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Horário de verão pode causar infarto? Veja o que dizem pesquisas recentes PDF Imprimir E-mail

14/10/2017

 

“Que diferença faz um dia? Vinte e quatro pequenas horas?”, questiona a antiga canção de María Grever e Stanley Adams. Se um dia parece pouco, o que dizer de uma hora? Pois, de acordo com diversos estudos, inclusive feitos no Brasil, 60 minutos podem, sim, fazer uma grande diferença quando o assunto é saúde. De aumento na incidência de infartos a mais internações por diabetes, esses trabalhos mostram que existe uma relação de causa e efeito envolvendo o horário de verão. A literatura científica indica que, no dia imediatamente após o adiantamento do relógio, o número de ocorrências médicas tem um crescimento significativo.

Foi o que constatou o professor da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) Weily Toro Machado, autor de um artigo publicado no jornal Economic letters, assinado também por Robson Tigre e Breno Sampaio. Ao analisar informações do banco de dados do DataSUS, do Ministério da Saúde, os pesquisadores encontraram associação entre o horário de verão e a elevação na incidência de morte por infarto. O trabalho baseia-se na tese de doutorado de Machado, defendida na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em que o pesquisador avalia outras relações de causa e efeito, incluindo um número maior de internações por diabetes mellitus.

O economista conta que seu objetivo era investigar o impacto do horário de verão no cotidiano dos brasileiros. Depois de ler um estudo estrangeiro publicado no The New England Journal of Medicine, sobre a incidência de infartos e a política de adiantamento do relógio, Weily Toro Machado decidiu verificar se o mesmo ocorria no Brasil. Ele pegou os dados disponíveis no DataSUS, de 2008 a 2012, de todos os estados brasileiros referentes aos óbitos por ataques cardíacos 15 dias antes e 15 dias depois do início do horário de verão. Depois, fez a comparação diária dessas informações.

Nos estados em que a prática é adotada (todos, menos os do Nordeste e do Norte), na segunda-feira imediatamente seguinte à mudança de horário, o aumento de mortes por infarto variou de 7% a 8,5%. Já nas localidades sem horário de verão, não houve alteração estatística. “Usamos a econometria, um método estatístico que nos permite mostrar uma relação de causa e efeito, sendo que a única coisa que aconteceu naquele período foi a mudança de horário. Isso me permite fazer essa inferência de casualidade”, explica o pesquisador. O Centro-Oeste foi a região mais afetada do país, e a maior parte dos casos ocorreu entre a população com mais de 60 anos.

O diretor científico da Sociedade Brasileira de Cardiologia e pesquisador colaborador da Universidade de Brasília (UnB) Fausto Stauffer explica que, teoricamente, essa associação pode ser explicada pelos efeitos das alterações no ciclo cicardiano, o popular relógio biológico. “A privação de sono libera mais hormônios adenérgicos, o que pode provocar espasmos na artéria do coração. Também há uma produção maior de citocinas pró-inflamatórias, e o aumento das placas nas artérias está associado à inflamação”, diz Stauffer, que também coordena a Cardiologia do Hospital Santa Lúcia Norte.

Pesquisas sobre o ciclo cicardiano, aliás, deram a um trio de cientistas norte-americanos o prêmio Nobel de Medicina/Fisiologia deste ano, anunciado há uma semana. Em uma série de estudos, Jeffrey C. Hall, Michael Rosbash e Michael W. Young demonstraram como o gene responsável por reger o relógio biológico das células codifica uma proteína que, ao longo da noite, se acumula para, então, degradar-se ao longo do dia. Interrupções nesse ciclo estão associadas a diversas doenças. O modelo de estudo dos pesquisadores foi a mosca-da-fruta.

“Sair de um estado de sono para o de vigília já é um evento estressante para o corpo”, diz Martin Young, professor da Divisão de Doenças Cardiovasculares da Universidade do Alabama em Birmingham. “Quando temos uma mudança abrupta, como perder uma hora de sono no horário de verão, nossos relógios internos não têm tempo suficiente para preparar nossos órgãos”, alega.

Um dos mecanismos afetados, de acordo com Young, é o tom simpático, quando, pela manhã, o corpo envia um grande número de sinais para o coração. Durante a noite, a quantidade de sinais é bem menor. “Porém, quando alguém é privado de sono, o tom simpático pode ficar elevado, mesmo durante o sono, o que é fortemente associado a doenças cardiovasculares. O período do sono é um momento em que o coração não deveria ser desafiado”, afirma.

Influências externas

O cardiologista Fausto Stauffer lembra, porém, que os efeitos da quebra do ciclo cicardiano no sistema cardiovascular, especialmente no que diz respeito à privação crônica do sono, ainda não foram estudados em seres humanos. “Já as pesquisas estatísticas que mostram aumento da incidência de infarto são observacionais. Ou seja, elas não planejam privar alguém do sono e estudar o real efeito disso nessa pessoa. Além disso, o pesquisador não conhece todos os fatores de risco da população estudada. Só podemos fazer inferências precisas quando houver estudos controlados”, observa.

O presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj), Ricardo Mourilhe, não se convence de que a alteração do relógio em uma hora pode provocar algum problema de saúde. “Nos estudos de observação, muitos fatores externos sobre os quais o pesquisador não tem controle influenciam nos resultados. Para se ter ideia, uma vez, um estudo mostrou uma incidência maior de mortalidade entre não fumantes, comparada a fumantes”, exemplifica. Além disso, ele ressalta que há resultados conflitantes mesmo entre um estudo observacional e outro.

Por exemplo, em 2013, uma pesquisa da Divisão de Cardiologia do Hospital William Beaumont, de Michigan, com dados de 935 pessoas, referentes a 2006 a 2012, detectou aumento na incidência de infarto agudo de miocárdio no primeiro dia após a mudança para o horário de verão. Um ano antes, um trabalho do Instituto Karolinska, da Suécia, encontrou aumento de 5% nessas ocorrências na primeira semana de mudança de horário, crescimento esse classificado como modesto pelos pesquisadores. Já um artigo da Universidade do Colorado em Boulder, publicado em 2014, constatou alteração no horário das ocorrências de infarto, mas não detectou qualquer influência sobre a incidência desses eventos.

Já o economista Weily Toro Machado, da Unemat, acredita que, aliada às estatísticas, a literatura científica garante a credibilidade dos estudos observacionais. Até dezembro, será publicado um novo trabalho, conduzido por ele, mostrando que as internações por diabetes mellitus também elevam em 8,5% logo depois da implementação do horário de verão. O pesquisador também prepara um trabalho para avaliar os custos da saúde pública com o aumento das hospitalizações associadas à alteração nos relógios. “Se temos um aumento de internação, há aumento no gasto público. Então, se por um lado o horário de verão gera economia de energia, o que é muito questionado, por outro, também há um aumento dos gastos de saúde pública”, afirma.

Suspeita de impactos psicológicos

Os estudos observacionais começam a investigar outra associação: a influência do horário de verão sobre transtornos mentais. Contudo, essa é uma área sobre a qual se sabe ainda menos do que a relação da privação de uma hora de sono e doenças cardiovasculares e metabólicas.

Um trabalho recente nesse sentido foi apresentado pelo Hospital Universitário de Aarhus, em Copenhague, baseado em 185.419 diagnósticos de depressão registrados na Dinamarca, entre 1995 e 2012. De acordo com o principal autor do estudo, Søren D. Østergaard, a equipe encontrou um dado curioso. O fim do horário de verão foi acompanhado de um crescimento de 8% nos episódios de depressão. “Estamos relativamente certos de que é a transição do horário de verão para o horário normal que causa o aumento no número de diagnóstico. Não, por exemplo, a mudança na duração do dia ou o mau tempo”, disse, em nota.

Østergaard destacou que o risco é “especialmente verdadeiro” para pessoas com tendência à depressão. De acordo com ele, entre 7h e 8h, as pessoas se beneficiam pouco do dia, porque estão se arrumando para o trabalho, tomando café da manhã, dirigindo etc. “Quando chegamos em casa e temos algum tempo livre, já está escuro na Dinamarca. Além disso, a transição para o tempo padrão pode estar associada a um efeito psicológico negativo, já que ela marca claramente a vinda de dias longos, escuros e frios.”

Chegada do outono

A psiquiatra Helena Moura, preceptora da residência de psiquiatria do Hospital de Base, explica que essa é uma realidade típica de países com clima temperado que, diferentemente do Brasil, escurecem muito cedo. “No estudo dinamarquês, o fim do horário de verão parece deixar as pessoas com medo da chegada do outono, quando esses dias mais curtos e escuros começam. Seria um efeito mais psicológico do que fisiológico, mas não temos como ter certeza”, destaca.

Ela diz que já se sabe que a luz solar tem uma influência no humor. “Mas isso é algo que ainda estamos tentando entender melhor”, pondera. Uma pesquisa em curso citada por Helena Moura vem ocorrendo no Brasil, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Lá, cientistas sob a coordenação da psiquiatra Maria Paz Hidalgo investigam diferenças na resposta ao estresse de ratos que, ou passam o dia inteiro sob luz artificial, ou têm contato na maior parte do dia com a iluminação natural. Os resultados preliminares indicam que os do segundo grupo apresentam um nível maior de resiliência.

 

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Encontro dos Sem Terrinhas reúne centenas de crianças em Caruaru (PE) PDF Imprimir E-mail

11/10/17

Teve início no último domingo (8) e se estendeu até a terça-feira (10) mais uma edição do Encontro dos Sem Terrinhas de Pernambuco. É o 13º encontro infantil promovido pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no estado. Este ano o evento reuniu 800 crianças de 4 a 12 anos de idade na cidade de Caruaru, região Agreste do estado.

Na noite de abertura do encontro, no domingo (8), as crianças brincaram com palhaços, houve apresentação de teatro de mamulengo, muita pipoca e algodão doce. A segunda-feira foi reservada para as diversas oficinas diretas, de pintura, capoeira, corda bamba, fabricação de sabonetes e outras, oferecidas por artistas e estudantes que se colocaram à disposição do encontro.

Um grupo de 100 crianças foi ao Centro Acadêmico do Agreste (CAA) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) para conhecer a instituição, foram à biblioteca, brinquedoteca e participaram de oficinas e jogos pedagógicos. Ainda na segunda as crianças socializaram o aprendizado das oficinas e, à noite, participaram de uma festa infantil, para dançarem e se divertirem.

Uma das dirigentes do MST que ajudam a construir o encontro é Rubneuza Leandro. Ela afirma que que o evento, sempre realizado na semana do dia das crianças, tem por objetivo trabalhar a infância dentro do movimento e fortalecer entre as crianças os valores e as vivência da infância sem terra. “As crianças participam do processo de luta desde a ocupação. E a luta tem de forjar os construtores do futuro”, afirma a sem terra. O encontro dos Sem Terrinhas ocorre desde 1996. Cerca de 100 dessas crianças participarão, em 2018, do 1º Encontro Nacional dos Sem Terrinhas.

Durante os três dias de encontro, são trabalhadas três dimensões da infância. A primeira, a lúdica, está presente nas brincadeiras, nos jogos, na programação cultural com palhaços. A segunda dimensão é a pedagógica, que está presente no estudo da temática do encontro – a deste ano foi alimentação saudável –, pelas músicas infantis construídas dentro do próprio movimento, as oficinas vivenciadas durante o encontro e até mesmo no ato de se deslocar de uma região para outra.

A terceira dimensão é a política e organizativa, que tem início já na preparação para ir ao encontro, na construção da pauta de reivindicações aos órgãos governamentais e culmina com a marcha, em que colorem as ruas com suas bolas de festa e ornamentos, fazendo uma caminhada festiva para o diálogo com os representantes do poder público.

Tanto na noite de abertura como em momentos da segunda-feira as crianças foram provocadas a responder o que elas querem para viver bem no campo. “Entraram na pauta a construção das escolas de nível médio, para que os jovens não parem de estudar ao concluir o fundamental e nem precisem sair dos assentamentos para estudar; contra o fechamento das escolas do campo, que é algo que tem afetado muito essas crianças, porque as prefeituras estão fechando as escolas; e os dois ônibus para as crianças irem ao 1º Encontro Nacional dos Sem Terrinhas, em maio de 2018”, diz Rubneuza Leandro.

Também entraram na pauta reivindicações ao Governo Federal, como o fim dos cortes nos recursos para reforma agrária e o início dos cursos do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), que são cursos técnicos nas áreas de agronomia, serviço social e história para a juventude sem terra.

As reivindicações foram entregues às autoridades nessa terça-feira (10), dia que começou cedo para os 800 pequenos. Eles saíram em marcha do Assentamento Normandia, passaram pelo Colégio Municipal até chegarem ao Marco Zero da cidade. No local as crianças entregaram suas pautas a representantes da Prefeitura de Caruaru, do Governo de Pernambuco e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), órgão do Governo Federal.

Rubneuza conclui que o encontro dos Sem Terrinhas visa fortalecer a vivência da criança e constituí-la como sujeito coletivo e de luta. “É isso que constitui a infância sem terra, forjando o construtor do futuro. Dentro da luta tem o lugar da infância e nessa infância precisamos alimentar o projeto de futuro, vivenciando no presente e na prática esse futuro em que as crianças possam viver com dignidade”, diz a dirigente.

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Conjunto 301: repensando memórias de um tempo em ruínas PDF Imprimir E-mail

11/10/2017

Quem passa pelo centro da cidade nem se dá conta do tanto de histórias que carregam os 14 andares do Edifício AIP, na Avenida Dantas Barreto. Na fachada, o letreiro “CINEMA AIP” ainda “grita” pela sua existência. Dentro, do 4º ao 13º andar, escombros, amontoados e penumbras sufocam esse grito.

Essa é uma realidade de um entre tantos outros prédios, públicos ou não, espalhados pelo Recife: o abandono. Mas, em meio ao tanto de histórias despedaçadas do AIP, lá dentro, uma proposta surge para repensar esse movimento de “embate” entre o progresso e as ruínas, o velho e o novo, as memórias e o presente: o Conjunto 301.

Instalados numa das salas do 3º andar do AIP, os artistas Bruna Rafaella Ferrer e Danilo Galvão se juntaram com a proposta de agregar pensamentos, ideias e projetos que dialoguem com as questões referentes à estética urbana, ao patrimônio (em ruínas), às memórias e à dinâmica desses centros urbanos.

“Para mim, o Conjunto 301 é um laboratório de questões da estética urbana, do centro da cidade. Existem noções, conceitos e situações bem interessantes que me interessam enquanto pesquisa: a ruína, as relações dentro de um centro comercial, questões de patrimônio, um monumento simbólico como é o AIP, que representa isso muito bem”, diz Bruna.

O Conjunto 301 abrirá suas portas ao público no próximo sábado (14), às 16h, com a mostra À Beira, do coletivo homônimo, formado por alunos do curso de Artes Visuais da UFPE. A exposição contará com pinturas, fotografias, instalações, videoarte e performances, e ocupará o espaço até o dia 28 de outubro.

Bruna, porém, faz questão de frisar que o Conjunto 301 não será um ateliê, e sim um espaço em que se pretende fomentar discussões – seja através das plataformas artísticas em suas mais variadas expressões, ou não – sobre essas relações inerentes aos centros urbanos, e, também, para agregar quem esteja disposto a colaborar nesse processo de ressignificação do olhar para esses centros.

“Estamos pensando formas de potencializar essa ideia e agregar pessoas que estejam interessadas em mergulhar nessa estética urbana e abrir uma porta para que essas pessoas também trabalhem aqui”, comenta ela.

“Por isso, achamos que era pertinente ocupar o AIP e usar a própria história dele, o material físico e simbólico dele como forma de pesquisa e de desdobramento para outros projetos, colaborativos, inclusive”.

“Queremos propor encontros com outros trabalhos que se relacionam com o urbano, próximo das narrativas possíveis dessas várias camadas de tempo, de história”, continua Danilo. “Entender como funcionam os tempos e os silêncios que existem aqui”, conclui.

À Beira

Nesse processo de aglutinar pessoas e ideias que venham a contribuir com a problematização dessas questões, o Conjunto 301 será inaugurado com a exposição À Beira, que ficará no espaço de 14 a 28 de outubro, sempre aberta ao público nos três sábados (14, 21 e 28), a partir das 16h.

Formado por alunos de Artes Visuais da UFPE, o coletivo À Beira surgiu como consequência da exposição. São 16 trabalhos – entre pintura, fotografia, performance, instalações, videoarte, etc – que abordam, livremente, várias temáticas, como periferia, sexualidade, etc.

O Conjunto 301 surgiu como o local mais adequado para apresentar a mostra, por extrapolar os limites das artes apenas do campo plástico, mas também desembocar no pensar e repensar referente à dinâmica urbana. “Dentro da natureza do que eles estavam pensando, e vendo o que estava acontecendo no AIP, fez todo o sentido eles virem para um lugar que também está à margem, à beira”, considera Bruna Rafaella.

A mostra fará também outras atividades. Um delas será voltada para alunos da rede estadual de ensino, que participarão de visitas guiadas à exposição, pelos integrantes do coletivo À Beira, conhecendo, inclusive, alguns dos artistas com trabalhos expostos.

Além da mostra em si, será realizada uma série de três debates (ou “conversas”, como o coletivo prefere chamar), durante a vigência da exposição, sempre aos sábados, às 16h. Como convidados, algum artista ou gestor afeito ao assunto abordado na conversa, que irão enriquecer o momento com suas vivências.

Confira a programação e os temas abordados:

14/10
Tema: Patrimônio e Resistência Cultural
Facilitadores:Lorena Taulla
Mediador: Bruna Rafaella Ferrer

21/10
Tema: Arte para quem? Insurgências coletivas em Pernambuco
Facilitador e mediador: Coletivo À Beira
>>> Após a conversa, haverá o “rolezinho” de intervenções urbanas, de lambe-lambe, nos arredores do Edifício AIP

28/10
Tema: Atualidades e novas perspectivas de um estado de arte em crise
Facilitador: Marcelo Coutinho
Mediador: Coletivo À Beira

SERVIÇO
Conjunto 301
Abertura com a mostra “À Beira”
Sábado (14), às 16h
Edifício AIP | Avenida Dantas Barreto, 576 – São José

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Superlotação e suspensão de partos em maternidades do Recife PDF Imprimir E-mail

10/10/17

Caos em duas grandes maternidades de média e alta complexidade de Pernambuco evidenciam a situação limite que o setor enfrenta. Nesta terça-feira (10), denúncias de pacientes apontavam que o Hospital Barão de Lucena (HBL), na Iputinga, na Zona Oeste do Recife, teria suspendido alguns partos por falta de material. E no Hospital das Clínicas da UFPE, na Várzea, mesma região, houve o fechamento da maternidade devido à superlotação da unidade.

Funcionários e gestantes apontam que o quadro reflete o sucateamento da assistência ao parto em muitos municípios pernambucanos. A situação acaba estourando nos hospitais da capital, que acolhem uma demanda que, a priori, não é deles.

O centro obstétrico do HC parecia um cenário de guerra. Com capacidade para oito pacientes, o espaço tinha 27, ou seja, cerca de 300% a mais. Todas as mulheres esperavam vaga na enfermaria, que já estava com 22 mulheres e seus bebês. A UTI neonatal operava no limite de oito leitos, mas na unidade de Cuidados Intermediários (UCI) havia 19 recém-nascidos num espaço que deveria comportar dez. Pelo menos três bebês precisavam de isolamento. Um dos temores iminentes da superlotação dos espaços é um surto de infecção hospitalar.

O HC confirmou a interdição da maternidade por medida de segurança de mães, bebês e dos profissionais de saúde. Em nota, o hospital informou que a Unidade Neonatal solicitou à Secretaria Estadual de Saúde (SES) a interrupção temporária do encaminhamento de gestantes devido à superlotação. A solicitação foi atendida e, após reavaliação da situação, o plantão poderá ser reaberto nesta quarta-feira (11).

Já a SES, que gerencia o HBL, negou interrupções de partos nesta terça (10). Em nota, a pasta afirma que a emergência obstétrica esteve atendendo as mulheres que deram entrada na unidade, com prioridade para os casos mais graves de acordo com a avaliação médica e os critérios de classificação de risco. Até a tarde haviam sido realizados oito procedimentos cirúrgicos e partos.

A Central de Regulação de Leitos reconhece a grande demanda nas principais maternidades de alto risco do Grande Recife, causada, principalmente, pela deficiência das unidades municipais, que acabam encaminhando casos menos complexos para estes centros de referência. A SES informou ainda que vem dialogando com os gestores municipais sobre o fortalecimento da rede de atenção materno infantil em suas cidades.

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Resultado do sorteio da obra "O Golpe de 2016 e a Reforma da Previdência" PDF Imprimir E-mail

11/10/ 2017

A obra coletiva "O Golpe de 2016 e a Reforma da Previdência" (Praxis – 477p.), coordenada por Gustavo Teixeira Ramos, Hugo Cavalcanti Melo Filho, José Eymard Loguercio, do escritório Loguercio, Beiro e Surian Sociedade de Advogados, e Wilson Ramos Filho, denuncia a desconstrução dos direitos sociais por meio da Reforma da Previdência.

Inspirados no êxito dos livros "Resistência ao Golpe de 2016", "A Classe Trabalhadora e a Resistência ao Golpe de 2016" e "Resistência Internacional ao Golpe de 2016", o Instituto Declatra – Defesa da Classe Trabalhadora; Loguercio, Beiro e Surian Sociedade de Advogados; R&M – Roberto Caldas, Mauro Menezes & Advogados; e a ALJT – Associação Latino-Americana de Juízes do Trabalho decidiram organizar este novo volume denunciando, agora, a desconstrução dos direitos sociais por meio da Reforma da Previdência.

O desmonte das políticas públicas que atendem idosos e pessoas carentes com deficiência e os/as trabalhadores/as que contribuíram durante toda a vida laboral para ter uma velhice digna é um ataque brutal ao bem-estar de toda a população brasileira, em especial aos que dependem de benefícios sociais. A PEC 287/2016, que pretende reformar a previdência social, provoca o aumento da desigualdade social e regional que já assola o país e favorece empresários e rentistas.

Este volume explicita as contradições e revela as falsas justificativas do governo, dando argumentos consistentes para que a sociedade brasileira conheça, debata e lute contra esta pseudorreforma da previdência. Isso é absolutamente essencial para a luta contra o fim da previdência, da assistência social e de todas as políticas sociais para jovens e idosos, que é, ao fim e ao cabo, o que os usurpadores do poder querem fazer.

Sobre os coordenadores:

Gustavo Teixeira Ramos é sócio da banca Roberto Caldas, Mauro Menezes & Advogados. Graduado em Direito pela UnB. Pós-graduado em Direito Material e processual do Trabalho pela Universidade Mackenzie.

Hugo Cavalcanti Melo Filho é juiz do Trabalho da 12ª vara do Trabalho do Recife. Graduado em Direito pela UFPE. Mestre e doutor em Ciência Política pela UFPE.

José Eymard Loguercio é sócio do escritório Loguercio, Beiro e Surian Sociedade de Advogados. Graduado em Direito pela PUC-Campinas. Mestre em Direito pela UnB. Professor.

Wilson Ramos Filho é advogado trabalhista. Pós-doutor junto à EHESS de Paris. Professor de Direito do Trabalho e de Direito Sindical na UFPR.

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Ganhadora:

Lauanne Dunamaier Froz dos Santos, de São Luís/MA

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