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[Fotos] Em Olinda, iniciativas de preservação mexem com o coração PDF Imprimir E-mail

15/12/17

Conservar e viver em um Patrimônio da Humanidade não é tarefa fácil. Ainda mais quando falamos do Sítio Histórico de Olinda, cheio de memórias e peculiaridades importantes para o mundo. Nesta segunda e última parte da série sobre os 35 anos do título de Patrimônio Cultural Mundial concedido à área antiga do município pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), mostramos ideias e soluções - sugeridas ou previstas - bem como o sentimento dos moradores pelo local.

Em 1978, com o intuito de compreender as necessidades de cada área tombada, foi criado o Conselho de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda. Atual presidente, a arquiteta Patrícia Pedrosa está na instituição desde 1983. Ela já presenciou muitas iniciativas, como o Projeto Piloto, parceria da Prefeitura com o extinto Banco Nacional de Habitação (BNH) que emprestava recursos para cada morador restaurar sua casa baseado em valores de preservação.

“Ele atendia a uma população mais pobre do Sítio. As pessoas sabiam exatamente o que iriam pagar. Como era uma parceria com o BNH, acabou junto com sua extinção. A gente deveria resgatar esse programa, porque tem muita gente que se muda, vende a casa por não conseguir conservar (dentro dos critérios)”, opina Patrícia.

Pelo caminho
Nesses 35 anos destacaram-se também os programas Monumenta (2000) e o PAC Cidades Históricas (2013), iniciativas do Governo Federal por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ambos visando mais os monumentos e locais públicos. No caso do PAC, Olinda recebeu R$ 61 milhões para executar 14 obras naquele local - dez delas apenas na Cidade Alta. Mas só duas ações começaram a ser tocadas, de fato: o Convento de São Francisco, pelo próprio Iphan, e a Igreja do Bonfim, na atual gestão municipal. O secretário de Patrimônio e Cultura de Olinda, Gilberto Sobral, atribui às administrações anteriores a morosidade na condução de obras sob responsabilidade da Prefeitura. “Quando assumimos a gestão, em janeiro de 2017, nenhum dos projetos tinha começado”, explica.

O secretário adianta algumas ideias futuras. “Conseguimos que as câmeras (de segurança) da Secretaria de Defesa Social (SDS) voltassem a funcionar e estamos trabalhando para que a Central de Monitoramento seja integrada à do Governo do Estado”, lembra Sobral acrescentando: “Estamos também num processo de revisão da Lei de Uso e Ocupação do Solo do Sítio Histórico (nº 4849/92). Ela tem 25 anos e é rigorosa, como deve ser. Mas precisa ser revisada em alguns aspectos, como na questão de bares e restaurantes”.

Recentemente foi reativado o Núcleo de Educação Patrimonial. “Tem gente que mora na periferia e diz que ‘nunca foi em Olinda’, como se o Centro Histórico fosse outra cidade. Nossos 400 mil habitantes precisam ter a noção da importância que é essa joia - o Sítio - para eles”, afirma o secretário.

Coordenadora do Laboratório da Paisagem da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a professora Ana Rita Sá Carneiro endossa a opinião de Sobral: “Os moradores do Centro de Olinda pensam que são desrespeitados por não poder mexer no conteúdo. Mas não é isso. É preciso que todos entendam o que é um patrimônio, que devem lutar por sua preservação”, diz.

Amor
Quem passa pelo Centro se encanta. Mas, no caso dos moradores do Sítio Histórico de Olinda, eles nutrem uma paixão ufanista. O barista José Flávio, 41 anos, é “nascido e criado” no Sítio. “Apesar dos pesares tenho orgulho daqui. Não me mudaria para lugar algum, porque aqui todo mundo se abraça, do rico ao pobre”, reflete.

A médica Kaline Calheiros, 38, vive se mudando, mas sempre volta para a Cidade Alta. “É um lugar muito peculiar de morar. Por ser um patrimônio, acho que não tem tanta atenção em termos de manutenção. E tem pessoas que não cuidam direito. Acham que é terra de ninguém”, conta.

Alheio às críticas, o comerciante Erani Ferreira, 56, só se derrete quando fala da área mais tradicional da cidade: “Morar aqui é um privilégio dos deuses. Uma arquitetura dessas, uma beleza natural”.

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Professores de centro de música em Olinda criticam política cultural da prefeitura PDF Imprimir E-mail

19/12/2017

 

Os professores do Centro de Educação Musical de Olinda (CEMO) elaboraram uma carta pública, veiculada em uma página no Facebook, para criticar a gestão de Lupércio, atual prefeito do município. Os docentes afirmam que não possuem comunicação com o político e reinvidicam eleições diretas para os cargos de direção e coordenação da escola. No texto, eles dizem que as solicitações de reunião com Lupércio para discutir a situação do CEMO foram ignoradas.

De acordo com a carta, o cargo de coordenador da escola permanece vago e a direção está ocupada, interinamente, por uma pessoa "sem formação na área". Os professorem afirmam que estão encerrando o ano letivo "de luto" e enumeraram situações de "assédio moral": "fomos ameaçados de transferência, coagidos em nosso próprio ambiente de trabalho, caluniados, difamados e até ameaçados de morte".

Os docentes também alfinetaram o processo de matrículas, que estariam sendo preparadas por "pessoas que não conhecem realmente as peculiaridades da matrícula, comprometendo a qualidade do ensino de uma escola que é referência no ensino". Nesta quinta-feira (21), às 15h, haverá uma audiência pública no Ministério Público de Olinda para discutir a situação do CEMO. Neste ano, o antigo diretor da instituição de ensino foi exonerado de seu cargo por ter forjado um falso diploma de graduação em Música pela UFPE. O Viver entrou em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura, mas não obteve resposta.

Confira a carta na íntegra:

"PROFESSORES DO CEMO TERMINAM O ANO LETIVO EM LUTO

Fim do ano letivo, e nós professores do CEMO - Centro de Educação Musical de Olinda - continuamos sem saber como vai ficar a situação da nossa querida escola de música no novo ano que se aproxima. Iniciamos 2017 com o objetivo de preservar a educação musical de qualidade oferecida há 35 anos pelo nosso Centro Musical. Mas, fomos surpreendidos por um novo diretor, indicado pelo Prefeito Professor Lupércio, que, além de não manifestar competência para dirigir uma escola de música, falsificou um diploma de professor de música, fato este apresentado ao Ministério Público.

Esclarecemos que no início da gestão do Prefeito Professor Lupércio, nós, professores do CEMO, solicitamos a continuidade da direção anterior, fato que foi totalmente desconsiderado. Buscando o diálogo, pleiteamos, então, a realização de eleições diretas, já que somos a única escola da Rede Municipal de Olinda que não tem processo eleitoral. Vale ressaltar que esta foi a primeira vez que um prefeito despreza o pedido do corpo docente do CEMO.

O fato é que o prefeito colocou um falsário na direção do CEMO e um chefe da coordenação pedagógica e administrativa sem nenhuma qualificação para o cargo, resultando em um cenário desastroso, em todos os sentidos. Dada à gravidade da situação, os mesmos foram exonerados pela atuação do Ministério Público, já que aquela gestão caótica quase levou o CEMO a fechar as portas. Entretanto, foi imposta uma nova diretora interina, que também não possui nenhuma qualificação musical, estando ainda vago o cargo de coordenação musical.

Durante todo o ano de 2017 tentamos um encontro com o Prefeito e depois, por meio da Secretaria de Educação de Olinda, agendar uma reunião com o mesmo para discutirmos questões referentes ao CEMO, mas sem sucesso. Contrariando todas as expectativas positivas de termos um prefeito que também é “Professor”, o Prefeito Professor Lupércio se mantém irredutível em iniciar um diálogo com os professores do CEMO, em uma postura incompatível com o Estado Democrático de Direito em que vivemos. Outrossim, a falta de transparência é a marca da atual gestão do CEMO. O distanciamento que há entre a gestora interina, toda sua equipe e a escola é percebida nas mudanças feitas para o atendimento ao aluno, que agora é atendido pela janela da secretaria, sendo proibido seu acesso às suas dependências.

Nós, professores do Centro de Educação Musical de Olinda, continuamos em LUTO! Não temos realmente o que comemorar, pois foi um ano muito difícil, onde fomos ameaçados de transferência, coagidos em nosso próprio ambiente de trabalho, caluniados, difamados e até ameaçados de morte. Hoje, temos pairando sobre nossas cabeças a ameaça de não serem renovadas as cedências para os professores do CEMO ligados a outros vínculos, sem qualquer justificativa plausível, configurando-se em uma forma clara de represália àqueles que vêm lutando contra todos os abusos ocorridos em nossa escola desde o começo deste ano. Professores que trabalham com responsabilidade, comprometimento e profissionalismo, que zelam por uma educação de qualidade, e que não aceitam que o nosso Centro seja sucateado e sirva de cabide de emprego da Prefeitura, como está acontecendo.

Atualmente, nossa preocupação maior é com o ano letivo de 2018.1, porque as matrículas estão sendo realizadas por pessoas que não conhecem realmente as peculiaridades da matrícula do CEMO, comprometendo mais uma vez a qualidade do ensino de uma escola que é referência no ensino de Música em Pernambuco.

Convidamos a todos que tem amor à Música, aqueles que conhecem e amam o trabalho realizado pelo CEMO, a participarem da terceira audiência pública que será realizada no dia 21 de fevereiro de 2018, às 15h, no Ministério Público de Olinda, auditório da Sede das Promotorias de Justiça, na Avenida Pan Nordestina, nº 646, Vila Popular, Olinda/PE, para mais uma vez cobrarmos do Prefeito Professor Lupércio que ele dê ao CEMO o mesmo tratamento dado às escolas da Rede de Ensino de Olinda, que não nos discrimine, que nos ouça, porque só quem vive o dia a dia de uma escola de música como o CEMO, é que entende as suas peculiaridades e compreende as suas necessidades.

Essa luta não é só dos professores do CEMO, é de todos aqueles que desejam uma educação musical de qualidade, que defendem o processo democrático das eleições diretas, que consideram a música como uma arte que torna o mundo melhor. É por isso que contamos com você".

 

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Universidades não têm diagnóstico da saúde mental de seus alunos de pós PDF Imprimir E-mail

20/12/2017

 

É o que se depreende das respostas que 19 instituições de ensino superior deram ao questionário enviado pela reportagem sobre o assunto. Foram procuradas as 20 primeiras colocadas do Ranking Universitário Folha (RUF) além da melhor da região Norte, a UFPA. Juntas, elas abrigam mais de 70% dos alunos de mestrado e doutorado do país. Apenas PUC-Rio e UnB não responderam.

Na última segunda (18), a Folha publicou reportagem com parte dos quase 300 depoimentos enviados ao jornal por alunos de mestrado e doutorado de todo o Brasil em que eles contam suas agruras e dificuldades durante a pós.

À pergunta "Qual é o diagnóstico da instituição sobre a saúde mental de seus alunos de pós-graduação?", sete universidades afirmaram que não possuíam um; seis não responderam à questão e seis manifestaram algum tipo de preocupação com o assunto, sem, porém, apresentarem qualquer resposta concreta acerca do tema.

"Ainda não há a percepção, dentro da universidade, de que essas questões são ligadas ao ensino e à vida acadêmica. Em geral, considera-se que é um problema do aluno", diz Tânia de Mello, coordenadora do Serviço de Assistência Psicológica e Psiquiátrica ao Estudante da Unicamp.

"Como a universidade poderá ter um diagnóstico de algo que ela nem considera um problema?", questiona.

Para o psicólogo Robson Cruz, professor da PUC-MG e pesquisador da saúde mental de estudantes de pós, outra razão para a falta de atenção das universidades a essa questão é a dificuldade de lidar com ela, já que os problemas variam de acordo com a área.

Nas humanas, por exemplo, a relação com a escrita –como elaboração da tese e artigos– pode ser a parte mais penosa. Já nas áreas experimentais, a maior questão é a carga excessiva de trabalho dentro de um laboratório, explica Cruz.

ATENDIMENTO

Todas as instituições procuradas possuem algum tipo de assistência psicológica e psiquiátrica, seja em serviços voltados ao corpo discente ou a toda a comunidade universitária. Nenhuma, porém, possui uma assistência específica para a pós-graduação.

"Existe um certo entendimento de que o pós-graduando, por já ter passado pela graduação e em geral ter bolsa, é alguém que possui autonomia e independência, quase um pesquisador, e que, portanto, não precisaria receber muito apoio. É um engano", diz Eduardo Benedicto, coordenador do Centro de Orientação Psicológica da USP de Ribeirão Preto.

Na visão de Cruz, diante das especificidades da pós, seria necessário um treinamento especializado de profissionais para lidar com esses estudantes.

Já Tânia de Mello acredita não ser necessária tal especialização. "Claro que ajuda quando você entende esse universo, mas uma boa rede de acolhimento deve conseguir dar conta dessas questões."

O mais importante, diz, é haver uma boa estrutura de acolhimento no momento de crise. "Teria de ser algo acessível. A continuidade do tratamento pode até ser feita em outro lugar. É como funciona a maior parte dos serviços nos EUA e no Reino Unido", diz Mello.

Ressaltando que se trata de uma realidade diversa da brasileira, Mello cita como exemplo a Universidade de Berkeley, nos EUA, que disponibiliza uma linha direta para que os estudantes em crise possam ligar, com divisão por língua, origem étnica e orientação sexual. "Não há nada similar por aqui."

PREVENÇÃO

No campo da prevenção e da educação, o quadro parece ainda pior. Nove das 19 universidades ou não possuem ou não informaram a existência de ações nesse sentido. As dez restantes ou promovem iniciativas esporádicas (não vinculados a programas específicos), reduzidas, ou ainda estão implantando ações mais robustas.

Nenhuma, no entanto, implementou medidas que visem preparar o docente para para lidar com seus alunos, sobretudo orientandos, algo considerado fundamental pelos especialistas ouvidos.

"Temos de preparar os orientadores para ter uma visão mais humana da orientação", afirma Eduardo Benedicto.

Mello lembra que "em geral, o docente não tem subsídios para lidar com a questão, pois não recebe qualquer treinamento das universidades para identificar e ajudar o aluno que enfrenta um transtorno mental." Cruz, por sua vez, aponta que o problema é mais embaixo e deveria ser objeto da própria formação dos docentes. "Eles simplesmente não são preparados para serem orientadores. Não há nenhuma ênfase, durante o mestrado e o doutorado, em ensino, didática, relação interpessoal, processo de orientação etc."

Além de ações voltadas aos docentes, os especialistas sugerem a criação de "espaços de segurança" em que os alunos possam confidenciar suas angústias e fazer denúncias de assédio moral e sexual.

"Seriam espaços onde as pessoas pudessem falar com mais naturalidade sobre o tema e desmistificá-lo, ou seja, deixar claro que esse sofrimento existe, que tem a ver com a pós e que se pode falar disso", afirma Tânia de Mello.

Universidades que enviaram respostas: Ufscar, UFRJ, UFPA, Univ. Fed. de Santa Maria, UFF, UFMG, UFC, UFBA, UFPR, Univ. Fed. de Viçosa, Unicamp, USP, Unesp, PUC-RS, Unifesp, Uerj, UFPE, UFSC, UFRGS

(Confira gráfico no link da matéria)

 

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O monstro de duas cabeças na educação brasileira PDF Imprimir E-mail

15/12/2017

Tempos sombrios assolam a universidade pública brasileira, trazendo à tona as marcas autoritárias do golpe militar de 1964 e retomando a política de desmonte e privatização do ensino superior do período neoliberal de FHC da década de 90.

Essa é a dupla face do golpe contra a educação que temos visto avançar a cada dia. Por um lado, o ataque a autonomia universitária ferindo de forma agressiva, inclusive pela via da intervenção policial, a democracia e nossa constituição, com o objetivo de desmoralizar a instituição pública e perseguir aqueles que são críticos ao projeto de educação dos golpistas. Por outro, a construção de uma falsa realidade da educação pública em nível superior para justificar o seu desmonte, com objetivo de apontar a privatização da universidade pública como saída para crise.

Nos últimos meses, assistimos a episódios que remontam as cenas de repressão e abuso de poder vividos em 1964. Na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), estudantes foram suspensos por seis meses dos seus cursos, por terem participado da ocupação da universidade contra a PEC do teto dos gastos, hoje emenda 95, que limita os gastos públicos por 20 anos. Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) o reitor Luiz Cancellier foi conduzido coercitivamente para depor, de forma irregular, sem provas nem intimações, o que levou ao suicídio do gestor. Já no último dia 7, foi a vez da polícia federal invadir a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e conduzir coercitivamente 8 dirigentes e servidores, da mesma forma irregular, dentre eles o reitor e a vice reitora da instituição.

No caso da UFMG, a operação chamada “esperança equilibrista” além de fazer chacota com uma música simbólica da luta contra a ditadura militar, teve como alvo da investigação a construção do Memorial da Anistia Política do Brasil, alegando possível desvio de verba. A ação da polícia federal além de abusar do seu poder e ferir o Estado democrático de direito quando usa da condução coercitiva de forma ilegal, também ataca a autonomia universitária, interferindo na pesquisa desenvolvida por uma das universidades mais qualificadas do país.

Esse tipo de atuação que combina o desrespeito às normas democráticas do país com uma espetacularização midiática que vem se efetivando desde a instauração da operação lava jato no Brasil, lança as bases de um Estado de exceção. Criam um clima de terror e perseguição a todos os setores que se posicionam de forma contrária ao desmonte do país e autoritarismo que marcam o golpe de Estado que depôs ilegalmente a presidenta Dilma.

Essas ações contra as universidades brasileiras também tem como objetivo justificar a privatização do ensino superior, servindo aos interesses imperialistas, como sugere o recente relatório do banco mundial.

O golpe na educação retoma o projeto que FHC tentou implementar na década de 90 no Brasil, retrocede em aspectos do desenvolvimento nacional que nem na ditadura militar se ousou. É expressa pela PEC 366/2017 que propõe a cobrança de mensalidade nas universidades públicas, justificando-se basicamente em dois argumentos: Necessidade de economizar gastos e apontamento de que o perfil sócio-econômico do estudante da universidade pública pode pagar pela educação superior.

Esses mesmos argumentos são utilizados pelo relatório do banco mundial que sugere o fim da educação superior pública e gratuita no Brasil. Além disso, o relatório faz comparações esdrúxulas com as instituições de ensino superior privadas do país, em relação aos custos de manutenção, desconsiderando o papel social das universidades públicas no combate às desigualdades, bem como o papel fundamental no desenvolvimento do país através do tripé ensino, pesquisa e extensão. Finalidades que as instituições privadas na sua maioria não conseguem corresponder, pois são majoritariamente restritas ao ensino, voltadas para os lucros de seus proprietários e não necessariamente para as necessidades da nação.

Afora essas diferenciações de papéis, as universidades públicas geram retorno financeiro para o Estado. Por isso não se pode considerar como “gastos de recursos” desnecessários como induz o relatório do banco mundial, quando na verdade são investimentos em ciência, tecnologia e desenvolvimento econômico-social-cultural. Mais detalhes sobre as falácias desse relatório que demonstra um profundo desconhecimento da educação brasileira e faz sugestões irresponsáveis podem ser acessadas através da análise crítica do relatório do banco mundial feita pelo professor da UFG Nelson Amaral.

Para nós do movimento estudantil brasileiro, essa subserviência dos golpistas aos interesses do capital internacional é um grave ataque às conquistas que obtivemos através de muita luta no que diz respeito à democratização e popularização do acesso à educação superior. Atualmente, quase 80% dos discentes vem de famílias com renda per capita que não ultrapassa dois salários mínimos, de acordo com relatório da ANDIFES. O fim da gratuidade no ensino superior significaria o fim do sonho dos jovens pobres do país terem um diploma.

Combatemos o golpe militar em 1964, combateremos o golpe de Estado neoliberal do nosso tempo e esse monstro de duas cabeças que ataca nossa educação! Nossos sonhos não serão saqueados! A universidade pública é um patrimônio do povo brasileiro, guardiã do pensamento crítico, da democracia e soberania nacional. Por esses motivos sempre se tornam alvo de governos antidemocráticos e antipopulares. Nós a defenderemos com toda garra e coragem juvenil!

A UNE volante estará de volta no primeiro semestre de 2018 rodando as universidades do país na defesa intransigente da educação pública, gratuita e socialmente referenciada! Se o presente é de luta, o futuro nos pertence!

Jessy Dayane é militante do Levante Popular da Juventude. Sergipana, Jessy estuda Direito em São Paulo e milita no Movimento Estudantil. Hoje, conduz a vice-presidência da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Edição: Daniela Stefano

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Unicap realiza vestibular no fim de semana PDF Imprimir E-mail

16/12/17

Os feras disputarão, neste sábado (16) e domingo (17), 3.130 vagas em 32 cursos de graduação no vestibular da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). As provas terão início às 8h, e os inscritos deverão chegar com, no mínimo, uma hora de antecedência.

Os portões serão abertos às 7h e fechados às 8h. Os candidatos deverão levar o cartão de inscrição, documento de identificação com foto e caneta esferográfica azul ou preta com corpo transparente. Equipamentos eletrônicos de comunicação são proibidos.

No sábado, farão as provas os estudantes de Humanas e Exatas e, no domingo, os dos cursos de Saúde. O gabarito será divulgado após as 15h de cada dia e o listão sai até o dia 22. A redação será feita das 8h às 10h e o candidato responderá as questões objetivas das 10h às 13h30. Quem preferiu usar a nota da redação do Enem 2016 terá das 8h às 11h30 para responder às questões.

Sisu
A UFPE e a Rural (UFRPE) anunciaram o quantitativo de vagas disponíveis por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) em 2018 para estudantes que participaram do Enem. A UFPE oferecerá 6.952 vagas O período de inscrições nas instituições começa em 29 de janeiro.

 

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