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Concerto da Sinfônica Jovem da PB terá participação de alunos de regência da EEMAN PDF Imprimir E-mail

05/12/2017

 

Geraldo Marinho Júnior e Daniel Berg, alunos de regência da Escola Estadual de Música Anthenor Navarro (EEMAN), sob a orientação do maestro Luiz Carlos Durier, vão participar como regentes convidados do concerto de encerramento da Temporada 2017 da Orquestra Sinfônica Jovem na Paraíba, nesta quinta-feira (07/12) à noite no Espaço Cultural José Lins do Rêgo, em João Pessoa.

O concerto tem entrada gratuita e contará com dois músicos da OSJPB, o flautista Eltony Nascimento e o oboísta Danrley Natan, como solistas.

Violista e aluno de regência da EEMAN, Geraldo Marinho Júnior vai estar à frente das duas primeiras obras que serão executadas nesta apresentação. Eltony Nascimento e Danrley Natan atuarão como solistas no “Concerto para flauta, oboé e orquestra”, de Antonio Salieri (1750-1825). Em seguida, será executada a “Canção da Primavera, Op. 16”, de Jean Sibelius (1865-1957).

A regência de “Danças Norueguesas, Op. 35”, de Edvard Grieg (1843-1907), com orquestração de Hans Sitt, será de Daniel Berg, também aluno da EEMAN. A segunda parte do concerto estará sob a batuta do regente titular da Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba, maestro Luiz Carlos Durier.

Serão executadas “Introdução e Scherzo”, de Jean Louis Nicodé (1853-1919); “Herodíade – Suíte de Ballet (dividida em Os Egípcios, Os Babilônios, Os Gauleses, Os Fenícios e Final)”, composição de Jules Massenet (1842-1912), e, encerrando, “Contos Tradicionais de Natal”, de Dierson Torres.

Regentes

Luiz Carlos Durier – Paraibano de João Pessoa, Luiz Carlos Durier é o regente titular da Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba (OSJPB) há 20 anos. Seu trabalho direcionado para jovens músicos em formação tem reconhecimento em todo o Brasil. Em setembro de 2013 foi nomeado diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica da Paraíba (OSPB).

Como regente convidado conduziu a Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte, Orquestra Sinfônica do Estado de Sergipe, Orquestra Sinfônica da UFRN e Orquestra Criança Cidadã do Recife. Durier também regeu a Orquestra de Cordas da 29ª e 30ª Oficina de Música de Curitiba. No ano de 2012, o maestro recebeu a Comenda de Honra ao Mérito, pelo desempenho profissional frente à OSPB.

Entre suas atividades, conduziu a OSPB na gravação ao vivo do CD da cantora Marinês e sua Gente e do DVD Sivuca e os Músicos Paraibanos. Com a OSPB e a OSJPB, esteve à frente de concertos com artistas populares como Ângela Rô Rô, Arnaldo Antunes, Tico Santa Cruz e Renato Rocha (Detonautas), Flávio José, Genival Lacerda, Alcione, Toninho Ferragutti, Geraldo Azevedo, Dominguinhos e Zélia Duncan.

Por dois anos consecutivos, Luiz Carlos Durier regeu a Orquestra Sinfônica da Paraíba e a Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba em grandes concertos comemorativos ao aniversário da cidade de João Pessoa, com artistas paraibanos, que lotaram o Teatro Pedro do Reino, no Centro de Convenções. No dia 5 de agosto do ano passado, a apresentação teve como destaque o cantor e compositor Zé Ramalho, e neste ano, as atrações foram as cantoras Cátia de França e Nathalia Bellar.

Geraldo Marinho Júnior – É violista, bacharelando em Música na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e aluno da classe de Regência da Escola Estadual de Música Anthenor Navarro (EEMAN), em João Pessoa. Atuou em três grupos da UFRN: Orquestra Sinfônica, de 2012 a 2015; Orquestra de Câmara, no período de 2013 a 2016, e Orquestra Infanto-Juvenil, de 2013 a 2017.

É violista do Café Quarteto desde 2014, além de professor de violino e viola da Academia Jaime Lourenço há dois anos, período em que atua também como regente da Camerata Potiguar.

Entre as atividades desenvolvidas pelo músico estão participações em cursos de capacitação no Festival Internacional de Música Eleazar de Carvalho (2011), Semana de Música da UFRN (2011-2013-2015), Festival Internacional de Música de Piracicaba (2012), Semana de Música de Câmara da UFRN (2012), Oficina de Cordas da UFRN (2013), Festival Internacional de Música de Maranguape (2013), Festival Internacional de Música nas Montanhas (2014), Festival Internacional SESC de música em Pelotas (2014-2015) e Festival de Música de Santa Catarina (2016 - 2017).

No exterior, Geraldo Marinho participou do Recital de Música de Câmara Brasileira no Castelo de Gottesaue, em Karlsruhe – Alemanha, em 2015. Como músico de orquestra, esteve sob a batuta de Edilson Venturelli (BRA), Jean Reis (BRA), Fabio Presgrave (BRA), Guillaume Bourgogne (FRA), Sergey Eleazar de Carvalho (BRA), Renato Accioly (BRA), Luiz Carlos Durier (BRA), Dante Anzolinni (ITA), Ehrlich Nachuntersuchung (ISR), André Muniz (BRA), Leandro Gazieneo (BRA), Ronedilk Dantas (BRA), entre outros.

Daniel Berg – Natural de Conceição (PB), Daniel Berg é formado em língua francesa pela Universidade Federal da Paraíba e é bacharelando em Regência pela mesma Universidade. Estudou na UNIL, Universidade de Lausanne-Suíça, onde formou um coral. Como maestro e solista, se apresentou em cidades da Europa, sobretudo em Zurique, Berna e Lausanne. Como professor de educação musical, leciona musicalização em escolas da capital e é regente de vários corais no Estado. Estudou regência com Henry Leck, Gary Packwood, Karl Nelson, Sara Lynn Baird, Samuel Kerr, Tom K e Geraldo Dias. Atualmente estuda com o maestro Luiz Carlos Durier.

Solistas

Eltony Nascimento – Iniciou seus estudos musicais na prefeitura de São Lourenço da Mata, no ano de 2000, e em 2002 começou a estudar flauta transversal no Conservatório Pernambucano de Música.

Músico da Orquestra Sinfônica Jovem do Conservatório Pernambucano de Música (OSJCPM) há seis temporadas, já atuou como solista executando o Concerto de Mozart em Sol Maior para Flauta, e a Fantasia Carmen/François Borne. Há três temporadas, atua como primeiro flautista da orquestra. Eltony é também músico integrante do Quarteto Romançal, grupo dirigido pelo compositor Antônio Madureira. Atuou com o grupo nas aulas espetáculos do escritor Ariano Suassuna.

Participou de festivais como “Fábrica de Música”, em Recife, IX E X Festival Internacional de Flautista (ABRAF), e de masterclasses com flautistas renomados, entre eles, Antônio Carrasqueira (Quinteto Villa-Lobos), Juan Carlos Choenet (Espanha), James Lyman (EUA), Adeline Stervinou (França), Philipp Boucly (Alemanha) e Emannuel Pahud (Suíça).

Tocou em várias óperas, a exemplo de Elixir do Amor (Donizeti), O Morcego (J. Strauss), Don Giovanni e A Flauta Mágica (ambas de Mozart). Foi professor estagiário no Conservatório Pernambucano de Música. Atualmente é aluno do Curso de Bacharelado em Flauta Transversal da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e atua como flautista do Quinteto de Sopros Arrecife.

Danrley Natan – Iniciou seus estudos de oboé aos 9 anos, na Escola de Música Anthenor Navarro, sob orientação da professora Nadja Amorim, e no mesmo ano ingressou na Orquestra Infantil do Estado da Paraíba, sob a regência da maestrina Norma Romano. Como integrante da orquestra infantil, participou de apresentações dentro e fora do nosso estado. Em 2011 concluiu seus estudos musicais na Escola de Música Anthenor Navarro e ingressou no Grupo Armorial Ariano Suassuna. Foi integrante da OSJPB nas temporadas 2012, 2013 e 2015. Como oboísta, apresentou-se junto à várias orquestras como: OSUFPB, OSUFPB-Jovem, OSMJP e OSPB. Participou ainda do I e II Festival Internacional de Música Clássica de João Pessoa. Atualmente é aluno do Bacharelado de Música (Oboé), sob orientação do professor João Johnson dos Anjos.

Serviço:

8º Concerto Oficial da Temporada 2017 da Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba

Regentes: Geraldo Marinho Júnior
                Daniel Berg
                Luiz Carlos Durier

Solistas: Eltony Nascimento
              Danrley Natan

Dia: 07/12/2017 (quinta-feira)

Hora: 20h30

Local: Sala de Concertos Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural

Ingresso: Gratuito

 

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Fundação Rede Brasil Sustentável realiza seminário, em Manaus PDF Imprimir E-mail

11/12/2017

A presidente da Fundação Rede Brasil Sustentável, Heloísa Helena, esteve em Manaus neste fim de semana e coordenou o Seminário ‘Utilização de Recursos Naturais’. O evento integra os debates em torno de 18 eixos estratégicos para a construção de políticas públicas com o objetivo de construir um Brasil sustentável, em todas as suas nuances.
Segundo Heloísa, além da democratização do conhecimento, foram apresentadas propostas concretas para implementacão, inclusive a curto prazo, da dinamização econômica e geração de emprego com preservação ambiental.

“Os expositores foram pessoas de áreas temáticas diversificadas, como membros de universidades, movimentos sociais, organizações da sociedade civil e diversas instituições públicas. A democratização do conhecimento é o que nos move”, assinalou.

Os debates iniciaram em novembro, em São Paulo, com Gestão Pública e Economia. “Também já abordamos Pacto Federativo e Municipalismo, em Salvador (BA), agora debatemos a Utilização de Recursos Naturais, e dia 16 próximo vamos estar em Cuiabá (MT) com o tema Trabalho”, acrescentou Heloísa.

Foram expositores em Manaus, pela manhã, Adriana Ramos, coordenadora do Programa de Política e Direito Socioambiental do Instituto Socioambiental (ISA), organização não governamental brasileira; Ricardo Abramovay, graduado em filosofia pela Universidade de Paris X Nanterre. Mestre em política pela FFLCH/USP; Sérgio Leitão, advogado, fundador e diretor de Relacionamento com a Sociedade do Instituto Escolhas. O debate foi mediado por Muriel Saragoussi, engenheira agrônoma pela ESALQ/ USP, doutora em fisiologia vegetal opção melhoramento de plantas pela ENSAR/França.

À tarde, os palestrantes foram Anivaldo Miranda, Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e fundador da ONG ambientalista Movimento Pela Vida – Movida – a mais antiga de Alagoas; Clóvis Cavalcante, economista ecológico. Estudou economia na graduação da UFPE e na pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas (Rio) e Universidade de Yale (EUA); Marussia Whately, consultora na área de recursos hídricos e sustentabilidade. Coordena a Aliança pela Água, coalizão de organizações da sociedade para propor soluções para a crise da água em São Paulo; e Muriel Saragoussi, sob a mediação de Tacius Fernandes.

Seminários pelo País

A Fundação Rede Brasil Sustentável está realizando uma série de seminários em torno de 18 eixos estratégicos para um Brasil Sustentável. O objetivo é reunir colaboradores das mais diversas áreas de atuação e de todas as regiões do país para compartilharem reflexões, experiências e alternativas para os desafios brasileiros.

Os seminários acontecerão em diferentes cidades e serão transmitidos ao vivo pela internet. Serão convidadas pessoas de diferentes áreas temáticas, entre membros de universidades, movimentos sociais, organizações da sociedade civil e de diversas instituições públicas. Os resultados dos seminários serão sistematizados para que deles sejam extraídas diretrizes estratégicas e propostas de políticas públicas para as temáticas discutidas.

 

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O calvário da inovação científica do Brasil que teme dar marcha ré PDF Imprimir E-mail

11/12/2017

O moderno edifício do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE), no Recife, está silencioso e com pouco movimento. Alguns cientistas vestidos com jalecos trabalham concentrados nos laboratórios de biotecnologia e nanotecnologia do centro. Lá, buscam soluções para aumentar a produtividade das plantações de cana de açúcar, para reflorestar em tempo curto a mata atlântica e despoluir rios de maneira rápida e barata. Mas os cortes orçamentários do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), ao qual está vinculado, resultaram em menos bolsas de pesquisa e fizeram com que esta unidade dispensasse trabalhadores terceirizados.

A luta hoje é por manter os caríssimos e modernos equipamentos em funcionamento e por não ter que descontinuar nenhum dos projetos. "A gente tem sobrevivido. Estou há sete anos como diretor, mas faz três que não tenho condição de fazer um planejamento", conta André Galembeck, o máximo responsável pelo centro.

O CETENE foi criado em 2005 com o objetivo de fazer a interface entre a indústria e a academia e desenvolver trabalhos nas áreas de biotecnologia, nanotecnologia e microeletrônica que pudessem solucionar problemas, sobretudo aqueles encontrados no Nordeste. Além disso, o fato de a região contar com um centro tecnológico de excelência diminuiria a dependência dos centros no eixo Sul-Sudeste. Seu edifício, inaugurado em 2010, fica em um terreno cedido pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no campus universitário do Recife. Os últimos anos foram, no entanto, de aperto orçamentário.

No Brasil, os investimentos em ciência são feitos majoritariamente pelo Governo Federal via ministério, responsável por bolsas de estudo cedidas pelo CNPQ, o orgão nacional de pesquisa, e por dezenas de unidades de pesquisas em todo o país, como o próprio CETENE. O orçamento do ministério aumentou constantemente na última década e em 2010, ainda sem a pasta de Comunicações incorporada, teve um pico de aproximadamente 8,6 bilhões de reais — corrigido pela inflação, o equivalente a 10 bilhões de reais hoje. "O que aconteceu? Todo mundo tinha projeto aprovado. O dinheiro fluiu muito. A queda começa a partir de 2011, mas existe uma inércia para as coisas começarem a dar errado", explica Galembeck. Isso significa que se um pesquisador aprovou um projeto em 2010, o dinheiro conseguido para ele durou dois ou quatro anos. "A comunidade científica demora para entender que recursos foram cortados porque todo mundo está com projetos aprovados. Mesmo em 2011 e 2012 ainda tinha muita oportunidade. A partir de 2015, o sistema já não estava se segurando. Neste ano a situação está insustentável".

Em 2015, logo após a reeleição de Dilma Rousseff (PT) para a presidência, o MCTIC sofreu um corte de 29%. Em 2016 foram mais 19% e, em 2017, mais 44%. Neste ano, dos 5,8 bilhões disponibilizados inicialmente, apenas 3,3 bilhões foram liberados. O principal resultado vem sendo o congelamento de pesquisas, o corte de bolsas e a fuga de cérebros para o exterior. "Como você faz quando é informado que tem um valor e depois tem que se planejar com 44% a menos? A restrição é severa e chegou ao ponto de termos recursos para apenas funcionar no básico, com o mínimo de pessoal", diz Galembeck.

Alguns projetos independentes da disponibilidade de orçamento ajudam a manter parte da estrutura do CETENE funcionando. É o caso do setor de microeletrônica. Além de ter um custo operativo menor por causa de seu maquinário, há projetos tocados em parceria com empresas. Um exemplo é o protótipo que permitirá monitorar o funcionamento de uma bateria automotiva a distância e evitar que o motorista seja surpreendido quando parar de funcionar. Parcerias como esta, explica Galembeck, fazem com que a situação não esteja mais grave e nenhum projeto tenha sido descontinuado.

O que faz o CETENE

Ao entrar no amplo salão do andar térreo, a reportagem é conduzida até a lateral direita do prédio. Seguimos pelo corredor esquerdo e chegamos na área de biotecnologia, onde pesquisadores fazem seus trabalhos em reatores e pequenas estufas cheias de mudas de plantas. Nesses espaços, eles trabalham com o "melhoramento genético" — diferente de mutação genética, quando se altera o DNA e as características naturais das plantas — que irá permitir uma maior produtividade em plantações de cana de açúcar ou a germinação mais rápida de plantas da mata atlântica. "Nosso intuito é colocar o material no campo para que ele possa chegar a fase de maturação ou de colheita sem a impregnação de nenhum tipo de patógeno", explica o técnico de laboratório Wilson Souza de Mendonça.

Uma vez plantada, a cana de açúcar "produz até 40% do produto final por hectare plantado, enquanto a nossa cana consegue produzir até 80%", acrescenta Mendonça. Desenvolvida em laboratórios, passando por estufas e uma usina piloto do centro, as mudas da cana desenvolvidas no CETENE são disponibilizadas para os produtores que queiram adquirir esta tecnologia e aumentar sua produtividade. O centro também trabalha com espécies da mata atlântica que correm o risco de extinção. "Sementes que na natureza demoram de 200 a 300 dias para germinar, com uma viabilidade menor de 5%, aqui no laboratório conseguimos fazê-la germinar de 20 a 30 dias com uma viabilidade maior de 90%" explica Galembeck, diretor do centro. "Isso permite a gente pensar num programa de reflorestamento para valer, em larga escala, a partir de uma política de governo ou do investimento de uma empresa. Nossa missão é demonstrar que a tecnologia é viável", completa. Ele lembra ainda que no Brasil inteiro só restaram 13,5% da cobertura original da mata atlântica, uma cifra que vai para 1,5% se considerado apenas o Estado de Pernambuco.

Como os cortes orçamentários, além da falta de verbas para insumos, há o risco do fechamento de grandes estruturas, como a biofábrica, que produz mudas de cana de açúcar em larga escala. "Fazemos pesquisas junto a usinas, que nos pagam. Se sou obrigado a fechar a unidade dessa, não é só o prejuízo de descontinuar uma estrutura já montada. A falta de dinheiro vem duas vezes, porque perco oportunidade de conseguir receitas de outras fontes pelo fato de ter esta unidade", argumenta Galembeck.

Em outro corredor, na mesma extremidade do prédio, está o setor de nanotecnologia. Ali, máquinas sofisticadas permitem ver e caracterizar partículas nanométricas que atravessariam o tecido da mão humana. Os pesquisadores que operam estes equipamentos tentam viabilizar o hidrogênio como matriz energética ou desenvolvem tecnologias que, utilizando a luz solar como catalisador, despoluem rios. "Temos aqui em Pernambuco um polo de produção de jeans que polui muito. Já conseguimos fotodegradar mais de 50% do corante após um ano e meio de pesquisa. Estamos desenvolvendo fotocatalizadores cada vez melhores e economicamente viáveis", explica Rhauani, pesquisadora da graduação de engenharia de Materiais da UFPE que recebeu uma bolsa de iniciação científica do CETENE.

Um dos feitos do laboratório é uma tecnologia, já patenteada e publicada, baseada em nanopartículas de prata usadas para combater a cárie sem a necessidade de usar a broca. "Trata-se de um líquido viscoso que, uma vez aplicado na região da cárie, tem uma eficiência muito alta. É um método menos invasivo, menos agressivo, que náo passa pelo processo traumatizante pras pessoas de passar na maquininha", explica Galembeck.

Mas alguns dos equipamentos usados para todos essas pesquisas estão parados por falta de verba para manutenção. "Este infravermelho mostra a impressão digital de uma molécula. Se você traz um pó branco, ele diz se é talco, gesso, cocaína, se é ta pura ou misturada... A vida útil do laser é de cinco anos e veio a quebrar agora", aponta Mendonça. "Está vendo este microscópio? Também quebrou. 80.000 dólares para consertar", mostra. Apontando para uma máquina que parece uma grande impressora, explica tratar-se de um espectômetro de dicroísmo circular. "Demorou quase três anos para ser consertado. Apesar de termos uma parceria para importação direta, o que diminui impostos, não tínhamos o dinheiro para consertar. Foi gasto nele cerca de 60.000 reais em peças e mão de obra", conta o técnico de laboratório, que explica ainda ter que tirar verbas de projetos para consertar alguns equipamentos. "Cavo um buraco aqui para tapar outro ali", resume.

Assim como no setor de biotecnologia, a falta de manutenção não significa apenas desperdiçar uma estrutura que custou muito dinheiro para ser montada. Ela também ameaça receitas extras provenientes de parcerias com empresas, que no CETENE passam a ter acesso a técnicas de caracterização de materiais. "Se de repente quebra um microscópio eletrônico, que é caríssimo, e por falta de recursos eu não tenho como pagar manutenção ou a peça nova, eu perco de novo a oportunidade de captar mais projetos e corro risco de perder os projetos já assinados", explica Galembeck.

Com a possibilidade da descontinuidade de projetos, os maiores prejuízos poderão ser sentidos em alguns anos. "A pesquisa não é algo que você para e retoma. O mundo inteiro está correndo, não tenha a ilusão de que você é o único que está querendo despoluir os rios. Existe uma competição, existem pessoas dedicando suas vidas a isso", explica Galembeck. "Não podemos deixar isso aqui num processo de deterioração. Nós já estamos atrás na corrida tecnológica", conclui.

 

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Hanseníase no Recife é endêmica, subnotificada e em contínua transmissão PDF Imprimir E-mail

06/12/2017

 

A hanseníase no Recife continua endêmica, com focos não notificados, em contínua transmissão e com diagnóstico tardio. É o que mostra pesquisa damédica dermatologista Renata Cavalcanti Cauás. O estudo de tendência temporal da hanseníase no Recife no período de 2001 a 2015, tema da dissertação de mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) aponta que, nos 14 anos que compreendem o período dos dados observados, foram notificados 12.068 casos novos, dos quais 12,42% em menores de 15 anos de idade e 49,6% em pessoas com idade de 20 a 49 anos.

O estudo, orientado pela professora Vera Magalhães, aponta, ainda, que, embora haja uma tendência de queda dos coeficientes de detecção na população geral e em menores de 15 anos, esses coeficientes permanecem classificados como de "muito alta" endemicidade e "hiperendêmico", respectivamente.

A relevância de se investigar a população mais jovem, segundo Renata Cauás, se deve ao fato de que a detecção de casos em menores de 15 anos é utilizada como evento-sentinela, sendo um dos indicadores mais sensíveis para o controle da hanseníase, uma vez que se encontra relacionado com transmissão ativa e recente da endemia. "Pode-se também inferir que a exposição precoce ao bacilo aumenta a probabilidade de adoecimento e, sendo assim, a detecção em menores de 15 anos é tomada como um indicador de maior gravidade da doença", destaca ela.

No que se referem à forma clínica da patologia, os dados revelam que a hanseníase tuberculóide foi a mais frequente. E essa constatação, segundo analisa a pesquisadora, torna a situação mais preocupante, pois que esse tipo de hanseníase favorece a manutenção da endemia na cidade. "Esse é um indicador de alta endemicidade e evidencia tendência de expansão da doença pelo fato de acometer indivíduos imunocompetentes, revelando a presença de focos de transmissão oculto na comunidade", explica.

Também classificado como alarmante no estudo é o fato de haver contínuo registro (3,8%) de casos com incapacidade física grau 2, numa escala que vai de 0 a 2. Ainda quanto a essa categoria, 73,1% dos casos foram classificados como grau 0, considerando-se que cerca de 10,6% das informações sobre o grau de incapacidade foram não avaliadas ou ignoradas. Os resultados, na avaliação da pesquisadora, estão bem acima do esperado, mesmo para áreas endêmicas, principalmente em relação ao número de casos em crianças e adolescentes.

Quanto ao índice de detecção no Recife, observou-se uma redução ao longo do tempo, a dermatologista ressalta em seu trabalho que, a partir desse dado, é possível se medir a magnitude da doença, uma vez que esse coeficiente está relacionado com a incidência real e a agilidade diagnóstica dos serviços de saúde. Segundo Renata Cauás, somente conhecendo a realidade se pode estimar a endemia oculta, na qual está contida a força de transmissão da hanseníase. "Se a capacidade dos serviços de saúde em oferecer diagnósticos precoces melhora, o coeficiente de detecção pode com o tempo ir se igualando a incidência real, enquanto a endemia oculta tenderia a diminuir", complementa.

Os dados foram coletados a partir de informações contidas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), fornecidos pelo Sistema de Informação do Programa de Controle da Hanseníase do Recife. Já segundo dados do Ministério da Saúde, coletados pela pesquisadora, se comparado aos demais estados brasileiros, Pernambuco apresenta destaque em relação aos indicadores da doença. "Em um levantamento feitos entre 1990 a 2008, o estado aparece com um coeficiente de detecção de casos de hanseníase na população geral classificado como de 'muito alta' endemicidade", analisa.

Ao avaliar a relevância do levantamento realizado, a autora da pesquisa esclarece que estudos de tendência temporal fornecem um diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na população ao longo do tempo e são importantes para verificar o resultado das medidas instituídas para controle de determinada doença. "O ajuste estatístico da série histórica, ao capturar a tendência do indicador, também pode permitir a predição de valores para os anos seguintes", afirma Renata.

Ratificando a importância dos indicadores levantados, a pesquisa ressalta que o coeficiente de detecção de casos novos estima a magnitude da doença, uma vez que é capaz de inferir a incidência real e a agilidade diagnóstica dos serviços de saúde e que os casos da doença com grau 2 de incapacidade avaliada no momento do diagnóstico, quando presente em altas proporções, demonstram insuficiência na qualidade dos serviços de saúde, ou seja, diagnóstico tardio.

Como balanço de todos os dados, a pesquisadora entende que "o cenário aponta a necessidade de maior treinamento das equipes de saúde e de contra-referência adequada, já que o Ministério da Saúde preconiza que a doença deve ser diagnosticada e tratada nas unidades básicas de saúde e longe dos centros especializados onde há o contínuo estudo da hanseníase".

 

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MPPE comemora 15 anos de atuação do Grupo de Trabalho de Enfrentamento à Discriminação Racial PDF Imprimir E-mail

11/12/2017

O Grupo de Trabalho de Enfrentamento à Discriminação Racial (GT Racismo) do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) comemora 15 anos de atuação nesta segunda-feira com uma palestra no auditório do Centro Cultural Rossini Alves Couto, na Avenida Visconde de Suassuna, 99, no bairro de Santo Amaro.

A professora do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Liana Lewis vai falar sobre o tema Racismo e o cotidiano da juventude negra. Na ocasião será realizada uma homenagem póstuma ao ex-procurador-geral de Justiça Romero de Oliveira Andrade, chefe da instituição à época da criação do GT Racismo.

Haverá ainda a abertura da exposição fotográfica Juventude negra e sua realidade, realizada em parceria com o curso de bacharelado em fotografia das Faculdades Integradas Barros Melo (Aeso), tendo imagens feitas pelos alunos sob a curadoria do fotógrafo e professor Eduardo Queiroga.

 

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