Médicos brasileiros discutem cirurgia bariátrica em Dubai |
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28/08/2018
São Paulo – Um grupo com pelo menos 20 profissionais brasileiros da área de saúde, a maioria médicos, vai apresentar seus estudos, conhecimentos e experiências no Congresso Mundial da Federação Internacional de Obesidade e Transtornos Metabólicos (IFSO), de 26 a 29 de setembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
O médico brasileiro Almino Ramos (foto acima) assumirá em Dubai o cargo de presidente da IFSO. A organização internacional reúne 62 países e mais de oito mil cirurgiões dedicados ao estudo do tratamento da obesidade por intervenção: cirúrgica, endoscópica ou por colocação de balão.
A IFSO promove anualmente o congresso em diferentes lugares do mundo, como uma instância para troca de conhecimento sobre tratamento cirúrgico de pacientes gravemente obesos. São apresentadas novas técnicas, pesquisas e conceitos na área. As últimas edições reuniram em média 2.500 pessoas, segundo disse Ramos à ANBA.
Na programa deste ano, divulgado na página da internet da IFSO, aparecem entre os palestrantes médicos dos Estados Unidos, Líbano, França, Alemanha, Taiwan, Espanha, Índia, Argentina, Emirados, Reino Unido, Bélgica, Canadá, Kuwait, Jordânia, Bahrein, Austrália, Itália, Catar, Egito, Singapura, China, Portugal, Japão, entre outros.
Os brasileiros formam parte expressiva dos que falarão no encontro. O País é o segundo no mundo em número de cirurgias bariátricas, com 110 mil operações no ano passado. Segundo Ramos, 54% da população está acima do peso.
“O Brasil tem uma legislação forte na área, reconhece a obesidade como doença e a cirurgia bariátrica como uma técnica para quem tem obesidade mórbida”, explicou o médico. Norma da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), ligada ao Ministério da Saúde, determina que pessoas com obesidade mórbida têm direito a fazer cirurgia.
O Brasil é referência científica e de estudos em cirurgia bariátrica e recebe profissionais estrangeiros para treinamento, além de atrair médicos de fora do País para o congresso anual promovido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Almino Ramos acredita que todos esses fatores explicam o destaque do País na área e a participação expressiva no congresso da IFSO.
Segundo o médico, entre os pontos altos da discussão do Congresso Mundial da IFSO 2018 devem estar a cirurgia bariátrica como meio de melhora de doenças como hipertensão, diabetes, apneia do sono, triglicérides altos, problemas ortopédicos, entre outras, e o uso de técnicas cada vez menos invasivas, como laparoscopia e endoscopia.
Para ter espaço no congresso, os médicos podem se inscrever, o que é submetido a uma comissão, ou podem ser convidados pela federação, que é o caso da maioria dos brasileiros que estarão na edição deste ano, segundo Ramos.
O futuro presidente da IFSO abordará uma série de temas no congresso, entre eles operações bariátricas menos invasivas. Entre os outros assuntos sobre os quais os médicos brasileiros falarão estarão gastrectomia vertical, tratamento bariátrico endoscópico, a robótica no futuro dos procedimentos bariátricos e metabólicos, cirurgia bariátrica e hipertensão, efeitos da cirurgia para a esteato-hepatite não alcoólica (NASH), entre outros.
Segundo programa divulgado pela IFSO, entre os médicos brasileiros participantes estarão João Caetano Marchesini, Ricardo Cohen, Carlos Schiavon, Sergio Santoro, Manoel Galvão Neto, Alexander Morell, Nestor Suguitani Bertin, Marcos Leão Vilas Boas, Luciana El-Kadre e João Sucupira. Também falarão brasileiras de outras áreas, como a nutricionista Silvia Leite Faria, e a profissional de Educação Física, Emilian Rejane Marcon.
Almino Ramos, que ficará à frente da IFSO até a realização do congresso mundial em 2019, é formado em Medicina pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), tem mestrado em Cirurgia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e doutorado em Cirurgia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ele atende na clínica Gastro Obeso Center, na capital paulista, e foi presidente da SBCBM em 2013 e 2014.
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Arqueólogos encontram ossada humana em engenho do século 16, no Grande Recife |
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29/08/2018
Arqueólogos encontraram uma ossada humana enterrada no terreno do Engenho Jaguaribe, em Abreu e Lima, no Grande Recife. Um dos mais antigos engenhos do estado é estudado pelos pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Uma das hipóteses é que o achado pode indicar que, no local, viveram europeus, indígenas e escravos africanos. (Veja vídeo no link da matéria)
O Engenho Jaguaribe começou a ser construído em 1540. Debaixo da terra, professores e alunos do Departamento de Arqueologia da UFPE encontraram louças, vestígios de uma capela, da casa-grande do engenho e continuam a escavar o terreno em busca do que teria sido a senzala.
Os ossos humanos encontrados no local formam um esqueleto aparentemente completo. De acordo com a professora Cláudia Oliveira, arqueóloga responsável pela pesquisa, a descoberta pode ajudar os historiadores a entenderem melhor os primeiros anos da colonização portuguesa no estado.
“Essa área é a de um dos primeiros engenhos implantados na Capitania de Pernambuco e sua história é superimportante, pois assim podemos reconstituir como era o funcionamento desses primeiros engenhos. Temos muitas informações dos séculos 17 e 18, mas temos poucas do século 16”, explica a arqueóloga.
O grupo de arqueólogos estuda o Engenho Jaguaribe desde 2001, mas as escavações começaram em 2015. Desde então, descobertas importantes foram feitas sobre a área, que fez parte do início do povoamento de Pernambuco.
Para saber exatamente o que os ossos podem trazer de informações históricas, é preciso levar o material para o laboratório. Apesar disso, o trabalho precisa ser lento e cuidadoso, para preservar elementos da história que foram escondidos pelo tempo.
“É uma descoberta grande porque poderemos contar um pouco da história do dia a dia não só através dos objetos, mas a parte física. O homem, vamos dizer. Precisamos de medidas de preservação dessa área e de tempo para recuperar todas essas informações. O trabalho é muito lento e minucioso", a a professora.
Um dos estudantes envolvidos na escavação, Paulo César Neri conta a importância do achado para reconstituir a história do século 16. “A gente faz a retirada do material para analisar no laboratório e possivelmente identificar o sexo, possíveis patologias, além do estudo de DNA, para indicar as ancestralidades e as demais informações como traumas, que podem ser a causa da morte”, diz.
O terreno em que os arqueólogos trabalham tem mil metros quadrados, mas há poucos técnicos para a extensão territorial. Atualmente, as escavações são financiadas pelo Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura, por meio de um projeto aprovado pelo grupo de arqueólogos. Apesar da descoberta, os arqueólogos temem que a pesquisa seja paralisada por falta desse financiamento.
Por causa disso, os pesquisadores procuram trazer ao local vizinhos e estudantes da região, para que eles entendam a importância da pesquisa e de preservar o espaço, quando os pesquisadores não estiverem mais no local.
"O trabalho é muito lento e minucioso, não se pode chegar escavando tudo. Esse achado mostra, mais uma vez, a importância dessa área para a continuidade da pesquisa", diz Cláudia.
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"É preciso se antecipar à ocorrência da violência", diz sociólogo |
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28/08/2018
Na coluna Segurança e Cidadania desta terça (28), na Rádio Jornal, o sociólogo e professor da UFPE José Luiz Ratton defendeu que é fundamental que a sociedade civil exija um modelo de segurança pública que não envolva apenas dimensões repressivas, mas que envolva também dimensões preventivas. "É preciso se antecipar à ocorrência da violência", disse Ratton.
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‘Onde está o dinheiro da Saúde?’: app facilita acesso a dados sobre investimentos no setor |
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28/08/2018
Um aplicativo gratuito e de fácil manuseio, denominado Onde está o dinheiro da Saúde?, acaba de ser lançado pela Fiocruz Pernambuco para smartphones com sistema operacional Android. Por meio dele, qualquer pessoa pode saber como estão sendo aplicados os recursos da saúde no seu município. A ferramenta traduz, para uma linguagem simples e visual, os dados contábeis e da administração pública disponíveis no Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS).
A tela inicial do aplicativo convida a uma busca por município e apresenta os valores disponíveis para investimento na saúde pública por pessoa, por dia e por ano, na localidade escolhida. Em seguida, a informação é complementada, e o cidadão pode enxergar qual foi a participação da prefeitura e dos governos federal e estadual nesse valor anual.
A ferramenta apresenta também um ranking com os dois municípios com o maior e o menor aporte de recursos em saúde, tanto do País como do Estado onde se localiza o município de interesse. O gráfico traz a média nacional desses investimentos por pessoa/ano em todos os municípios do País, o que contextualiza os dados, ajuda a estabelecer comparações e auxilia no controle social.
“Muitas das informações disponíveis no app são estratégicas para quem trabalha na área da saúde, em especial os conselheiros”, explica a pesquisadora da Fiocruz PE e coordenadora do projeto, Islândia Carvalho. Uma delas é a possibilidade de acompanhar a execução orçamentária dos municípios, de forma rápida e precisa. Se a execução está sendo lenta e há risco de não alcançar a meta, o aplicativo facilita a tarefa tanto do conselheiro, que fiscaliza a destinação dos recursos, como do gestor, que pode enxergar o problema a tempo de corrigir e cumprir a legislação. Outra opção disponível é a distribuição dos investimentos por área (atenção básica, alimentação e nutrição, assistência hospitalar e ambulatorial, entre outras), o que permite identificar eventuais desvios de função.
Estão disponíveis dados a partir de 2002, o que permite enxergar como esses recursos vêm sendo destinados ao longo do tempo. Um estímulo às reflexões dos cidadãos neste ano eleitoral, que vem acompanhado da facilidade de compartilhamento de telas nas redes sociais. De acordo com a pesquisadora, trata-se de um recurso que visa promover o debate e a mobilização social em torno dos aspectos positivos e negativos observados, colaborando para melhorar os indicadores da saúde.
Equipe O projeto foi desenvolvido pela equipe Comunica, que integra o grupo de pesquisa Saberes e Práticas em Saúde coordenado por Islândia. Além da pesquisadora, a equipe é formada por um desenvolvedor web e mobile, Diego Silva; três designers: Deborah Vanessa, Bruno Leite e Túlio Mesquita; um apoio administrativo, Andreza Santos e uma colaboradora, a professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Sandra Siebra. A iniciativa contou também com o suporte do Grupo de Economia Política da Saúde da UFPE, do qual Islândia é vice-líder e dos estudantes do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UFPE, que participaram dos testes de usabilidade e acessibilidade do aplicativo.
Financiado pelo edital para recursos educacionais abertos (REA) da Fiocruz, o app foi apresentado ao público no 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão 2018) realizado de 26 a 29 de julho no campus da Fiocruz, no Rio de Janeiro. Lançada na Play Store em 6 de agosto, a ferramenta já teve mais de mil downloads e recebeu nota 4.9 (numa escala que vai até 5) por parte dos usuários que a avaliaram. Duas versões já estão previstas para serem lançadas em breve: uma em setembro, para a plataforma IOS e outra, em alguns meses, vai incorporar as informações dos estados e da união, fruto de parceria com o Ministério da Saúde.
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