Romero de Andrade Lima; pinturas míticas de Sérgio Lucena e fotografias de Gustavo Moura, artistas inspirados pelo movimento.

Popular e erudito

O professor explica e a cultura popular e o erudito dialogam na construção da concepção do movimento. “A cultura popular sempre existiu à margem da cultura oficial. E a ideia do movimento armorial era construir pontes entre o popular e o erudito. O que Ariano vai fazer antes mesmo de lançar o movimento Armorial”. Segundo ele, Ariano Suassuna dizia que o universo popular é tão importante quanto o do erudito. Em várias ocasiões, o dramaturgo afirmava que um artista como J. Borges é tão importante como a arte de Samico.

O Teatro de Ariano

O romance "Dom Pantero no Palco dos Pecadores" foi obra póstuma do escritor Ariano Suassuna, falecido em 2014. Mas sua obra não para por aí, existe previsão de lançamento do livro "Teatro completo de Ariano", pela Nova Fronteira. “São 20 peças, muitas inéditas. Peças longas, curtas. Vai sair agora pela primeira vez, a exemplo de 'Desertor de princesas e outras peças inéditas'”, conta com exclusividade o professor Carlos Newton Jr.

 

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Túlio Gadelha: “Tem que ter formação sólida para não se deformar, não tirar o pé do chão” PDF Imprimir E-mail

29/06/2018

Túlio Gadelha, 30, é um dos fundadores do recém-lançado movimento Nós Acreditamos, que “discute a transição da democracia representativa para a democracia participativa”, segundo define. O movimento vem na esteira de outros, tanto à esquerda como à direita, que se classificam como apartidários e querem discutir novas formas de se fazer política. Graduado em Direito, é professor de geografia política e atualidades em um cursinho social vinculado à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e vice-presidente da Fundação Alberto Pasqualini, de estudos sociais e econômicos do PDT, partido ao qual é filiado desde 2007. Foi candidato a vereador em 2012 e a deputado federal em 2014. Apesar do currículo, ele sabe que seu nome ganhou projeção nacional somente depois que começou a namorar a apresentadora global Fátima Bernardes. “Eu tenho essa compreensão”, diz, com fala mansa.

Gadelha foi o primeiro relacionamento assumido da apresentadora após o fim de um casamento de 26 anos. Não bastasse, ele é de esquerda, defende a "democratização dos meios", enquanto ela é um dos principais rostos da maior emissora do Brasil, a Globo. Enquanto ele estava ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Bernardo do Campo horas antes de o ex-presidente ser preso, ela apresentava seu programa na emissora tachada de golpista pelos petistas. Além disso, ele é 25 anos mais novo que a namorada. Um prato cheio para suscitar preconceitos em uma sociedade machista. Mas nada disso abala o casal, ele garante. “O machismo está também nas pessoas não acreditarem em uma relação entre um homem mais novo e uma mulher mais velha”, diz. “O contrário acontece no Brasil com naturalidade: homens mais velhos têm namoradas mais novas e tudo bem", disse, em um banco de um parque público na zona norte do Recife, local escolhido por ele para conceder esta entrevista.

Nascido e crescido na capital pernambucana - exceto pelos primeiros anos da infância, que passou no interior, em Bezerros - Túlio Gadelha é filho de funcionários públicos aposentados. Estudou a vida toda em colégios particulares, viveu e ainda vive em bairros de classe média alta da cidade e se interessou por política militando em movimento estudantil. “A principal escola de formação política de base é o movimento estudantil”, diz. A trajetória que tenta construir, portanto, vai por um caminho diferente de muitos políticos da sua faixa etária que têm no sobrenome e na história familiar seus maiores aliados. Uma característica comum em todo Brasil, inclusive no Nordeste.

Se for candidato a deputado federal novamente, algo que ele ainda não confirma – “dentro do movimento nós discutimos diversos nomes e ainda não decidimos quais serão os candidatos" –, poderá enfrentar nomes como João Campos, 24, filho do ex-governador de Pernambuco que concorreu à presidência em 2014, Eduardo Campos. O herdeiro deve ser candidato a deputado federal pelo Estado. “Que história tem João Campos?” pergunta Gadelha, ao ser questionado sobre como quebrar a lógica familiar dentro da política. “A gente não quer constituir líderes. A gente quer ter representantes. Tem muito filho de prefeito, de deputado, de senador que vai disputar esta eleição. Eles se colocam como lideranças. Mas o momento não é de ter lideranças, mas de ter representantes. Quem me representa de fato?”.

"Falta democracia interna nos partidos políticos hoje"

Marília Arraes (PT), 34, neta de Miguel Arraes e prima de Eduardo Campos, também pode minar diversas candidaturas menores se disputar o cargo de deputada federal. Atualmente, ela é pré-candidata a governadora. Mas seus planos podem ser redimensionados caso o PT faça uma aliança com o PSB, o que levaria o partido de Lula a apoiar a reeleição do governador Paulo Câmara (PSB), ao invés de ter candidato próprio. Se isso ocorrer, Marília pode tentar a vaga de deputada federal. Seria mais um nome de família para compor o cenário no Estado.

As cartas, porém, ainda estão muito embaralhadas. O partido de Gadelha, o PDT, também está flertando com o PSB em Pernambuco. “Mas temos muitas diferenças com o PSB, por conta da postura deles com relação à votação do impeachment”, pontua. Em 2016, o PSB apoiou publicamente o impeachment de Dilma Rousseff. “Eles foram coniventes com aquela situação e hoje a gente vive um momento crítico no país por conta do afastamento da presidente Dilma. E isso foi muito ruim para essa unidade dos partidos de esquerda aqui em Pernambuco”, diz. Apesar disso, Gadelha afirma que as diferenças foram deixadas “de lado no intuito de um projeto nacional” e que há uma busca por essa aliança PDT-PSB.

Ele reclama da maneira como essas aproximações são construídas, somente pelas cúpulas dos partidos, sem a participação das bases. “Eu mesmo não participei de nenhuma reunião do meu partido que pudesse discutir a questão da aliança política”, afirma. “Até os dirigentes partidários não são ouvidos. Falta democracia interna nos partidos políticos hoje”.

Ciro e Haddad no WhatsApp
A falta de atenção dada pela cúpula do partido não o impede de opinar sobre suas preferências. “Eu participo há mais de um ano de um grupo no WhatsApp que chama Ciro e Haddad”, conta ele. O grupo, conta, é formado por pessoas que defendem essa coligação, mas os dois nomes principais não fazem parte. “A gente trabalha por fora do sistema”, diz, rindo. Gadelha acredita que a união fortaleceria a candidatura de Ciro Gomes à presidência. "Mas também acho que seria importante ter uma mulher como vice”, diz, sem saber quem seria essa mulher. “Poderia ter uma mulher do PSB. O PDT discute essa possibilidade”, revela. Por enquanto, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), tem sido cotado para compor a chapa de Ciro Gomes.

Em agosto do ano passado, o pré-candidato do PDT disse em entrevista a este jornal, que uma chapa com o ex-prefeito petista Fernando Haddad seria o “dream team”. "Ele representa o que há de melhor no PT e não carrega o estigma que é, em parte, injusto", afirmou Ciro Gomes, na época. Porém, o PT, até o momento, resiste a falar em qualquer outra candidatura que não seja a de Lula, ainda que circule que, da cadeia, o ex-presidente tem orientado seus partidários a não atacar o cearense.

Embora não tenha lançado ainda sua candidatura a deputado, Túlio Gadelha tem tido uma agenda intensa - tanto pública como privada, esta última ao lado de Fátima Bernardes e amplamente coberta nas redes sociais do casal e pelos sites que seguem celebridades. É rosto garantido em atos políticos de diferentes partidos de esquerda – como no ato de defesa da candidatura de Marília Arraes, no mês passado no Recife – e tem viajado pelo interior do Estado. Com ele, está sempre ao menos uma pessoa para assessorá-lo. “Não são assessores, são amigos”, corrigiu, no início desta entrevista, quando a reportagem se referiu aos dois que o acompanhavam, um tirando fotos e outra, que agendou a entrevista, fazendo anotações. "Todos trabalham voluntariamente".

Não é raro que haja uma pequena fila para tirar fotos onde o rapaz está. “No começo [do namoro, assumido publicamente no final do ano passado] foi estranho, você perde a sua privacidade”, diz. “Uma vez na sala de casa, onde tem uma janela grande toda de vidro, acordei e fui tomar um café como sempre faço. Quando vi na janela tinha gente olhando para mim, do outro lado, no outro prédio”, conta. “Aí saí, mas quando voltei a pessoa pegou um celular e ficou filmando eu tomando café. Eu tive que fechar a janela. Às vezes você está no shopping e tem alguém filmando...", lembra. "No começo assusta um pouco, mas você tem que compreender o poder da grande mídia, das redes sociais e também ter uma formação muito sólida para não se deformar, não tirar o pé do chão”.

 

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Congresso da Unegro-PE reúne delegações para discutir resistência PDF Imprimir E-mail

29/06/2018

Mais de cem pessoas de cerca de 30 municípios de todas as regiões do estado participam do IV Congresso Estadual da União de Negras e Negros pela Igualdade em Pernambuco (Unegro-PE), realizado nesta sexta-feira e no sábado, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Fundada em Salvador-BA há 30 anos, a entidade vai trabalhar o tema "Resistência e Luta em Defesa da Vida, Contra a Retirada de Direitos e Pelos Espaços de Poder", a abertura com acesso franqueado ao público. Inscrições podem ser feitas até a noite desta sexta-feira, mas exigem filiação à entidade (clique aqui).

Coordenador de comunicação da Unegro-PE, Marcelo Serra Diniz diz que é o maior contingente de pessoas e delegações em Pernambuco desde 2004, quando foi instalada a representação no estado. “O último teve 80”, lembra, indicando um crescimento de 25% na participação. Ao final do congresso as delegações vão eleger a bancada de cinco representantes para a plenária nacional e a nova diretoria que terá a responsabilidade de encaminhar as decisões dos congressos estadual e nacional.

Ainda segundo Marcelo Serra Diniz, o foco é a necessidade de superação da herança escravocrata que submete a população negra (pretos e pardos) a um status desumanizado em que se encontra vitimada em diversos aspectos econômicos, políticos e sociais. Para isso, a cada dois anos a Unegro-PE realiza seu congresso estadual para debater o cenário político, estabelecer reivindicações prioritárias, organizar a atuação em espaços de movimentos sociais e de construção de políticas públicas.

O IV Congresso Estadual da Unegro-PE começa às 18 horas desta sexta-feira e terminará às 17h30 do sábado, no Centro de Tecnologia e Geociências da UFPE, na Cidade Universitária, Região Oeste do Recife, contando com palestrantes como a professora da Faculdade de Filosofia de Caruaru, mestra em educação contemporânea e doutoranda em educação Michele Guerreiro, a presidenta nacional da Unegro e chefe de gabinete da Secretaria do Trabalho e Emprego da Bahia, Ângela Guimarães, e a deputada federal e única mulher negra a presidir um partido político no Brasil, Luciana Santos (PCdoB).

 

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USP apresenta história do movimento estudantil em fotos PDF Imprimir E-mail

29/06/2018

O Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP disponibilizou em seu site a mostra virtual Movimentos Estudantis Através do Arquivo do Instituto de Estudos Brasileiros (1920-1970). Ao todo, são 40 documentos que narram 50 anos de luta dos estudantes. A mostra busca acompanhar o Simpósio Internacional Cinquenta Anos de 1968 – A Era de Todas as Viradas, organizado pelo Departamento de História da FFLCH, que ocorreu entre os dias 6 e 8 de junho.


A mostra sobre o movimento estudantil brasileiro vem em um momento importante de luta. O golpe de Estado está levando a Educação à mais completa destruição. A extrema-direita, por meio do Projeto Escola sem Partido, tem feito uma intensa campanha para tentar legalizar a censura dentro das escolas. Recentemente, Temer anunciou um corte de mais de 1 R$ bilhão em alguns programas, principalmente o FIES.

O golpe de Estado também propiciou que a direita aumentasse imensamente as perseguições dentro das universidades. O suicídio do reitor Luiz Cancellier, da UFSC, que sucumbiu diante da pressão e das calúnias colocadas pela direita, é o maior exemplo dessas perseguições.

Diante dessas e todas as demais atrocidades do golpe de Estado, é necessário que os estudantes se inspirem nos anos mais combativos do movimento estudantil e se organizem para uma intensa, tenaz e decidida luta contra os golpistas. A batalha da UFPE, ocorrida em outubro do ano passado, mostrou que há uma forte tendência à mobilização contra a direita.

Estudantes e trabalhadores da educação: é hora de lutar contra o golpe. É hora de formar comitês de luta em todas as universidades e escolas e mobilizar todos para a Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe.

 

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