Universidade Federal de Pernambuco - Agência de Notícias - Clipping
Grupo de brasileiros assedia mulher na Rússia fazendo alusão à cor de seu órgão sexual PDF Imprimir E-mail

17/06/2018


A Copa do Mundo mal começou e já apareceram brasileiros praticando atos machistas em terras estrangeiras. Circula nas redes sociais um vídeo onde quatro torcedores vestidos de verde e amarelo cantam músicas em alusão ao órgão sexual de uma mulher. A atitude provocou revolta nas redes sociais. Nas imagens, o grupo cerca uma jovem loira, que aparentemente não é brasileira e não compreende a língua portuguesa, e cantam seguidas vezes: "Essa é bem rosinha!".

Em seguida, a moça sorri e é encorajada a cantar também. Os brasileiros mudam a música para uma versão ainda mais agressiva: "B... rosa! B... rosa!", em referência à cor do órgão sexual da mulher. O vídeo viralizou nas redes sociais e diversos internautas criticaram, acusando os homens de machismo, racismo e assédio sexual.

"Brasileiros assediando garota russa, aproveitam o desconhecimento dela da língua portuguesa para abusar da cordialidade. Isso tem que ser denunciado", escreveu um usuário, que compartilhou o vídeo no Twitter.

Até a noite deste domingo, as imagens já tinham quase 500 mil visualizações. Nas publicações, quase 2 mil comentários, a maioria de pessoas revoltadas com a situação: "Eu desanimo ainda mais com o nosso país vendo uma coisa dessas. Pior é que sabemos que a maioria repassa achando engraçado e legal", criticou outro usuário.

Ex-secretário pernambucano no grupo
Um dos integrantes do vídeo é o ex-secretário de Turismo de Ipojuca (PE), à época no PSB, Diego Valença Jatobá. O município fica na região metropolitana de Recife.

Nas imagens, Jatobá aparece vestindo a camisa da Seleção com um lenço no pescoço ao lado da mulher enquanto o grupo se filma fazendo referência ao órgão sexual da moça. Em um dos locais onde o vídeo foi reproduzido, o perfil do Instagram do aplicativo do Mete A Colher – plataforma de apoio a mulheres e combate à violência – a publicação chegou a ter mais de 400 comentários repudiando o ato.

“Postamos o vídeo com o objetivo de discutir a situação. Sabemos que o futebol se mostra como um esporte machista no Brasil e ali ele foi usado para constranger uma mulher, que sequer estava entendendo o que acontecia. Precisamos discutir como o machismo é uma coisa cotidiana, que quebra fronteiras”, argumenta a co-fundadora do Metendo a Colher, Renata Albertim.

As imagens também foram compartilhadas no Twitter pela deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), que comentou: "Risadas idiotas. Vergonha desses caras em grupo, se achando engraçados dizendo idiotices ao redor de uma garota. Façam isso com um russo bem grandão! Retuitei só pra dizer que esses babacas podem ter grana pra chegar lá mas não representam o Brasil".

Para a ativista e professora de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Ana Paula Melo, a ação do grupo demonstra como o machismo se utiliza de diferentes artifícios para subjugar as mulheres – no caso do vídeo, o idioma foi a ferramenta. “Fica muito claro a situação de ridicularização quando se coloca no lugar da moça estrangeira uma mulher do nosso convívio próximo. O que aqueles homens achariam se aquilo acontecesse com uma pessoa da família deles?”, questiona a professora.

Outras polêmicas
Diego Jatobá era filiado ao PSB quando esteve à frente da pasta de Turismo em Ipojuca durante a gestão de Pedro Serafim (PDT), encerrada em 2013. Nesse mesmo ano, já afastado do cargo, o advogado se envolveu em outra polêmica ao postar em suas redes sociais uma foto segurando várias cédulas de US$ 100. Depois da publicação, se justificou afirmando que o dinheiro não era seu e tratava-se de uma brincadeira entre amigos.

De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Jatobá não está filiado a nenhum partido. Sua a última filiação foi com a Democracia Cristã (antigo Partido Social Democrata Cristão - PSDC), que foi cancelada em 14 de abril deste ano. A reportagem entrou em contato com o advogado, mas, até esta publicação, não recebeu retorno.

Retratação
Para a ativista e membro do Fórum de Mulheres de Pernambuco Simone Franco, também é preciso discutir punições para esse tipo de atitude. “Na minha opinião, a retratação de pessoas públicas apenas alimenta o ciclo de violência contra a mulher. O homem faz e diz o que quer e depois posa de arrependido? A violência não é reparada com uma retratação. Acho que nós, mulheres, estamos cansadas de retratações públicas”.

 

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'Só arrancaram a casa do lugar, e fim': 4 anos depois, desapropriados da Copa questionam remoções desnecessárias PDF Imprimir E-mail

17/06/2018


O terreno de Romildo Ramos era "um sítio completo", com árvores frutíferas, água potável e uma casa construída com o esforço de muitos anos no Loteamento São Francisco, em Camaragibe, na região metropolitana do Recife. Até que a Copa de 2014 surgiu no horizonte, provocando uma série de desapropriações para abrir caminho para a Arena Pernambuco, um dos 12 estádios do mundial.

"A gente tinha o nosso canto, o nosso lar, era feliz", diz Paula Santos, 41 anos, nora de seu Ramos. "Desmoronou tudo. Para quê foi feita a Copa? Para tirar as famílias do lugar?"

Seu Ramos morreu pouco tempo depois da Copa terminar, no fim de julho de 2014. Sua casa havia sido demolida, e ele estava endividado após construir um cômodo às pressas na parte do terreno que lhe restou, após ter metade de seu lote desapropriado. "Ele estava sufocado. Tinha problema de coração e morreu de infarto. Não aguentou a pressão", lamenta ela.

Quatro anos depois da Copa, Paula só consegue sentir repúdio ao olhar para o estádio construído perto de sua casa pela Odebrecht, ao custo de R$ 532 milhões, palco para cinco jogos durante o mundial.

"Aquilo tirou nosso sonho, nossa estabilidade. Nossa perspectiva de viver em um lugar seguro. Hoje moramos no Ramal da Copa, com o terreno aberto para a pista, com carros passando, sem segurança, sem vizinhos. É muito descaso", diz.

Os dramas de moradores que sofreram desapropriações nos preparativos para a Copa do Mundo de 2014 se repetiram em outras cidades-sede no Brasil, nas quais milhares de remoções foram conduzidas também para abrir espaço para projetos de infraestrutura para o megaevento, como corredores expressos para BRTs (sistema de ônibus rápido) e alargamento de vias.

Somente no Rio de Janeiro, de acordo com cálculos do Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas da cidade, mais de 22 mil famílias passaram por remoções ou desapropriações entre 2009 e 2015 – em processos relacionados tanto ao mundial de futebol quanto aos Jogos Rio 2016.

Um deles foi Jorge Santos, de 57 anos, último morador a sair da Vila Recreio 2, comunidade de 183 famílias no Recreio dos Bandeirantes, desapropriada para a construção do BRT Transoeste.

"Passou a Copa, passou a Olimpíada e 80% do nosso espaço continua lá, vazio", diz Santos.

Para ele, os custos e o processo de sediar a Copa do Mundo fizeram o mundial "perder a graça" para os brasileiros.

"A Copa aconteceu em cima da desgraça de muita gente Brasil afora. Graças a Deus a Alemanha enfiou aquele 7x1, porque se Brasil tivesse vencido, teria sido o argumento de que tudo valeu a pena. O Brasil precisava de uma lição."

'Mania de grandeza'
De acordo com relatos ouvidos pela BBC News Brasil, muitas famílias removidas no processo de preparação para os megaeventos continuam sentindo os impactos no longo prazo.

Os prejuízos incluem a precarização da situação de moradia; a contração de dívidas; a ruptura de laços comunitários; a mudança para regiões periféricas e por vezes dominadas por facções criminosas; e processos burocráticos e extensos para receber indenização.

Isso fora a frustração sentida nos casos em que áreas desapropriadas acabaram não sendo usados para os fins que justificaram a remoção. Foi o caso de parte das remoções ocorridas no Recife, onde havia planos de construir uma ambiciosa "cidade da Copa" nos arredores da Arena Pernambuco, que foi erguida no município de São Lourenço da Mata, na região metropolitana da capital.

"Pernambuco tem mania de grandeza, e o projeto inicial era alardeado como uma cidade de ponta. Era para ser a primeira 'smart city' da América Latina, com a arena, shoppings, escolas e universidades", lembra a arquiteta e urbanista Ana Ramalho, professora da Faculdade Damas. "Nada daquilo foi construído, só o estádio", diz.

Ramalho integrava o núcleo interdisciplinar de pesquisa do Observatório das Metrópoles que acompanhava, nas doze cidades-sede brasileiras, os impactos da Copa do Mundo, coordenando o núcleo de Recife.

Ela estima que 900 famílias tenham sofrido desapropriações na região do estádio, mas o número não é oficial – a arquiteta diz que, apesar de reiterados pedidos feitos ao governo do Estado na época, números oficiais não foram repassados ao grupo de pesquisa.

Procurada pela BBC News Brasil, a Procuradoria-Geral do Estado de Pernambuco (PGE-PE) informou que 121 imóveis foram desapropriados no município de Camaragibe, nos arredores do estádio, para dar lugar às obras do Ramal Cidade da Copa, para o Terminal Integrado de Ônibus de Camaragibe Camaragibe e para a construção do Corredor Viário Leste-Oeste.

Das seis faixas inicialmente projetadas, entretanto, o Ramal da Copa acabou ficando com apenas duas; e o terminal integrado não foi construído.

"A área ficou largada, com um terreno vazio que hoje está cercado, murado", diz Ramalho. "Quatro anos depois, não se chegou a algum lugar. Não há evidência da utilidade pública que levou à desapropriação de tantas famílias naquela região", afirma a arquiteta.

Questionada pela BBC News Brasil, a Secretaria das Cidades do Estado de Pernambuco afirma que a área ainda será utilizada para a ampliação do Terminal Integrado de Camaragibe.

"Será realizada nova licitação para a revisão do projeto de ampliação do terminal", diz o órgão, por meio de sua assessoria de imprensa.

Mortes 'de desgosto'
Depois que seu sogro morreu, há quase quatro anos, Paula Santos e o marido gastaram o dinheiro "que não tinham" para fazer seu inventário e construir uma casa simples, até hoje inacabada, para substituir o imóvel demolido. É lá que vive hoje com seus dois filhos, na parte do terreno que ficou nas mãos da família.

Eles ainda aguardam a indenização pela área desapropriada, que está presa em juízo. Já sua sogra, a viúva de Seu Ramos, Neuza Lucinda, de 64 anos, mora no cômodo que ele construiu antes de morrer, em uma parte baixa do terreno, que alaga sempre que chove.

A nora diz que as condições são precárias. "Ela esta em depressão, morando em uma lama, no barraco que ele construiu. Falamos para ela vir morar com a gente, mas ela não quer. Não quer sair de casa", diz.

"Tiraram tudo que a gente tinha, e nada foi feito. Foi um descaso total. A gente era feliz. Hoje, estamos enraizados em dívidas. Só arrancaram a casa do lugar, e fim", exaspera-se.

Paula Santos conta onze pessoas da comunidade que morreram durante as desapropriações no Loteamento São Francisco.

Em maio de 2014, pouco antes da Copa, foi realizado um protesto pela morte de oito idosos falecidos no processo de luta contra as remoções. Depois disso veio a morte de seu Ramos, logo depois da Copa, e de Jerônimo Sebastião de Oliveira, alguns meses depois.

Em maio de 2014, a BBC News Brasil entrevistou seu Jerônimo no Loteamento São Francisco. Ele tinha 72 anos e estava profundamente desgostoso com sua situação, vivendo de favor na casa de uma sobrinha. Havia recebido uma indenização que dizia ser menos que metade do valor de sua casa, e insuficiente para comprar um novo imóvel.

"Eu tinha construído o meu futuro, que era a minha casa, com muito esforço. E, de repente, eles vêm e fazem uma derrota dessas com a gente. Derrubaram o que era nosso sem dar nosso direito", disse na época.

"Ele tinha um sítio que foi desapropriado para o Ramal da Copa e acabou indo morar perto de um lixão, em uma favela, em uma situação muito dramática", lembra o pesquisador Eduardo Amorim, que fez sua dissertação de mestrado sobre "os silêncios e silenciamentos da cobertura midiática na Copa do Mundo em Pernambuco" pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Paula Santos diz que ele ficou "desesperado" depois de ir morar na favela. "Ele não tinha como morar ali. Ficou desvairado, com a cabeça a mil por ora, falando que ia vender novamente para comprar em outro lugar. Caiu em depressão e faleceu."

'Eu comprei meu imóvel'
Ana Ramalho lembra que o Loteamento São Francisco era regularizado. As pessoas que viviam ali haviam comprado seus terrenos e não tinham histórico de resistência nem de ocupação.

"As pessoas falavam para elas que deviam protestar, fechar avenidas, queimar pneus na rua. E elas falavam: 'Eu não faço isso, eu nunca fiz isso. Eu comprei meu imóvel. Como é que agora eu vou queimar pneu na rua?'"

Para a arquiteta, o processo envolveu erros "gritantes" do ponto de vista de planejamento urbano. "E do ponto de vista humano, foi muito triste ver o interesse privado, do empreendedor, se sobrepor à gestão urbana. Foi um processo muito agressivo", diz.

De acordo com a PGE-PE, das 121 desapropriações realizadas no local, 55 foram realizadas de forma administrativa – ou seja, os proprietários entraram em acordo com o Estado para receber o valor proposto de indenização – e os pagamentos já foram quitados. As outras 66 foram por meio de processos judiciais, envolvendo pendências jurídicas ou disputa de valores, mas o pagamento foi liberado em cerca de 90% dos casos.

Nos demais, as indenizações estão depositadas em juízo e sua liberação depende do cumprimento de requisitos legais, como comprovação de propriedade dos imóveis e a regularização fiscal dos tributos incidentes sobre o bem expropriado.

Remoções 'desnecessárias'
No Rio de Janeiro, a pressão surtida pelos megaeventos foi dupla, com as obras realizadas para sediar a Copa de 2014 e os Jogos Rio 2016.

De acordo com a arquiteta e urbanista Giselle Tanaka, pesquisadora do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur), da UFRJ, o maior volume de remoções ocorreu entre 2009 e 2010.

A partir de então, o processo se deu de maneira mais espaçado, enfrentando maior mobilização e resistência de comunidades e denúncias de entidades de defesa de direitos humanos.

Tanaka integrava o Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas no Rio, que produziu relatórios periódicos sobre os impactos e violações de direitos relacionados à organização dos megaeventos. Ela considera que o cenário deixado pelas remoções hoje confirma os avisos que o grupo fazia no passado.

"O fato de muitas áreas desapropriadas continuarem vazias até hoje, quatro anos depois, só confirma que muitas remoções foram desnecessárias", diz. "Indica que as remoções não eram motivadas pela necessidade de obras, e sim por limpeza social. O objetivo era tirar moradores pobres de áreas que se queria valorizar."

Entre os exemplos citados por Tanaka estão a Vila Autódromo, ao lado do Parque Olímpico; a favela Metrô Mangueira, próxima ao Maracanã; e as vilas Recreio 1 e 2, onde as remoções deram lugar a um amplo matagal ao lado da avenida das Américas.

Questionada, a Prefeitura do Rio não respondeu antes da publicação desta reportagem, informando que, por se tratar de ações da gestão passada, seria necessário mais tempo para levantar informações sobre a destinação dos terrenos.

O jardineiro Jorge Santos, de 57 anos, lembra que a pressão sobre o Recreio 2, onde vivia com a família havia 16 anos, começou a ser sentida já em 2007, época dos Jogos Panamericanos no Rio.

Com a aproximação da Copa, a comunidade obteve apoio de entidades de defesa de direitos humanos, como a Anistia Internacional, buscando demonstrar que a remoção não era necessária para o traçado do BRT. Entretanto, não conseguiram impedir a remoção.

"Derrubaram a minha casa com tudo dentro, e isso quando o BRT já estava funcionando", lembra Santos.

Ele recebeu cerca de R$ 27 mil reais de indenização por sua casa e pelo imóvel de sua filha. O dinheiro foi gasto em pouco tempo, vivendo de aluguel. "Eu tinha sala, cozinha, banheiro, dois quartos e uma varanda, e me deram o valor de um barraquinho de madeira", diz.

Vizinhos que haviam concordado em negociar com a prefeitura saíram recebendo bem mais, lembra, com valores que chegaram a R$ 150 mil.

"Como eu resolvi brigar, me deram o valor mínimo. Mas a minha luta não era pelo dinheiro. Era para morar onde eu tenho direito, até que me provem que o uso daquele espaço realmente é necessário. Nunca ficou provado que era necessário."

A maioria das famílias da Vila Recreio 2 optou por negociar indenizações com a prefeitura, mas parte concordou em ser reassentada em condomínios do Minha Casa, Minha Vida em Campo Grande, na zona oeste do Rio. Entretanto, muitos acabaram não conseguindo ficar no local, dominado por grupos de milícia.

Santos hoje vive na Vila Taboinhas, a cerca de um quilômetro da Vila Recreio 2. Com a venda de uma camionete, conseguiu adquirir um terreno e aos poucos está levantando uma nova casa. Sua situação fundiária, porém, ainda é irregular, e ele se frustra sempre que passa pela área de sua antiga comunidade, o mato cobrindo os escombros que restaram das casas.

"Moradia não é só uma casa", afirma. "Há toda uma estrutura de família, amizade, convivência, trabalho, escola para filhos, comunidade religiosa. Vocês que são modernos e estudados chamam isso de pertencimento, não é? É um direito constituído, e que nos foi tirado."

 

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Entenda como o BC tem atuado para tentar amenizar a variação do dólar PDF Imprimir E-mail

17/06/2018


A instabilidade do mercado financeiro, provocada pela elevação dos juros nos Estados Unidos e a indecisão política no Brasil, pode fazer com que o Banco Central (BC) volte a adotar medidas que tinham cado no passado para tentar amenizar a variação do dólar. Até agora a autoridade monetária vinha atuando por meio dos swaps cambiais – venda futura da moeda norteamericana com garantia de cobertura da variação ao comprador. Há outras duas opções, no entanto, como a venda direta e os leilões de linha, que demandariam o uso das Reservas Internacionais do País, atualmente em US$ 382 bilhões.

Até a sexta-feira (15), o Banco Central tinha ofertado em contratos de swaps um total de US$ 24,5 bilhões. Desse valor, mais de US$ 18 bilhões foram vendidos. Desde 2002, quando o BC começou a usar esse instrumento, a última quinta-feira foi o dia em que mais foram ofertados contratos: 100 mil em três leilões. Mesmo assim, o dólar subiu mais de 2%, chegando a R$ 3,80. “Acho que o BC não deveria nem atuar via swap, mas já vender direto o dólar. Com a venda de swaps o banco está tentando segurar a variação, mas não está conseguindo fazer isso perfeitamente. Temos um cenário eleitoral ainda perturbado e o FED (banco central dos EUA) subindo os juros. Não dá para fazer um milagre com tantas notícias fora do domínio do BC mexendo com o mercado”, diz o economista e professor da FIA/LabFin Alexandre Cabral.

De acordo com Cabral, não há problema no uso dos swaps, porém, o melhor seria ofertar logo o dólar em maior quantidade. “O BC ainda não optou por algo além do swap porque deve estar vendo a movimentação do mercado, como especulação dos investidores dentro do País, sem necessariamente querer retirar os investimentos do Brasil”, reforça. Para a próxima semana, o Banco Central já anunciou o lançamento de mais US$ 10 bilhões para contratos em swaps.

No caso do swap cambial, as operações implicam custo ao governo, porque o BC, no tempo definido dentro do contrato de compra do dólar, se compromete a pagar a diferença correspondente à variação da moeda, acrescida de uma taxa de juros (cupom cambial). Já o comprador arca com a variação da Selic. Segundo pesquisa da consultoria Trullet Prebon, publicada pela Agência Estado, tal instrumento de contenção da alta cambial já custou US$ 25,2 bilhões nos últimos dez anos. “O Brasil tem Reservas Internacionais num montante suficiente para proteger o País de um ataque especulativo muito forte. Já usamos em swaps cambiais metade do valor que a Argentina vai receber de socorro do FMI (US$ 50 bilhões). O que pode acontecer é que fatores extraordinários, como greves, escândalos políticos, candidatos não alinhados com o mercado à frente nas eleições e movimentações internacionais pressionem ainda mais o câmbio e forcem o BC a agir de maneira mais firme”, diz o professor de economia internacional da UFPE, Ecio Costa.

Atuação firme do BC

O pulso firme do BC seria justamente a retomada da venda direta do dólar, algo que não é feito desde 2009, durante a crise internacional. A venda direta, embora não gere custo ao governo, demanda a retirada de dólar das reservas para venda à vista. O mesmo mecanismo é adotado nos leilões de linha, diferindo porque, nesse caso, o dólar vendido ao mercado é devolvido ao BC, como um empréstimo. “Até o período de eleição devemos seguir com esse cenário de desvalorização. Os swaps são mais interessantes para o BC, até então, porque preservam as Reservas Internacionais, mas o uso desse ‘estoque’ não está descartado”, complementa Costa.

Segundo ele, além de conter a variação do dólar durante uma especulação – alta muito forte e rápida –, as reservas são importantes para fechar o balanço de pagamentos do País e garantir a independência do FMI e empréstimos internacionais. “Estamos vivendo um momento inverso. Em 2009 a taxa de juros foi zerada nos EUA e na Europa. Os investidores seguiram para os países emergentes porque as taxas estavam acima dos 10%. Agora, o Brasil e outros emergentes estão com juros baixos, o que faz os investidores voltarem para locais mais seguros e isso pressiona o câmbio”, explica o professor da UFPE. Questionado sobre as ações futuras, o BC disse não antecipar decisões a serem tomadas na área de câmbio.

 

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Manta caprina e ovina de Petrolina será destaque durante o Siacarne PDF Imprimir E-mail

15/06/2018


O I Simpósio Ibero-Americano de Marcas de Qualidade de Carne e Identificação Geográfica (Siacarne) acontece entre os dias 18 e 20 de junho, das 8h às 18h30, no Auditório da Biblioteca e nas salas de núcleos temáticos da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), no campus Centro, em Petrolina-PE.

Voltado para produtores rurais, representantes do comércio de carnes caprinas e ovinas (abatedouros, supermercados e restaurantes), pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação, o evento tem o objetivo de promover a discussão de temas relevantes na área de Ciência da Carne e debater a importância das marcas de qualidade e da indicação geográfica de produtos do setor.

Entre os destaques do Simpósio está a manta caprina e ovina de Petrolina, que está em discussão por um grupo de trabalho interinstitucional para a formalização de uma proposta de patrimônio cultural do município. Segundo o pesquisador Tadeu Voltolini, da Embrapa Semiárido, a manta consiste no produto gerado a partir do processo de manteação da carcaça de caprinos e ovinos, salga e secagem, o que, na região, dá origem ao tradicional bode assado.

De acordo com Voltolini, o produto tem seus constituintes já caracterizados pela pesquisa, como a sua composição físico-química, além do processo de manteação, salga e secagem. “São todas características que tornam típico e particular esse produto, que é sinônimo de um produto de qualidade, com o animal criado de forma adequada, social, que representa saúde, com um processo de obtenção que segue padrões e valoriza o sabor da carne produzida na região , destaca o pesquisador.

A manta caprina e ovina da região Semiárida será discutida no segundo dia do evento (19), em mesa redonda que inclui, além do produto de Petrolina, também a manta de Tauá, no Ceará. Elas serão apresentadas, respectivamente, pelo professor Roberto Germano Costa, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pela pesquisadora Lisiane Dorneles de Lima, da Embrapa Caprinos e Ovinos.

No terceiro dia (20), a manta também será tema de um minicurso, “Manteação de carcaças caprinas e ovinas”. Além desse, ainda serão oferecidos os minicursos “Ciência da Carne”, “Avaliação de carcaça e qualidade da carne de caprinos e ovinos” e “Cortes especiais de carcaças de caprinos e ovinos”.

A programação do Siacarne começa no dia 18, às 9 horas, com a cerimônia de abertura, seguida pela mesa redonda “Marcas de qualidade de carne”, que contará com a participação dos palestrantes internacionais. O professor Alfredo Jorge Costa Teixeira, do Instituto Politécnico Bragança, de Portugal, inicia com a palestra “Marcas de qualidade de carne: Uma necessidade, uma exigência”. Ele será seguido pelo professor José Manuel Lorenzo Rodrigues, do Centro Tecnologico de la Carne, da Espanha, que discorrerá sobre “A indicação geográfica de produtos na Europa e a qualidade de produtos cárneos”. Por fim, o professor Francisco de Assis Fonseca de Macedo, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), encerra as palestras da mesa trazendo os “Aspectos gerais da qualidade sensorial de produtos cárneos”.

Na tarde do dia 18, o evento ainda contará com duas palestras, sobre “Tendências para melhor atender os clientes consumidores de carne caprina e ovina”, com Robério Araújo, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e sobre “A indicação geográfica de produtos no Brasil”, com Eduardo Andrade Bemfica, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O evento também contará com apresentações de pôsteres.

As inscrições para participar do Siacarne podem ser realizadas pelo site www.siacarne.com.br. O evento é realizado por meio de uma parceria entre a Univasf, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Instituto Federal de Educação, Ciência do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE) e Embrapa. O simpósio é promovido pela Rede Ibero Americana de Marcas de Qualidade de Carnes (Marcarne) e conta com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Sebrae e Contactus Comunicação.

 

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Formatar TCC online: conheça 3 ferramentas que vão facilitar a sua vida PDF Imprimir E-mail

15/06/2018


Um dos maiores pesadelos para estudantes de todas as áreas que estão concluindo seus cursos é escrever os trabalhos seguindo as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Mas você sabia que já é possível formatar TCC online?

Isso mesmo, na web existem algumas ferramentas que ajudam você a formatar TCC online de maneira mais simples e rápida. Elas facilitam a vida dos estudantes, que podem focar com mais afinco na escrita e produção do texto, sem precisar enlouquecer ao ainda pensar em todas as normas e regras que devem ser seguidas.

Formatar TCC online de graça
As opções de ferramentas na web para formatar TCC online são muitas, então separamos três para você escolher de acordo com suas necessidades.

A Menthor.co é uma startup de Curitiba que desenvolveu um editor de texto que já segue as normas da ABNT à medida em que o usuário digita o texto. Gratuita, a ferramenta ajusta textos acadêmicos de todos os tipos, inclusive o TCC. Na versão disponível é possível baixar um arquivo do Word após o preenchimento dos dados.

O usuário insere os dados e, conforme for completando a referência nos campos, um preview situado logo acima dos boxes atualiza em tempo real. O recurso permite que o mesmo obtenha um feedback imediato do que está ocorrendo, sem deixar o usuário perdido em nenhum momento.

A ferramenta ainda gera as referências bibliográficas já em ordem alfabética, seguindo as Normas da ABNT sem nenhum erro.

TCC uniformizado de modo mais fácil e rápido
Checar se todas as referências estão corretas e os espaçamentos, parágrafos e fontes, uniformizados como manda a ABNT é um trabalho descomunal que todo estudante passa na hora de formatar o TCC. Um ou outro detalhe sempre acaba passando, então muita gente opta por pagar para alguém realizar essa tarefa chata e minuciosa.

Com o surgimento de ferramentas online, esse trabalho ficou bem mais simples. O FastFormat é mais uma delas. Criado por três colegas de pós-graduação em Computação da UFPE, o site é gratuito e usa um software de edição que padroniza trabalhos acadêmicos de todos os tipos.

A partir de modelos já prontos, o FastFormat traz centenas de templates em seu programa para artigos de conferências e periódicos, trabalhos de conclusão de curso, monografias, dissertações e teses, todos seguindo os parâmetros determinados pela ABNT.

Além da formatação em si, a ferramenta ainda possui um corretor gramatical que revisa o texto do documento. O site também possui um blog que traz uma série de dicas sobre a escrita científica.

Outra opção de ferramenta
O Mettzer é outro software de edição de textos feito para facilitar a vida de estudantes. Entre suas funções estão a criação de sumário, paginação e listas automáticas. O trabalho é pré-estruturado e existe a possibilidade de formatação de ilustrações, citações e referências.

A ferramenta oferece um período de experiência grátis por sete dias e possui diferentes pacotes de preços a depender das necessidades do usuário.

Então, formatar TCC online ficou muito mais prático, não é?

 

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