Universidade Federal de Pernambuco - Agência de Notícias - Clipping
Primeiro festival de Vogue no Recife conta com shows, competições, seminários e oficinas PDF Imprimir E-mail

29/08/2018


O vogue, dança moderna com adeptos em todo mundo, é um exemplo de como grupos marginalizados conseguem ressignificar códigos da classe dominante. O estilo foi criado por negros e latinos da comunidade LGBT de Nova York nos anos 1980, com movimentos corporais que imitam poses de modelos em revistas da alta costura - daí vem o nome inspirado na renomada publicação de moda. O vogue - ou voguing, como também é conhecido - só chegou na cultura pop mainstream em 1990, através do hit homônimo de Madonna. Nos últimos anos, tem ganhado uma nova geração de entusiastas que descobriram mais sobre esse universo na internet.

Em Pernambuco, a manifestação artística será celebrada de hoje a sábado com o Festival Internacional Vogue Fever: Recife, realizado no Espaço Sinspire e no Paço do Frevo, ambos na Rua da Guia, no Bairro do Recife. A programação gratuita conta com shows, competições, seminários e oficinas, realizando um intercâmbio entre artistas ao receber nomes como Guilherme Morais (MG), Félix Pimenta (SP), Makayla Sabino (RJ) e Archie Burnett (NYC), ícone mundial da prática. A realização é do Trio Lipstick, grupo mineiro responsável pelo festival “matriz” sediado anualmente em Belo Horizonte (MG), com a Coda Produções Artísticas e incentivo do Funcultura.

"O vogue nasceu dentro das prisões dos EUA, quando LGBTs presos pela criminalização da ‘sodomia’ liam revistas de moda, as únicas que eram permitidas nas celas. Surgiu como uma expressão de resistência e empoderamento dessas pessoas”, diz Maria Teresa Moreira, que integra o Trio Lipstick (grupo de performance, pesquisa e produção de vogue) ao lado de Paula Zaidan e Raquel Parreira desde 2011. Ela explica que a dança está inserida dentro de uma cultura maior, chamada de ballroom - festas sediadas por coletivos de dançarinos e performers. “As batalhas de vogue são o enfoque desses eventos, mas também existem momentos em que as pessoas se reúnem para competir por prêmios e troféus relacionados a roupas, arte drag e maquiagem”, diz a jovem.

No Recife, o ápice da programação do festival será justamente um ballroom, o Hellcife Ball. O público poderá prestigiar um desfile de moda e participar de competições em diferentes categorias, inclusive batalhas de vogue com adaptações para ritmos locais: swingueira e brega-funk. "Os ballrooms tem umas regrinhas que temos de seguir, mas ao levar o festival para outras capitais pudemos notar como é legal dar um toque local da cidade", diz Teresa. O festival também será inclusivo, com a realização da etapa Vogue Para Todos, com oficinas para pessoas com deficiência.

CENA LOCAL
Outro "toque local" da programação é a oficina do pernambucano Edson Vogue, que vai abordar o ensino do vogue a partir de um resgate do corpo “que ferve no carnaval com o frevo”. “Abordo as relações estéticas, organizacionais, de passos e improvisos, assim como o tipo de energia e estado corporal que os corpos apresentam. Tanto o frevo quanto o voguing passam por essas mesmas linhas”, explica o artista, formado em Licenciatura em Dança pela UFPE.

Como grande parte das pessoas, Edson conheceu o voguing através de Madonna. Passou a se aprofundar no estilo em 2016, quando conheceu o Trio Lipstick na programação do festival No Ar Coquetel Molotov. Desde então, tem sido um dos personagens que ajudam a construir a cena na capital pernambucana. “No início, eu só queria dançar mesmo, mas as pessoas começaram a me chamar pra dar aulas e ensinar. Com o tempo, também fui entendendo que o voguing era um movimento de resistência e as coisas foram se dando naturalmente”, conta.

Ela explica que a cena do Recife é recente, mas vem se fortalecendo com grupos que se encontram para trocar ideias. Cada coletivo de vogue possui um nome acompanhado por “house” e os criadores são chamados de “mães”. Edson, por exemplo, é “mãe” do coletivo Kiki House of Guerreiras. Kiki House of Quartzo, Kiki House of Pussytivismo e Kiki House of China são os outros coletivos existentes - todos possuem “kiki”, pois são de um meio underground.

"Temos grupos que treinam e estão fazendo com que a cena cresça. Fico feliz com essa edição do Vogue Fever aqui, pois é uma demonstração que temos conseguido certa atenção. Trabalhar com o Trio Lipstick e Archie Burnett, pessoas que eu só conhecia pela internet, é uma realização".

Os estilos

Old Way
Movimentos com linhas, simetria e precisão na execução de formas com elegância. Tem influência das figuras de militares, artes marciais e poses de moda.

Vogue Femme
As mulheres trans não se identificavam com a “masculinidade” do old way, então passaram a investir em um estilo extremamente feminino, com movimentos nos quadris, punhos, jogadas de rosto e cabelo.

New Way
Surge com pessoas de circo que pegaram o método do old way e incluíram contorções elaboradas, com movimentos que exigem muita flexibilidade e destreza.

Programação

Quarta-feira (29)
19h: Seminário Cultura ballroom e o vogue no Brasil (Sinspire)

Quinta-feira (30)
17h: Vogue para todos - Oficina para pessoas com deficiência, com o Trio Lipstick (Paço do Frevo)
19h: Oficina de Frevo Edson (Paço do Frevo)
20h30: Viveêcia com Archie Burnett (Sinspire)

Sexta-feira (31)
18h: Oficina com Trio Lipstick (Sinspire)
19h30: Vivência com Archie Burnett (Sinspire)

Sábado (1)
21h: Hellcife Ball (Sinspire)

Serviço
Festival Internacional Vogue Fever: Recife
Quando: quarta-feira (20) a sábado (1)
Onde: Paço do Frevo (Rua da Guia, s/n) e Sinspire (Rua da Guia, 234)
Quanto: gratuito
Informações: (81) 98827-8222

 

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Espetáculo encenado por um ator em nove papéis aborda preconceito, intolerância e feminicídio PDF Imprimir E-mail

29/08/2018


Amor, preconceito, intolerância, feminicídio. Esses são alguns dos temas presentes na peça O açougueiro, premiado espetáculo solo do ator recifense Alexandre Guimarães. A montagem volta ao Recife nesta sexta-feira (31) e neste sábado (1° de setembro), a partir das 20h, no Teatro Hermilo Borba Filho (Av. Cais do Apolo, s/n, Bairro do Recife), em comemoração aos três anos de existência do monólogo.

Com textos de Samuel Santos e atuação de Alexandre Guimarães, que interpreta nove personagens na trama, o espetáculo conta a história de Antônio, um homem de infância pobre que, em meio às dificuldades, realizou o sonho de abrir seu próprio açougue. Aborda a paixão dele por Nicinha, a ex-prostituta do vilarejo situado no coração do Sertão nordestino. Tendo como base o Teatro Físico e Ritualístico, a encenação do artista pernambucano se apropria de toadas, aboios de vaqueiro e outras manifestações culturais sertanejas.

Em entrevista ao Viver, o ator afirmou que o processo de construção dos personagens foi baseado em visitas feitas por ele ao interior do estado, onde vivenciou e conheceu um pouco das atividades num matadouro. “Embora eu tenha nascido no Recife, minha família é toda do interior e, com muito esforço, consegui ver como funcionava um matadouro público. Foi fundamental sentir cheiros, ouvir sons. A partir daí, comecei a colocar coisas típicas de Pernambuco como o aboio, a toada, o reisado, a velação do corpo antes dos enterros, e hoje a peça é estruturada quase como musical, porque ela é costurada por cânticos”, disse Alexandre.

Ainda segundo o artista, a montagem surgiu do desejo de apresentar uma produção própria para o público local. “Eu queria mostrar, para o meu município, minha posição enquanto ator e que ele não pode esperar ser chamado para trabalhar. Meu desejo era apresentar algo especial para a minha cidade e eu estava cada vez mais encantado por esse teatro próximo do ritualístico e suas possibilidades de interpretação fincadas no ofício do ator. E foi assim que nasceu O açougueiro”, afirmou.

Em três anos, a peça já recebeu diversos prêmios, entre eles os de melhor ator, melhor monólogo e melhor maquiagem na 16ª edição do Prêmio Cenym de Teatro Nacional, e o de melhor ator no Festival Internacional Janeiro de Grandes Espetáculos 2016. O monólogo já foi assistido por mais de cinco mil espectadores, sendo apresentado em 15 cidades de nove estados brasileiros e tendo participado de cerca de 20 festivais nacionais. Já realizou também sete temporadas entre as regiões Nordeste e Sudeste.

Os ingressos para a exibição custam R$ 40 (inteira), R$ 20 (meia) e R$ 15 + 2kg de alimentos não perecíveis (social), à venda na bilheteria do teatro. Os donativos arrecadados no evento serão doados à Casa de Apoio Sempre Viva, que abriga portadores de HIV/AIDS.

SERVIÇO
O açougueiro
Quando: Sexta-feira (31) e Sábado (1º de setembro), às 20h
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho (Av. Cais do Apolo, s/n, Bairro do Recife)
Ingressos: R$ 40 (inteira), R$ 20 (meia) e R$ 15 (social)
Informações: (81) 3355-3320

Confira outras peças em cartaz:
O 16º Festival Estudantil de Teatro e Dança segue até domingo, no Teatro Apolo, no Bairro do Recife. Os ingressos custam R$ 15.

Em um Sol Amarelo
Do SESC Piedade. O que um terremoto na Bolívia tem a ver com as enchentes e desabamentos causados pela chuva no Brasil? Nesta tragicomédia, dividida em dois momentos distintos, verdades serão expostas. A obra, do escritor argentino César Brié, é inédita no Brasil. Hoje, às 19h.

O Sol de Assis
Do Grupo de Teatro Anália Franco e Fraternidade Espírita Peixotinho, de Olinda. A montagem transita entre o drama, embates e ações reflexivas de São Francisco de Assis. Amanhã, às 19h.

A Volta ao Mundo em 80 Dias
Da Academia Santa Gertrudes, de Olinda. Conta a jornada do excêntrico Josué, cavalheiro que levava uma vida rotineira e pontual, mas que um dia foi desafiado a dar uma volta por todo o mundo em 80 dias. Sexta-feira, às 19h.

Hiato
Da UFPE. O ator Danilo Ribeiro se divide em três personagens. Na trama, um autor é perseguido por sua consciência e, enquanto escreve, vai dando vida a uma personagem misteriosa de cabelos azuis. Sábado, às 16h.

Holograma da Saudade
Da Fafire. Com o auxílio da poesia, da música e da dramaticidade, a pequena récita pretende ligar os espaços e preencher os vazios dos seres humanos. Sábado, às 20h.

Era uma vez na Terra Encantada
Da Individual Model. Comédia infantojuvenil que retrata a vida de princesas encantadas que estão perdidas na floresta enquanto crianças e querem ser escritoras no futuro. Domingo, às 16h.

Epifanias do Corpo
Da Escola Municipal de Arte João Pernambuco. O corpo ganha a liberdade da criação e se torna o guia que expressa uma mensagem simbólica e conversa com o inconsciente. Domingo, às 20h.

 

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CineClube Théo exibe filme sobre grupos de Guerreiro PDF Imprimir E-mail

29/08/2018


Na próxima quinta-feira (30), ocorrerá mais uma edição do CineClube Théo. O filme do mês é Guerreiros, que retrata a tradição desse folguedo no interior do Estado, onde hoje só existem dois grupos, ambos descendentes do mestre Nivaldo Abdias Bonfim. O filme será exibido no auditório do Museu Théo Brandão, às 14h.

Apesar dessa redução, eles ainda peregrinam pelo Sertão alagoano, levando adiante o último pedido de mestre Nivaldo Abdias, que foi não deixar o Guerreiro Campeão do Trenado acabar. Os grupos seguem pelas cidades levando as tradições, mas, muitas vezes, vão sem uma rota programada, sem saber onde irão ficar, se serão contratados, se terão dinheiro suficiente para os mantimentos ou quando e como voltarão para casa.

Após a sessão, haverá um debate com Rachel Rocha, professora do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), mestra em Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e doutora em Antropologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), na França. Ela trabalha com Memória e Identidade Cultural, Patrimônio Imaterial e História e Cultura de Alagoas. Na mesa, também haverá a participação da mestra Iraci Ana, do Guerreiro Campeão do Trenado. Ela dança o guerreiro desde criança e já foi de Caboclinha à Rainha. Em 1988, comprou o Guerreiro do mestre Zé Pequeno e colocou seu pai, Nivaldo Abdias como mestre, continuando a dançar como rainha, mas o pai fundou seu próprio Guerreiro e fez com que ela virasse mestra.

O projeto Cineclube Théo acontece na última semana do mês, com o objetivo de “abordar temas contemporâneos, sempre trazendo convidados para discutir esses assuntos”, explicou Iraci Oliveira, do Núcleo de Ação Educativa e Pesquisa do MTB. O evento é aberto ao público. A classificação etária indicativa é livre.

SERVIÇO

O que: Cineclube Théo: – Filme Guerreiros

Quando: 30 de agosto

Onde: Auditório do Museu Théo Brandão (Av. da Paz, 1490, Centro, Maceió – Alagoas)

Horário: 14h

 

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Sesc Santo Amaro recebe mostra de música Sonora Brasil PDF Imprimir E-mail

30/08/2018


Apresentações de bandas, rodas de diálogos e oficinas formam a programação da Mostra no Recife realizada como parte do projeto nacional do Sonora Brasil, do Sesc, que tem início neste sábado (1º) e segue até o dia 4 de setembro, com acesso gratuito. Grupos locais em intercâmbio das cidades de Olinda, Recife e Paudalho e em circulação nacional dos estados da Bahia, Santa Catarina, Goiás e Amazonas se apresentam gratuitamente dentro e fora da Unidade.

A abertura, às 16h, será iniciada pela Banda do Colégio Militar de Pernambuco, que sairá em cortejo pelas ruas próximas a Praça do Campo Santo. Em seguida, em frente à Galeria Corbiniano Lins, acontece o Diálogos Dobrados, uma roda de conversa, com o Grupo Instrumental Brasil UFPE e o Quinteto de Metais da UFBA (BA). Os concertos desses dois grupos acontecem a partir das 19h no Teatro Marco Camarotti.

A Banda 22 de Novembro, da cidade de Paudalho, abre a programação do domingo (2), às 16h. Logo após, haverá roda de diálogo com o Grêmio Musical Henrique Dias, de Olinda, e a Sociedade Musical União Josefense, de Santa Catarina que desenvolve repertório variado, transitando por arranjos e adaptações de música popular e erudita, envolvendo marchas, hinos, dobrados e canções ligadas a festividades religiosas.

Já na segunda-feira (3), a primeira banda a se apresentar é a da Escola Dona Maria Tereza Correia, às 16h. A programação traz apresentação e roda de conversa com a Banda Sinfônica do CEMO, de Olinda, e a Corporação Musical Cempadipe, de Goiás, formada por jovens de Aparecida de Goiânia, representando as bandas civis com repertório de marchas e hinos. Seguindo a programação, os concertos acontecem à noite no Marco Camarotti.

O último dia da Mostra no Recife, a terça-feira (4), traz a Banda Marcial do Ginásio Pernambucano. Na grade, haverá apresentação da Banda Manauense, do Amazonas, que faz referência aos antigos ranchos carnavalescos cariocas, e o Sopro e Percussão, uma união das grandes escolas de música pernambucana. O percussionista Gilú Amaral montou uma apresentação especial para o evento com metais de frevo e percussão.

Oficinas
Serão realizadas três ações formativas. A primeira acontece dia 1º de setembro, das 9h às 11h, com o Quinteto de Metais da UFBA. Na aula, serão passadas noções sobre as modalidades de trompete popular, tuba, trompete erudito e trompa. No dia 3 e 4 de setembro acontece a oficina de Arranjo com o Maestro Nilson Lopes (Cemo), sempre das 9h às 12h. Os interessados em participar podem se inscrever no site do Sesc. As aulas são voltadas para estudantes de música e músicos.

 

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Biografia celebra a trajetória do pernambucano Carlos Ranulpho, o Mercador de Beleza PDF Imprimir E-mail

30/08/2018


Uma história de arte, nome da exposição que a galeria Ranulpho (Rua do Bom Jesus, 125, Bairro do Recife) inauguranesta quinta-feira (30), às 19h, tem duplo significado. É tanto sobre o legado histórico dos artistas e obras selecionados, quanto em relação ao próprio marchand que dá nome ao local, Carlos Ranulpho, 90 anos. Com mais de cinco décadas de atividades, ele tem a biografia contada no livro Carlos Ranulpho - O mercador de beleza (Cepe, 250 páginas, R$ 80), de Marcelo Pereira, que será lançado na ocasião. A publicação é o 15ª título da coleção Memória, publicada pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), dedicada a biografar personalidades da história política e cultural do estado.

Embora seja dedicado a Carlos Ranulpho, o livro acaba por contar também um pouco da história de grandes artistas do cenário nacional, já que as trajetórias deles estão, direta ou indiretamente, relacionadas à atuação do marchand. Entre esses nomes, Vicente do Rego Monteiro, Lula Cardoso Ayres, Cícero Dias, Wellington Virgolino, João Câmara, Aldemir Martins, Iberê Camargo, Maria Carmem, Portinari, Volpi, Mário Nunes, Teruz, Brennand, José Cláudio, Reynaldo Fonseca, José de Moura, Delano, Aloísio Magalhães e Guita Charifker.

A Ranulpho, é creditada a formação de um público local consumidor de arte, algo praticamente sem difusão nos anos 1970, quando começou a investir em mostras e exposições no Recife. “Ele está sempre absorto pela tarefa de aumentar a qualidade concreta da realidade social. É o que tem feito pela arte e pela distribuição dela. Ele é dos que constroem o cosmo onde antes havia apenas matéria caótica”, afirma o curador e crítico de arte Jacob Klintowitz, em texto introdutório no livro. “E tem um admirável olho para a arte, pois, ao longo de tantas décadas, passaram por suas mãos hábeis muitos dos melhores artistas brasileiros”, acrescenta.

Apesar de muitos dos artistas associados a Ranulpho serem hoje nomes consagrados nacional e internacionalmente, o galerista segue de olho em novos talentos. Em 2015, por exemplo, ele incluiu como destaque em uma exposição o jovem Rafael Guerra, então com apenas 28 anos, e o mais novo entre os artistas selecionados. “Mesmo resistindo às inovações, a Galeria Ranulpho, nesses mais de 50 anos de existência, é responsável pelo lançamento e profissionalização de excelentes artistas, não apenas de Pernambuco, como também de vários outros estados do Brasil”, reforça a professora do Departamento de Teoria da Arte da UFPE, Ana Elisabete de Gouveia, no prefácio do volume.

Pelo menos parte do reconhecimento alcançado por alguns artistas pode ser creditado ao faro de Ranulpho, a exemplo do xilogravurista J.Borges. “Ranulpho procurou o dramaturgo e escritor Ariano Suassuna para lhe mostrar as matrizes de gravuras que adquirira de J. Borges. Ariano ficou surpreso, pois não conhecia, e com o maior entusiasmo declarou que, depois de Samico, ele era o maior gravador do Brasil”, narra o jornalista Marcelo Pereira no livro.

Aliás, Ariano Suassuna também esteve entre os artistas presentes no acervo do marchand. Pereira conta que, em meados de 2015, Carlos Ranulpho encontrou, ao acaso, 22 desenhos originais do escritor, feitos para O romance da d’A Pedra do Reino e o príncipe do Sangue do Vai-e-Volta. Ranulpho não lembrava mais que possuía os desenhos e acabou por levar as obras de volta para a família do paraibano.

 

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