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O Jardim das Aflições e suas circunstâncias PDF Imprimir E-mail

24/11/2017

 

Tem sido impossível não notar quanto “O Jardim das Aflições” revela sobre a classe artística e acadêmica do Brasil. Durante a produção e distribuição do filme, enfrentamos diferentes níveis de hostilidade e censura. Essa coleção de reações formam um grande retrato do funcionamento do mundo das artes no Brasil, especialmente do setor audiovisual. Como produtor do filme, creio ser pertinente dar uma amostra de como foi esse conjunto de reações.

Em 2015, considerando o propenso monopólio ideológico nos editais de cultura, não era possível fazer um documentário sobre Olavo de Carvalho, um filósofo que se posiciona contra os regimes de dominação de massa, especialmente os de esquerda. Como os integrantes da classe artística são em, sua maioria, fiéis direta ou indiretamente adeptos de alguma ideologia de esquerda, não era concebível que se fizesse um filme como esse. Mas cabe destacar que o trabalho de crítica política é a parte mais inicial da obra de Olavo de Carvalho.

"O filme foi exibido por semanas nos cinemas e também não recebeu essa reação. Por que uma exibição para 200 pessoas em um auditório de universidade causou tamanho furor na esquerda?"

A grande preciosidade da sua obra encontra-se em livros e cursos nos quais se fala menos sobre política do que imaginam seus piores críticos (o que prova que eles talvez não tenham lido nada do filósofo). O coração de sua obra trata de temas muito mais profundos, como a formação da consciência, a análise filosófica intuitiva e radical, a paralaxe cognitiva, etc. É precisamente nesse coração de ideias que “O Jardim das Aflições” procura se instalar. Quem vê o filme sabe disso. Ainda assim, muitos esquerdistas chamam Olavo de Carvalho, seus alunos e até o público do filme de fascistas. Isso não só é um crime como é de uma burrice atroz. O intuito do filme não era fazer uma investigação jornalística sobre a classe artística, mas agora temos documentado o comportamento dos profissionais da classe artística, dos jornalistas e das universidades diante de um filme sobre um personagem que eles tem repulsa - uma repulsa coletivamente imbecil.

Começando pela produção, o que enfrentamos foram hostilidades por parte dos profissionais do cinema de forma velada. Houve também declarações abertas como a de Fabio Leal, que virou slogan do filme: “O Jardim das Aflições é o filme que não deveria existir”. De maneira geral, o que os profissionais da área fizeram foi constranger integrantes da equipe do filme e forçá-los a não trabalhar conosco. Agiam quase sempre por baixo dos panos, o que denota o comportamento de um classe dominada por panelinhas e fofocas. As implicâncias com o filme começaram muito antes de saberem como ele seria.

Depois do filme produzido, chegou a vez de testemunhar a reação dos festivais de cinema. Nesse momento, ficou evidente que o patrulhamento ideológico (termo cunhado pelo cineasta Cacá Diegues) é bastante abrangente. Inscrevemos o filme em dezenas de festivais brasileiros e ele não foi selecionado por nenhum, inclusive no “É Tudo Verdade”, um festival especializado em documentários. Como foi possível ignorar um filme com uma demanda popular tão evidente e que foi até o momento o maior crowdfunding cinematográfico na história do Brasil? O único festival que aceitou o filme foi o Cine PE e nele ainda ganhamos o prêmio de melhor filme por júri oficial e júri popular e melhor montagem. Ou seja, a recusa não era por falta de qualidade.

Ainda assim, sete cineastas retiraram seus filmes quando descobriram que o festival havia selecionado “O Jardim das Aflições”. Nenhum dos cineastas havia visto o filme. Enquanto o público e os jurados do festival decidiram premiar o filme, incluindo Vladimir Carvalho, que é um nome importante na história do cinema nacional, os cineastas provincianos optaram pela ignorância e negação da realidade. Já era possível perceber o retrato da classe artística nacional: os artistas não falam mais para o coração do público, são incapazes de fazer críticas construtivas e estão mais preocupados em retroalimentar o ego e o bolso do seu grupo de amigos.

Prova disso é que o filme seguiu muito bem de bilheteria em se tratando de um documentário nacional. Ficou mais de 9 semanas em cartaz, passou por mais de 30 cidades e angariou mais de 25 mil pessoas de público. Somente um quinto dos documentários nacionais passa de 20 mil pessoas de bilheteria. Não tivemos nenhum problema com os exibidores. Pelo contrário, fomos muito bem acolhidos e recebemos muitas mensagens parabenizando nosso desempenho. Ou seja, os que trabalham em uma lógica de oferta e demanda não compartilham da mesma visão da classe artística. Depois de ter entrado nos cinemas, o filme foi vendido por tempo limitado em uma plataforma exclusiva e também foi um sucesso de vendas. Recebemos muitos comentários elogiosos por parte do público.

O mais surpreendente foi quando surgiram alguns estudantes querendo exibir o filme nas universidades. Mais do que em qualquer outra etapa do filme, essas exibições foram o momento em que enfrentamos a hostilidade mais radical. Considero essas exibições o diagnóstico mais significativo da situação cultural no Brasil atualmente. Na primeira exibição na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o Partido da Causa Operária (PCO) organizou um evento de protesto no mesmo dia e horário. O que aconteceu em seguida muitos já sabem. Depois da exibição, os militantes tentaram invadir o prédio e agredir o público do filme. Foram impedidos por uma dezena de integrantes da exibição que conseguiram barrar a horda com seus próprios punhos.

Tudo aquilo me pareceu muito fora de proporção. O filme foi exibido em um festival de cinema e não recebeu tamanha hostilidade. O filme foi exibido por semanas nos cinemas e também não recebeu essa reação. Por que uma exibição para 200 pessoas em um auditório de universidade causou tamanho furor na esquerda? Acontece que, agora, definitivamente entramos no seu território sagrado. A exibição não era um ato de ataque, mas a militância esquerdista a interpretou dessa maneira e acabou revelando o valor que dão ao território que lhes é mais caro: a universidade. Eles sabem que um auditório com 200 alunos em uma faculdade tem um valor cultural igual ou maior do que um festival de cinema.

Dostoievski descreve em “Crime e Castigo” a trama psicológica de Raskolnikov. Ele demonstra as etapas psicológicas que Raskolnikov sofre após ter matado e roubado duas pessoas. Após o roubo, ele esconde os bens em seu apartamento. Toda vez que alguém chega perto do esconderijo, Raskolnikov fica raivoso e instável. Vejo um comportamento semelhante na militância que tenta impedir a exibição do filme nas universidades. Por que tanto ódio contra um filme? Porque a exibição desse filme revela um crime que eles têm medo de admitir: o aparelhamento das universidades e o uso dos centros acadêmicos como instrumento de formação de militância. Esses grupos que circundam o PCO, MST e PT querem única e exclusivamente perpetuar seu discurso hegemônico na academia assim como se perpetuam nos aparelho do governo. Na exibição na Universidade Federal da Bahia (UFBA), um militante ainda levantou um cartaz escrito “morte aos cristãos”. Ou seja, de um lado você tem pessoas querendo ver um filme e de outro você tem pessoas querendo destruir, silenciar e até matar.

No final das contas, “O Jardim das Aflições” tem servido de termômetro para a situação da cultura nacional. E o diagnóstico atual é que os artistas estão preocupados somente com seu pequeno grupo de amigos, a classe artística não fala sobre temas que interessam a população e as universidades são o território sagrado onde a esquerda não tolera nenhum tipo de diálogo. O que era para ser apenas uma obra de arte se tornou um retrato do comportamento tirânico da classes letradas.

Em seu livro “Aristóteles em Nova Perspectiva”, Olavo de Carvalho demonstra que sempre raciocinamos em cima dos objetos que apreendemos pela nossa imaginação. Ou seja, raciocinamos com base na biblioteca de símbolos presente em nosso imaginário. Se algo em nossa alma está soterrado pelo desconhecido, é comum termos medo daquilo. E o salto do medo para a agressividade é curto, pois em cima do medo construímos nossas quimeras. Como se pode ver pelos acontecimentos que circundam “O Jardim das Aflições”, seus críticos mais ferozes são justamente os que não sabem nada sobre o filme. Essa raiva surge a partir do medo do desconhecido, um medo que nasce da ignorância. Se o sono da razão produz monstros, como diz a gravura de Goya, isso faz ainda mais sentido quando falamos de um filme sobre um filósofo conhecido por ter razão. Os que se negam a ver a realidade sobre o filme, projetam em seu público e em seus realizadores a imagem de monstros. Fazem isso no mesmo instante em que gritam pela morte dos cristãos demonstrando assim a contradição em que vivem: são eles mesmos os monstros que temem ver em nós.

 

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Confira o 20 Minutos deste sábado (25) sobre tecnologia e poder PDF Imprimir E-mail

25/11/2017

O avanço da tecnologia mudou a forma como as pessoas comunicam e relacionam em sociedade, a política não ficou à margem desse processo. Para falar da relação entre tecnologia e poder, o cientista político Antônio Lavareda recebeu neste sábado (25) no programa 20 Minutos, da TV Jornal, Sílvio Meira. No domingo, a conversa é transmitida às 11h40 pela Rádio Jornal e, na segunda-feira, às 8h30 na TV JC.

Na entrevista, Meira fala da relação entre as forças da tecnologia e do poder de uma forma mais abrangente. Provocado por Lavareda, o presidente do conselho do Porto Digital responde como a tecnologia pode estar a serviço da democracia e menciona como plataformas digitais deveriam intermediar a relação entre o cidadão e os partidos políticos. "Nós, humanos, é que damos moral e propósito à tecnologia. Damos a ela a função que bem entendemos", destaca Silvio Meira.

Na sequência, a conversa é direcionada a exemplos mais concretos observados nas eleições americana e francesa e as perspectivas para a influência das redes sociais nas próximas eleições presidenciais do Brasil, no próximo ano. "As redes sociais ajudaram a segmentar a opinião e a separá-las em campos que não interagem. Eles entram em conflito, mas, em geral, não produzem coisas novas", pondera Meira. A conversa ainda abre espaço para falar sobre a atuação das mulheres dentro da área da tecnologia da informação. Assista na íntegra no vídeo abaixo:

Perfil

Silvio Meira tem 62 anos e nasceu em Taperoá, na Paraíba. É engenheiro eletrônico pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica, o ITA, Doutor em Computação pela Universidade de Kent, Inglaterra. Cientista e empreendedor, professor da UFPE e da FGV, seus focos são engenharia de software e inovação. Viaja pelo mundo, passou por Harvard, mas foi em Pernambuco, que ajudou a criar o Porto Digital. É fundador e consultor do Centro de Estudos Avançados do Recife, César. Comanda a Ikewai, uma rede de empreendedores.

Programação

20 Minutos é exibido todos os sábados, a partir das 19h20, na TV Jornal, aqui no nosso site e no Facebook.

TV Jornal

Hora: 19h20

Reexibição

Rádio Jornal: domingo 15/10, 11h40

TV JC : segunda 8h30 da manhã

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Lavareda entrevista Silvio Meira no programa 20 Minutos, da TV Jornal PDF Imprimir E-mail

24/11/2017

 

Se a tecnologia mudou a forma como as pessoas se comunicam e relacionam em sociedade, a política não ficou à margem desse processo. Para falar da relação entre tecnologia e poder, o cientista político Antônio Lavareda recebe neste sábado (25) no programa 20 Minutos, da TV Jornal, Sílvio Meira. A entrevista será exibida às 19h20. No domingo, a conversa é transmitida às 11h40 pela Rádio Jornal e, na segunda-feira, às 8h30 na TV JC.

Na primeira parte do programa Meira fala da relação entre as forças da tecnologia e do poder de uma forma mais abrangente. Provocado por Lavareda, o presidente do conselho do Porto Digital responde como a tecnologia pode estar a serviço da democracia e menciona como plataformas digitais deveriam intermediar a relação entre o cidadão e os partidos políticos. "Nós, humanos, é que damos moral e propósito à tecnologia. Damos a ela a função que bem entendemos", destaca Silvio Meira.

Na sequência, a conversa é direcionada a exemplos mais concretos observados nas eleições americana e francesa e as perspectivas para a influência das redes sociais nas próximas eleições presidenciais do Brasil, no próximo ano. "As redes sociais ajudaram a segmentar a opinião e a separá-las em campos que não interagem. Eles entram em conflito, mas, em geral, não produzem coisas novas", pondera Meira. A convesa ainda abre espaço para falar sobre a atuação das mulheres dentro da área da tecnologia da informação.

PERFIL

Silvio Meira tem 62 anos e nasceu em Taperoá, na Paraíba. É engenheiro eletrônico pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica, o ITA, Doutor em Computação pela Universidade de Kent, Inglaterra. Cientista e empreendedor, professor da UFPE e da FGV, seus focos são engenharia de software e inovação. Viaja pelo mundo, passou por Harvard, mas foi em Pernambuco, que ajudou a criar o Porto Digital. É fundador e consultor do Centro de Estudos Avançados do Recife, César. Comanda a Ikewai, uma rede de empreendedores.

 

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O muro de Berlim caiu, mas ainda há muros que devem ser derrubados PDF Imprimir E-mail

24/11/2017

 

Há 28 anos (09/11/1989) a grande trincheira do comunismo estatal caia junto com o muro de Berlim, sinal máximo da resistência da ideologia comunista no mundo. Berlim, ao final da segunda guerra mundial (1945), se veria partida ao meio entre duas potências polarizadas naquele embate militar; do lado ocidental estava a Berlim anticomunista, alinhada ao sistema econômico de livre mercado e à filosofia de cunho conservador, do lado oriental se encontrava a Berlim comunista, nutrida e sustentada pela mentalidade ideológica da URSS.

A Alemanha se vê dividida entre: Oriental (República Democrática Alemã) e Ocidental (República Federal da Alemanha), comunista e capitalista, e o divisor de ambas as partes é o famoso muro de Berlim — que começou a ser construído em 1961. Podemos dizer que esse foi o marco daquela época altamente polarizada; não seria nenhum exagero dizer, também, que o mundo se via dividido entre dois modelos políticos: o ocidental, baseado numa moral conservadora e economia de livre mercado; e o espectro oriental, baseado na ideologia soviética e sua propaganda igualitarista. Berlim era o epicentro dessa polarização, o termômetro que avisava para qual lado tendia as esperanças do futuro. A guerra fria tinha uma localização figurativa, o muro.

Sobre o contexto que entranha a invasão soviética em Berlim, e o caráter cultural e político que estruturam a elevação do muro de Berlim, recomenda-se a leitura de Cortina de Ferro, de Anne Applebaum.

Não demorou muito para que o mundo começasse a perceber que o lado oriental passava por grandes perdas. Basta saber que o muro foi construído na intenção de não deixar que os indivíduos do lado comunista fugissem para o lado capitalista. Desde quando o comunismo surgiu no plano real de política estatal, aqueles que vivem sob sua mão tirânica tentam escalar os muros que os impedem de ser livres.

Em Nós, obra de Ievguêni Zamiátin, o autor satiriza e desenvolve uma trama sobre um governo igualitarista que conseguiu superar as desigualdades do mundo “selvagem” através da igualdade tirânica e a vigilância ininterrupta. Na obra ele aponta o “muro verde” como o limite de locomoção dos cidadãos dentro do território do Estado Único; o muro marca as fronteiras que impedem que os indivíduos tenham contato com o “mundo selvagem”, o mundo não igualitário. O personagem que narra a trama, D-503, afirma que as pessoas do mundo selvagem possuem autonomia de pensamento, de locomoção e expressão, modo de vida que ele identifica como “selvagem” e “doente”.

É justamente essa liberdade — ou selvageria — que o modelo político do Estado Único tenta a todo custo evitar; alguma semelhança? Em 1924 — data da primeira publicação de Nós —, Zamiátin conseguiu prever através de um romance como seria a Alemanha de 1961 a 1989.

Não é necessário apontar o drama de famílias inteiras separadas por essa polarização político-militar, estima-se que por volta de 5.000 pessoas fugiram do lado comunista para o lado ocidental das maneiras mais variadas e ousadas. Além disso, o lado oriental se mostrava sensivelmente mais atrasada nos tratos econômicos, industriais e humanos; de uma maneira geral, a falta de liberdades básicas era a característica do modo de vida dos que habitavam o lado oriental.

Há relatos, por exemplo, da venda de pessoas contrárias ao regime, isto mesmo, o comunismo, que se dizia frontalmente contrário à lógica de mercado chegou a vender cidadãos ao “bom” e velho estilo escravagista na busca desesperada de lucros para sanar a falência econômica da Alemanha Oriental. Torturas de jovens e crianças; sistemas de vigilância e perseguições políticas da polícia secreta comunista, estima-se que havia um espião para cada 60 cidadãos da Alemanha Oriental, nada novo para quem conhece a história da URSS e seus fetiches claustrofóbicos de vigilâncias. Esses são alguns dos aspectos aberrantes da tirania do lado Oriental, tais fatos chegaram a ser retratados em filmes famosos como: A Vida dos Outros, dirigido por Florian Henckel von Donnersmarck e Um amor além do muro, dirigido por Dominik Graf.

Quase tudo se tornou crime na Alemanha oriental; com o medo crescente de uma debandada da população da Berlim Oriental para a Ocidental — o que mostraria de maneira inconteste o fracasso do regime comunista — era necessário achar meios de impedir tal fuga. O meio encontrado era o que já havia sido utilizado até à exaustão na Rússia pós revolução de 1917, isto é: o terror psicológico e a manipulação jurídica. Em suma, não era preciso quase nada para ser preso na Alemanha comunista, é o que nos mostra Anna Funder em Stasilândia.

A queda do muro de Berlim, por sua vez, foi um processo lento que misturou o aporte militar de batalhas estratégicas contra nações que tinham potencial de influenciar politicamente outros países. Não obstante, além do aporte militar, os embates diplomáticos, políticos e filosóficos também tiveram seu papel nessa guerra de armas e ideias. A pressão política do Ocidente frente ao claro fracasso do sistema comunista ficava cada vez mais forte.

Unido a isso, a União Soviética já dava claros sinais de esgotamento econômico e enfraquecimento político desde o famoso relatório de Khrushchev (1956), que mostrou ao mundo os horrores do sistema stalinista na URRS. Em 1989, o regime soviético já se encontrava em desgaste quase que total.

Como golpe final, o Vaticano e Estados Unidos, através de Papa João Paulo II e Ronald Reagan, exerceram pressões diplomáticas ao ponto que a sustentabilidade econômica e política do regime soviético na Alemanha se tornou impossível. O comunismo soviético havia dado, praticamente, seu último suspiro — o que seria confirmado dois anos depois com o fim da URSS.

A queda do muro de Berlim foi marcada por um grande alívio por parte dos alemães e de todo Leste Europeu, o historiador britânico descreveu o evento da queda como “a maior festa de rua da história do mundo”. Os alemães, ao saberem sobre a decisão oficial de derrubar o muro, se adiantaram e foram eles mesmos com suas marretas e picaretas derrubarem a maldita fronteira que não devia existir.

Hoje bem sabemos que as pretensões comunistas não dissiparam, muito pelo contrário, a mentalidade comunista disfarçada na cultura e discursos acadêmicos continuam triunfantes e avançam sem demora. Mas a vitória do lado Ocidental contra as investidas comunistas, que resultou na liberdade do povo alemão que ficou ilhado no lado oriental, com certeza é um sopro de esperança para aqueles que continuam enclausurados atrás dos muros ideológicos. E ainda há muitos muros a serem derrubados.

Se o muro físico caiu, os muros políticos e ideológicos não. Numa época onde não é possível criticar a mentalidade progressista sem ser tachado de fascista, onde os espaços públicos das universidades são controlados por militantes, onde assistir um documentário sobre um filósofo conservador na UFPE se torna crime, onde uma mostra sobre as vítimas dos regimes comunistas necessita de uma liminar judicial para conseguir espaço numa universidade pública; numa época dessa seria tolice nossa acreditar que o extremismo esquerdista tenha sido dissipado.

Há muitos muros para caírem ainda, entretanto, a queda do muro de Berlim nos lembra que moralidade política, que a batalha contra a mentalidade tirânica e o respeito às liberdades democráticas não devem esmorecer; esses são princípios régios a serem defendidos diuturnamente numa sociedade que se pretende democrática e minimamente ética.

Assim sendo, e sem proselitismos e covardias disfarçadas de tolerância, devemos pegar nossas marretas e derrubar os muros ideológicos ditatoriais que insistem em ficar de pé, não por mero apreço político à determinada visão política opositora, mas por honradez e brio histórico. Para não repetir os erros políticos do século XX, temos que continuar impedindo que campos de concentração se ergam, temos que derrubar politicamente um muro de Berlim por dia.

Se tem algo que o comunismo deixou como bom legado de sua história, foi a clareza em mostrar porque não devemos deixar que ele prospere novamente.

 

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Oito universidades do Brasil entram no top-50 das universidades do BRICS PDF Imprimir E-mail

23/11/2017

 

Neste ano, oito universidades brasileiras fizeram parte do top-50 do Ranking das melhores universidades do mundo: BRICS, segundo a classificação universitária anual, elaborada pela empresa britânica QS.

Em comparação com o ano passado, o país melhorou um pouco suas posições, já que em 2017 sete universidade brasileiras entraram na lista do top-50 das universidades do BRICS. Contudo, se compararmos os resultados do Brasil ao longo da história do ranking, o país gradualmente tem perdido suas posições. Assim, o melhor resultado foi registrado em 2013, quando 11 universidades brasileiras entraram na lista; em 2014 e 2015, 10 instituições de ensino superior brasileiras preencheram a lista; em 2016 – 9.

Neste ano, na parte publicada no ranking entraram 300 melhores universidades dos países do BRICS. Entre elas, 61 são brasileiras, 94 chinesas, 68 russas, 65 indianas e 12 sul-africanas.

Em 2018, as melhores posições foram representadas pela Universidade Estadual de Campinas (12ª posição), Universidade de São Paulo (13ª posição), Universidade Federal do Rio de Janeiro (31ª posição), UNESP (34ª posição), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (42ª posição), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (46ª posição), Universidade Federal de Minas Gerais (47ª posição) e pela Universidade Federal do Rio Grande Do Sul (50ª posição).

Vale destacar que, pela primeira vez na história do ranking, UNICAMP superou a Universidade de São Paulo, que liderou o ranking entre as universidades brasileiras por cinco anos. Além disso, a Universidade Federal de São Paulo significativamente perdeu nas posições, ocupando neste ano apenas a 62ª posição, enquanto no ano passado ocupou o 45º lugar.

Se compararmos a situação com o ano passado, na lista do ranking das cem melhores universidades do BRICS, em 2018 entraram 16 universidades brasileiras, uma a menos que em 2017. Entre elas são Universidade de Brasília (56ª posição), Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) (57ª posição), Universidade Federal do Paraná – UFPR (69ª posição), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) (88ª posição), Universidade Federal Fluminense (90ª posição) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) (92ª posição).

Os autores do estudo utilizaram vários indicadores para avaliar a eficácia das universidades dos cinco países integrantes do BRICS. Entre eles estão: reputação acadêmica, reputação entre empregadores, correlação de número de professores ao número de estudantes, índice de citação, artigos científicos por professor, além disso, foram levadas em consideração a quantidade de professores e estudantes estrangeiros, bem como o número de professores com grau acadêmico.

As universidades da China lideram o ranking ao longo de toda a sua história. Há cinco anos, o primeiro lugar é ocupado pela Universidade Tsinghua, situada em Pequim.

 

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