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A hora de decidir a profissão PDF Imprimir E-mail

26/11/17

“O que você vai ser quando crescer?” Essa pergunta nos acompanha desde pequenos, quando entendemos o valor de se ter uma ocupação. Somos avisados de que, ao término da jornada escolar, teremos que escolher nossas profissões por meio do vestibular. Com a entrada no ensino médio, a pressão e a necessidade de já ter, no mínimo, uma área de preferência (exatas, humanas ou saúde) se potencializam. É nessa época que a dúvida se torna ainda mais evidente, principalmente pela maratona enfrentada pelos feras nos testes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e de outros vestibulares, como o Sistema Seriado de Avaliação (SSA) da Universidade de Pernambuco (UPE), que chega ao fim nos dias 3 e 4 de dezembro. Mesmo após as avaliações, o questionamento persiste até o encerramento das inscrições do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), em janeiro, que é quando o candidato tem que decidir o curso. Para encontrar a resposta, é preciso que o jovem trilhe uma jornada de autoconhecimento e avaliação de aptidões. Na cabeça dos vestibulandos, o ambiente se torna uma corrida para uma vaga nas universidades públicas, e titubear na escolha profissional pode comprometer completamente seu futuro.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o Brasil teve aproximadamente 6,7 milhões de inscritos no Enem deste ano. Segundo a entidade, o maior número de inscritos no Sistema de Seleção Unificada (SiSU) 2017.2 veio do Nordeste, tornando a pressão ainda maior para os jovens pernambucanos. Estima-se que, no Estado, serão um pouco mais que as 14.785 vagas ofertadas para as instituições públicas, no início deste ano.

A mudança de curso após o ingresso é um trâmite que vem crescendo dentro das universidades. Na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), todos os anos são ofertadas vagas para transferências internas. A facilidade para conseguir a alteração varia de acordo com a competitividade e os números de evasão de cada curso. O último processo aberto registrou 127 mudanças de curso. O número de evasão em todos os campi da UFPE é significante. Os dados mostram um aumento das desistências nas universidades.

Segundo a UFPE, em 2015, 5.376 aluno deixaram seus cursos. Em 2016, essa fatia cresceu para 6.656. A universidade lembrou que a quantidade de vagas também aumentou, e o dado expressa diversos fatores que levam à fuga dos discentes. Assim também é na UPE, onde as mudanças internas também tem aumentado. Em 2015, foram 65. Já em 2017, o número piorou, acumulando 95 desistentes.

O estudante Eduardo Carvalho, 24 anos, é um exemplo desse processo. Depois de estudar física na UFPE por três anos, mudou de curso ao perceber que sentia falta de matérias mais humanas em sua grade curricular. Dessa forma, solicitou a transferência e está há dois anos no curso de economia, na mesma universidade. “É um recomeço, mas conheço muita gente que, diferentemente de mim, não está muito feliz com a mudança e até está desestimulada por ter mudado. No meu caso, a mudança me estimulou”, avalia.
Esse conjunto de fatores preocupa pedagogos e psicólogos de escolas particulares, e públicas, que buscam aproximar o aluno do universo das profissões. Testes vocacionais que antes eram usados como decisivos nas escolhas, agora se tornam apenas norteadores da área de conhecimento. “O teste é muito raso. Ele faz parte do processo de orientação profissional. Envolve toda uma construção com o estudante, e com a família também. Para que possa tentar entender de onde vem essa vontade de fazer determinado curso que deseja. Não é só avaliar aptidões”, destaca a orientadora educacional do Colégio São Luís Marista, Isabela Menezes.

A realização profissional depende de um processo de amadurecimento do jovem e, principalmente, do interesse do aluno em descobrir seu caminho. No colégio Marista, atividades que ocorrem ao longo do ensino médio servem para nortear os estudantes. Além de olimpíadas de conhecimento e atendimentos com psicopedagogos, há feiras de profissões e visitas técnicas. “A cada oportunidade dessa, o estudante vai assegurar sua escolha. E deve ampliar seu leque de conhecimento sobre as profissões”, observa a orientadora.

Beatriz Moraes, 17, estudante do 2º ano, tem aproveitado os contatos com outras profissões desde que entrou no ensino médio. Nesse período, já quis ser médica, depois conheceu o direito e hoje está próxima da publicidade. Tudo por meio das dinâmicas que se somaram às feiras de profissões realizadas no seu colégio. Agora, está na dúvida entre publicidade e administração. “Daria para mim mais uns três anos para poder decidir com certeza o que eu quero”, confessa.

A incerteza de Beatriz destoa da segurança de Pedro Branco, 16. “Sempre quis me tornar médico. Acho uma profissão muito bela por cuidar e salvar vidas”, ressalta o jovem. Ele estuda na mesma série e colégio que Beatriz, mas já decidiu desde cedo o curso que deseja. Sempre engajado em olimpíadas de conhecimento, Pedro experimentou participar de duas edições do Enem. O adolescente conta que se dedica a “preencher o vazio com o conhecimento”. O interesse rendeu bons frutos e ele se destacou no simulado do Enem de seu colégio. A avaliação envolvia as escolas da rede Marista e Pedro tirou a maior nota entre todas as séries.

Nas escolas públicas, essas ações são bem mais limitadas. Há três anos, o projeto “De olho no Futuro” vem desenvolvendo ações educativas e motivacionais em 12 escolas de Pernambuco. A iniciativa tenta conscientizar os jovens sobre a importância de projetarem seu futuro. Trazendo debates e orientando sobre os caminhos da qualificação, escolha profissional e empregabilidade. “Muitos desses jovens de escolas públicas consideram que concluir o ensino médio é o ápice de sua vida estudantil. Com o projeto mostramos que não só é capaz de alçar um futuro de formação após o ensino, como apontamos que existem meios possíveis para que ele alcance isso”, conta a idealizadora do projeto, a analista educacional Valéria Oliveira.

A realidade de uma formação universitária parece distante para muitos. O morador do lixão de Aguazinha Tiago Oliveira, 17, estudante do 3º ano da Escola Professor Estevão Pinto, em Olinda, participou do programa e agora se sente ainda mais próximo da sua futura profissão. Sempre muito dedicado aos estudos, e com pais sem escolaridade concluída, Tiago teve que explicar à mãe o que era o Enem quando foi se inscrever. “Disse que era um exame para eu entrar na universidade e que a inscrição iria ser paga pelo Governo, para ficar mais fácil de entender.” Tiago sempre buscou meios de encontrar uma profissão, trabalhando desde cedo e pesquisando sobre a carreira que quer seguir. Para ele, um bom estudante busca caminhos para que ele mesmo encontre a vocação. “Quem faz a diferença é o aluno, e não o colégio onde estuda.”

Para entrar no caminho
“O que é que eu quero construir para minha vida? O que é que eu busco? Onde vou me sentir satisfeito e realizado?” O professor da UFPE e mestre em psicologia clínica, Sílvio Ferreira, aponta essas três perguntas como essenciais para serem respondidas na escolha da profissão. O conselho serve não só para o âmbito profissional, mas para a vida. “A maioria de nós atende às expectativas do outro. Esse outro não é um alguém em particular, mas está posto como solicitações e exigências da sociedade”, explica.
De acordo com ele, essas expectativas são geradas ao longo da vida, principalmente dentro de casa, onde os pais repassam esses anseios sociais para os filhos. “Depois a criança vai ver que sua vontade é mais ampla e que seus interesses podem coincidir, ou não, com interesse de seus pais”, diz Sílvio, ao exemplificar um caso de um dos seus pacientes que foi instruído desde cedo a seguir carreira médica.

O paciente de Sílvio tentou por cinco anos medicina, mas não foi aprovado, mesmo sendo apontado como um dos três mais cotados no cursinho pré-vestibular que fazia. “O inconsciente dessa pessoa criou um mecanismo de auto sabotamento para não afirmar uma vontade que era dos pais”, avalia. “Ele era apaixonado por leitura e entre ele e a vontade dos pais, ele estava pagando o preço de reprovação a cada ano”, desvenda o psicólogo, que anos depois encontrou seu paciente formado no curso de direito.
O clínico ainda aponta as escolas secundárias importantes nessa formação educacional que leva ao encontro com a profissão. “Nesse processo que seja levado ao jovem a possibilidade dele enxergar mais e mais o mundo, além das experiências concretas do cotidiano.” Ele destacou que dúvidas profissionais surgem por vários motivos, mas no geral se tratam de conflitos de interesses. Perdurar isso podem gerar mazelas psicológicas.

A estudante de nutrição há 2 anos, Lorena Leal se manteve no ritmo de vestibular quando entrou na universidade. Mas a dúvida latente em sua cabeça levou a beira de um colapso e ela trancou o curso antes que suas crises de ansiedade se tornassem algo mais forte. “Agora eu parei para respirar. Desde os 15 anos, quando fiz vestibular, que permanecia no mesmo ritmo. Isso junto com a pressão de estar no curso certo me levou a ter crises de ansiedade. e só em pensar nas tarefas da faculdade eu ficava nervosa”, diz. “Precisei parar e repensar o que estou fazendo.”

Coaching
A jornada para se encontrar profissionalmente é um problema de construção social do indivíduo. Uma nova forma de lidar com essa incerteza tem ganhado espaço entre os que já são formados, este é o método coaching. O processo se baseia em um coachee (orientador no processo) que ajuda uma pessoa a conquistar aquele objetivo que por algum motivo não tenha conseguido sozinho. Seja na carreira, na área da saúde, produtividade, relacionamento ou equilíbrio financeiro.

Com o aumento na competitividade e o surgimento de novas profissões o método tem sido mais usado para traçar carreiras profissionais. “O processo de coaching é para identificar as principais habilidades, os pontos fortes, os pontos de melhoria, o que realmente te faz feliz, pra aí sim, desenvolver uma carreira”, explica o publicitário de formação, fundador do Divulga Recife, e hoje, coachee, Gabriel Sales, de 25 anos.
Para especialistas esse processo de identificar desejos pode ser confuso. “Esses desejos da pessoa não quer dizer que sejam delas, às vezes é um desejo que ela toma como seu mas está todo embaralhado em meio ao desejo de outros”, alerta o psicólogo Silvio Ferreira, que acredita que este método pode tornar ainda mais nebuloso o processo de autoconhecimento.

Passar por um processo de coaching o investimento varia. No cenário nacional os valores ficam entre R$2.000 a R$8.000 para processos de coaching individual e de R$600 a R$2.000,00 para processos em grupo de aproximadamente 8 pessoas. “O que determina o valor que um coach cobra atualmente são os seus resultados e o know how no nicho específico em que ele atua”, conta Gabriel.

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Academia da Saúde é tema de estudo de professores de Recife e Toronto PDF Imprimir E-mail

26/11/2017

Professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade de Toronto (Canadá) estão desenvolvendo um estudo para avaliar o custo-ecácia do programa Academia da Saúde. Criado em 2011, pelo Ministério da Saúde do Brasil, a iniciativa se inspirou na experiência da Academia da Cidade, implantada no Recife desde 2002 e que tem servido de referência para a criação de políticas de promoção da saúde no Brasil e no exterior. Hoje funciona em 2,9 mil municípios, em todos os Estados brasileiros.

A ideia de estudar o custo-efetividade da Academia da Saúde partiu do professor Flávio da Guarda, da UFPE. Doutor em Saúde Pública pela Fiocruz, ele observa que em países como Inglaterra, Austrália, Estados Unidos, Canadá existem pesquisas que avaliam o custo e a efetividade de medicamentos, procedimentos médicos e atividade física. Mas no Brasil nenhum relacionado a programas de atividade física. Daí o ineditismo do trabalho.

O pernambucano apresentou a proposta do estudo ao professor-doutor Peter Coyte, do Instituto de Políticas de Saúde, Gestão e Avaliação, da Universidade de Toronto, e foi convidado por ele a passar seis semanas como docente-visitante no Canadá. Coyte é um dos maiores especialistas em avaliação econômica do mundo. A visita foi viabilizada com nanciamento da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe) e apoio da UFPE.

RESULTADOS

“A avaliação desse tipo de programa é uma caixa de surpresas, mas temos expectativa de que ele se mostre positivo do ponto de vista custo-efetividade. Promover a saúde por meio de atividade física pode signicar economia nos gastos, sobretudo no caso de doenças que surgem em consequência da inatividade física. Ao invés de pagar por internações hospitalares relacionadas à hipertensão, diabetes, derrames e infartos, o investimento em programas como a Academia da Saúde pode ser mais proveitoso, pois produz benefícios físicos, psicológicos e sociais" diz Flávio

Para chegar a uma conclusão, os dois professores estão analisando a produção do programa (número de procedimentos realizados e pessoas atendidas); evidências cientícas (diminuição do risco de adoecimento e morte); potenciais impactos sobre a melhoria da qualidade de vida, sintomas de depressão, interação social e aumento dos níveis de atividade física das pessoas.

“A ideia é tentar identicar se existe associação entre a participação das pessoas no programa e os custos dessa intervenção para depois comparar com o gasto com internações hospitalares e outros desfechos negativos para a saúde, assim como os potenciais impactos sobre a qualidade de vida da população. Na prática, vamos vericar se o investimento e efeitos do programa são maiores ou menores que os gastos e consequências da falta de atividade física”, resume. O resultado do estudo será publicado em três artigos, que serão escritos entre os meses de dezembro de 2017 e março do próximo ano. Os achados da pesquisa também serão apresentados em seminário realizado para gestores da Academia da Saúde.

O professor pernambucano defende a adesão da comunidade ao programa, que ao longo dos últimos anos vem sendo ampliado e tem perspectiva de continuar crescendo. Meta do Plano Plurianual 2016-2019 do governo Federal aponta que o Ministério da Saúde deverá custear 3,5 mil polos do programa Academia da Saúde.

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Capela do Instituto Ricardo Brennand, no Recife, recebe recital gratuito de grupos da UFPE PDF Imprimir E-mail

26/11/2017

A Capela Nossa Senhora das Graças, localizada no Instituto Ricardo Brennand, na Várzea, Zona Oeste do Recife, recebe um recital gratuito de grupos formados no Departamento de Música da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Participam do evento, às 15h30 deste domingo (26), o Contracantos, o coro Opus 2 e o quarteto masculino Opus 4.
O grupo Contracantos, o coro Opus 2 e o quarteto masculino Opus 4 são coordenados pelo professor Flávio Medeiros. A regência fica sob a batuta de Will Lopes, que é pianista, cantor, compositor e arranjador e trabalha como backing vocal, solista, arranjador e preparador vocal em vários estúdios de gravação no Brasil e nos Estados Unidos.
Ele também atua como ministro de Música e Artes na Connect Church de Royal Palm Beach, na Flórida, nos Estados Unidos, e é regente do Young Singers de Palm Beach, instituição voltada ao canto coral para crianças e adolescentes entre 8 e 12 anos. O regente participou de diversas produções musicais, como Jesus Christ Superstar e Crazy for you, além das operas Don Giovanni, Carmen e Daphnis et Chloé, de Maurice Ravel.

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Projeto faz resgate histórico da vegetação na Mata Norte pernambucana PDF Imprimir E-mail

25/11/17

Um resgate histórico na área onde hoje está instalado o polo automotivo Jeep, em Goiana (Mata Norte, a 62 km do Recife), revelou a existência, em séculos passados, de 618 espécies de flora da Mata Atlântica nordestina na região. O levantamento, feito por pesquisadores das universidades Federal e Rural de Pernambuco (UFPE e UFRPE), inclui dados bibliográficos da literatura científica datados do início do século 19. Porém, ao comparar com as características atuais, os estudiosos perceberam uma perda de 70% da biodiversidade, ou seja, apenas 188 espécies nativas ainda resistem nos fragmentados remanescentes florestais do entorno da fábrica.

Tal realidade veio à tona após o levantamento, encomendado pela Fiat Chrysler Automobiles (FCA) - grupo proprietário da Jeep -, às instituições de ensino. A intenção foi entender o tipo de vegetação que havia e o nível de regeneração natural para, assim, traçar técnicas que devolvessem as características iniciais do ambiente antes de qualquer intervenção humana. A introdução de espécies exóticas invasoras, a exemplo de mangueiras, mamonas, espada-de-são-jorge e jaqueiras, e o processo de desmatamento foram os principais motivos que levaram a esse prejuízo ambiental.

Os estudiosos encontraram plantios de banana, macaxeira e até bambu, utilizado em meados de 1985 para a fabricação de celulose. Também consideradas invasoras, essas espécies, ao encontrarem condições favoráveis, dominam o solo a ponto de “sufocar” o desenvolvimento de espécies nativas. A bióloga e doutora em botânica pela UFRPE, Tássia Pinheiro, esteve entre os estudiosos que contribuíram com o estudo florístico da área.
Segundo ela, os resultados obtidos no local foram comparados com a flora presente em outros municípios da área norte do Grande Recife (Paulista, Itamaracá, Igarassu e Itapissuma). “Foi o que norteou a escolha de espécies para compor o projeto paisagístico nas proximidades do empreendimento”, contextualiza. Nessa lista, destacam-se alguns exemplares como o grão-de-galo, cipó-de vaqueiro, ingá, visgueiro, pau-de-jangada, apaga-brasa e a pitomba-da-mata. A identificação das espécies teve o auxílio dos herbários Professor Vasconcelos Sobrinho, da UFPE, e Dárdano de Andrade-Lima, do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). A fim de recolonizar essas e outras espécies que antes havia na região, surgiu a estratégia de implantar um viveiro florestal.

É lá, nesse espaço de área aproximada a um campo de futebol, que 88 mil mudas são produzidas por ano. São, ao todo, 289 espécies, sendo algumas ameaçadas de extinção como o pau-brasil. A ideia é chegar a um acervo total de 310. Nos últimos dois anos, mais de 60 mil mudas foram introduzidas na região. “Até 2024 queremos chegar a 208 mil mudas plantadas”, almeja o gerente de Meio Ambiente do Grupo FCA, Cristiano Félix.

Fauna
Jaguatirica, raposa, cutia, guaxinim, capivara, sagui-do-tufo-branco, tamanduá, tejú. Esses foram alguns dos animais silvestres avistados novamente, fruto do trabalho de reflorestamento a partir das mudas produzidas no viveiro. A resposta da natureza foi captada por câmeras espalhadas nas matas, que, inclusive, flagraram um filhote de jaguatirica - uma prova de que os animais resgataram naquele lugar a confiança para se reproduzirem em segurança. Para testemunhar esse ganho da natureza, uma exposição fotográfica foi montada no viveiro florestal para encher a vista de quem for conhecer um pouco do trabalho ambiental feito pelo empreendimento.
“E que fique bem claro que essa iniciativa é voluntária. Não foi nada imposto pela CPRH (Agência Estadual de Meio Ambiente). Pensamos no viveiro a partir da perda da biodiversidade que a UFPE e UFRPE nos revelaram”, salienta Cristiano Félix. Para interligar os remanescentes florestais ainda fragmentados, a Jeep deu início à implantação de corredores ecológicos. A ideia é que, futuramente, as mudas de hoje se tornem grandes árvores, transformando-se num caminho para ligar as matas. Também chamado de corredor da biodiversidade, essa estratégia ambiental permite o livre deslocamento de animais, dispersão de sementes e o aumento da cobertura vegetal. Ao reduzir a abertura entre florestas, possibilita-se o fluxo gênico entre as espécies da fauna e flora.

Ciclo de vida
Estudos complementares feitos por pesquisadores da UFRPE caracterizaram a fauna que ocorre nos remanescentes de vegetação na área da Fábrica Jeep. Os estudos consideraram os diferentes tipos de peixes encontrados nos cursos d’água, além de anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Pesquisadores reforçaram a necessidade de recuperar a área, para garantir o ciclo de vida dos animais que percorrem as florestas da região.

Ictiofauna
Coordenada pela pesquisadora da UFRPE Ana Carla EL Deir, o estudo fez um levantamento das espécies de peixes existentes nos rios Guaribas e Tracunhaém, presentes nas matas da fábrica. O relatório indicou a ocorrência de peixes de relevância econômica, a exemplo do camurim e o linguado, e outros que indicam a qualidade biológica do curso d’água.

No rio Guariba, o peixe beré se caracteriza por ser oportunista e adaptar-se bem em ambientes pobres em recursos naturais, ou seja, indicou, desta forma, a baixa qualidade ambiental do rio. Das dez espécies registradas no relatório elaborado pela pesquisadora da UFRPE, apenas uma foi classificada como “vulnerável”, a beta, peixe de pequeno porte muito procurado para aquários domésticos por sua beleza . Ela foi considerada, naquela região, como ameaçada por conta da degradação do ambiente.

Herpetofauna
O levantamento, feito pelo pesquisador da UFRPE Geraldo Moura, foi feito num remanescente florestal cortado pelo rio Guariba e considerou entrevistas com moradores locais, avistamentos e escuta da vocalização. Foram registrados 16 espécies, sendo quatro de répteis (todos da família dos lagartos) e 12 de anfíbios anuros (grupo que inclui sapos, rãs e pererecas).

Os répteis identificados foram iguana, calango-verde, tejú e lagartixa. Já entre os anfíbios, destacaram-se a rã-chorona, rã-pimenta, sapo-cururu, perereca-de-banheiro e perereca-verde. Embora os répteis e anfíbios registrados possuam ampla distribuição, ocorrendo em grande parte do Nordeste, as populações encontradas estavam isoladas e em pouca quantidade, mas que num passado distante estariam conectadas porque as matas estavam conservadas. Além disso, a pesquisa revelou a inexistência de cágados e jacarés porque não há matas ciliares às margens dos espelhos d’água.

Avifauna
Sob a coordenação do pesquisador da UFRPE, Severino Mendes Júnior, o inventário ornitológico considerou os remanescentes na propriedade da fábrica e entorno, retratando o número de espécies residentes, migratórias, exóticas e ameaçadas de extinção. No levantamento histórico foram assinaladas 290 diferentes tipos de pássaros, enquanto que, nos trabalhos em campo, apenas 114 espécies foram identificadas.

Dessas, as que ocorrem com frequência na borda da floresta estão a ariramba-de-cauda-ruiva, bico-chato-amarelo, anu-preto e a andorinha-serradora. Das aves endêmicas e ameaçadas, os pesquisadores avistaram o pica-pau-anão-de-pintas-amarelas, bico-virado-miúdo e o sangue-de-boi. Por conta do estágio avançado de desmatamento, sugeriu-se a implantação de corredores ecológicos para interligar as matas e, assim, garantir o ciclo de vida das aves.

Mastofauna
O estudo, realizado pelo estudioso Wallace Telino Junior, buscou registrar quais mamíferos ocorrem nas áreas de borda de floresta e interior dos fragmentos florestais, além de bueiros e interior de ocos de árvores. Das 53 espécies identificadas em registros históricos, seis foram observadas in loco, duas a partir das vocalizações, duas por meio de pegadas e 25 por meio de entrevistas com moradores da região - o gambá-de-orelhas-brancas foi citado como um dos maiores comedores de ovos de galinha.

Além disso, os roedores também sofrem com a redução das florestas e são caçadas para consumo, a exemplo do coelho-do-mato, preá-do-mato e a cutia. Entre outros bichos que ocorrem na área da fábrica, destacam-se o cachorro-do-mato, jaguatirica, sagui-do-nordeste e o tamanduá-mirim. O estudo, como os demais, aponta para a necessidade de conservação e reflorestamento a fim de garantir a sobrevivência da fauna silvestre da região.

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Sucesso na UFPE, ponto do Açaí Vida Boa permanece após confusão PDF Imprimir E-mail

23/11/2017

 

Na última sexta-feira (17), uma polêmica se espalhou pelo Campus Recife da Universidade Federal de Pernambuco, na Cidade Universitária: o Açaí Vida Boa, famoso entre os estudantes, recebeu uma intimação de supostos seguranças e, segundo eles, a barraca deveria ser retirada das dependências do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) até a segunda-feira (20), sob pena de despejo.

A ordem foi desmentida pela Superintendência de Segurança Institucional da UFPE e, pelo visto, tudo não passou de um mal entendido.

Não foi à toa que a notícia da saída dos meninos causou grande comoção: o ponto já é tradição familiar. Começou com seu João, pai do atual dono, há mais de 30 aos. Na época, vendia-se raspadinha e japonês.

Depois, o negócio passou para o filho, Henrique Mota, que resolveu investir em um lanche mais “leve’’: salada de frutas e açaí. Com a ajuda de Bruno e Renan, irmão e amigo, Henrique inova com combinações criativas sugeridas pelos próprios consumidores, o que alavancou as vendas e a popularidade do local.

“Colocávamos a salada de frutas e os alunos sempre perguntavam se poderiam misturar o açaí e salada. Então, fui tentar e percebi que a salada quebra o doce do açaí, por conta do leite condensado que a gente coloca muito. Não é que deu certo? Um sucesso!”, comemora o proprietário.

A relação entre os meninos e os estudantes já é um dos principais diferenciais da barraca. Além da combinação de sabores, o próprio nome “Vida Boa” foi sugerido por ser jargão de Henrique. E para não perder a proximidade, eles mantêm contato com os clientes fiéis através de um grupo no WhatsApp.

A barraquinha funciona de segunda a sexta permanentemente – agora é garantido! -, das 10h30 às 19h. Também é possível encomendar açaí e salada de frutas para festas, eventos e reuniões casuais (preço negociável).

Confira os preços do Açaí Vida Boa:

Salada de frutas – entre R$ 2,50 (150 ml) e R$ 10 (1 litro)
Açaí – entre R$ 4,50 (150ml) e R$ 16 (1 litro)
Açaí com salada – entre R$ 3,50 (150ml) e R$ 15 (1 litro)
Creme de guaraná/cupuaçu – entre R$ 4,50 (150ml) e R$ 16 (1 litro)

Depois do susto, e para fechar o ano com estilo, o Açaí Vida Boa avisa: tem sorteio e promoção especial durante o mês de dezembro. Um balde de 5 litros (!) de açaí será sorteado entre os compradores mais assíduos. Corre para participar!

Encomendas: Henrique Mota (081) 98475-4396

 

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