Universidade Federal de Pernambuco - Agência de Notícias - Clipping
Estudantes da UFPE criam revista de arte e buscam financiamento coletivo PDF Imprimir E-mail

03/10/2017

 

Foi a partir de um gosto em comum – as artes visuais – que cinco jovens estudantes do Campus Recife da Universidade Federal de Pernambuco, na Cidade Universitária, se juntaram. Assim, nasceu a Revista Propágulo, um espaço para divulgação das artes independentes produzidas em Pernambuco.

Nathália Sonatti, Bruna Lira, Guilherme Moraes, Rodrigo Souza Leão e Heitor Melo são os nomes dos jovens por trás do projeto. Cada um tem sua ligação com a arte, seja diretamente ligada ao curso que fazem na UFPE, ou aos gostos pessoais. “A Propágulo é um projeto realizado com o objetivo de divulgar e promover artistas visuais de Pernambuco, principalmente jovens artistas que não possuem muitos mecanismos de divulgação”, comenta Nathália, estudante do curso de Jornalismo e redatora da revista.

Com foco no processo criativo de artistas, o lançamento da primeira edição da revista está previsto para o mês de novembro. Além da edição física, que será veiculada quadrimestralmente, a equipe da Propágulo tem o objetivo de produzir conteúdos exclusivos para suas redes sociais, onde artistas e demais notícias relacionadas ao mundo das artes serão pauta.

Para viabilizar a produção da publicação, os estudantes criaram um financiamento coletivo no site Catarse. Os interessados em apoiar o projeto podem contribuir com valores que vão de R$ 15 a R$ 700 – para cada valor, há uma recompensa que vai desde um exemplar da revista até um quadro, emoldurado, do artista Guilherme Moraes.

“A ideia surgiu de Guilherme, que bolou todo o conceito e convidou o resto da galera para participar do projeto. Ele, assim como nós, sempre sentiu o vácuo que existe entre a produção artística pernambucana, que é super abrangente, e a chegada desse conteúdo ao público”, conta Nathália, uma das editoras da revista.

A campanha Cartarse para a produção da revista segue até dia 13 de novembro de 2017.

Campanha no Catarse
Instagram: @propagulo
Facebook: Propágulo

 

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UFPE divulga edital do Vestibular 2018 para música PDF Imprimir E-mail

03/10/2017

 

A Universidade Federal de Pernambuco lançou o edital do Processo Seletivo Vestibular 2018 para os cursos presenciais de Música (licenciatura), Canto/Música (bacharelado) e Instrumento/Música (bacharelado), no campus Recife. As inscrições, que começam na próxima quarta e seguem até 12 de novembro, devem ser realizadas, exclusivamente, pela internet no site da Covest. Elas só serão efetivadas após o pagamento da taxa de inscrição de R$ 70. Os documentos necessários para realização das inscrições e demais informações estão disponíveis no edital.

O pagamento da taxa poderá ser feito até o dia 13 de novembro, mediante quitação da Guia de Recolhimento da União (GRU), em qualquer agência do Banco do Brasil, conforme instruções a serem divulgadas na página eletrônica da Covest. Para solicitar a isenção do pagamento da taxa, o candidato deverá acessar o site da Covest, no período de 10 a 12 deste mês, e seguir as normas a serem publicadas pela comissão de vestibular. No ato da inscrição, o candidato deverá fazer opção para um único curso, indicando as preferências por turno e entrada. As vagas por curso, modalidade, entrada e turno podem ser consultadas no edital.

São oferecidas 60 vagas para Música (licenciatura), quatro para Canto/Música (bacharelado) e 18 para Instrumento/Música (bacharelado). Serão reservadas, no mínimo, 50% das vagas do certame, por curso e turno, aos candidatos que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas, em cursos regulares ou no âmbito da modalidade de Educação de Jovens e Adultos ou que tenham obtido certificado de conclusão com base no resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA) ou de exames de certificação de competência ou de avaliação de jovens e adultos realizados pelos sistemas estaduais de ensino.

SELEÇÃO
A primeira etapa do processo seletivo é composta das seguintes provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017: Prova I - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias: Língua Portuguesa, Língua Estrangeira (Inglês ou Espanhol), Artes e Educação Física; Prova II - Matemática e sua Tecnologias: Matemática; Prova III - Ciências Humanas e suas Tecnologias: História, Geografia, Filosofia e Sociologia; Prova IV - Ciências da Natureza e suas Tecnologias: Química, Física e Biologia; e a nota da Redação.

A segunda etapa corresponde ao Teste de Habilidade Específica (THE), que será efetuado por meio do envio de vídeo e presencialmente, conforme instruções no Manual do Candidato, a ser disponibilizado no site da Covest. As provas presenciais serão realizadas em um dos três campi da Universidade (Recife, Vitória e Caruaru), em data, horário e local a serem divulgado no site da Covest.

A divulgação dos resultados finais para a primeira classificação será realizada, pelo site da Covest, até o dia 21 de dezembro. O Processo Seletivo Vestibular 2018 – UFPE para Música será realizado pela Covest, sob supervisão da Pró-Reitoria para Assuntos Acadêmicos (Proacad) da Universidade. O conteúdo programático e demais instruções relativas ao processo estarão disponíveis no site da Covest.

 

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“As pessoas sabem muito sobre suas profissões, mas quase nada sobre si mesmas”, diz psiquiatra PDF Imprimir E-mail

29/09/2017

 

Nesta sexta-feira (29), chegamos à reta final do Setembro Amarelo, mês de conscientização sobre o suicídio. Em 2016, a campanha atingiu mais de 50 milhões de pessoas em todo o País, segundo dados da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Especialistas alertaram para diversos fatores, como a importância da prevenção, da empatia, dos sinais de alerta, a relação com os transtornos mentais e de que maneiras os distúrbios psiquiátricos atingem variadas faixas etárias. A saúde mental em universitários, principalmente a dos estudantes de medicina, é um dos cenários que preocupam especialistas.

O tema foi objeto de estudo do psiquiatra Leonardo Machado, professor de psiquiatria e psicologia médica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no doutorado em neuropsiquiatria e ciências do comportamento da instituição. Em Transtornos mentais comuns e bem-estar subjetivo em estudantes de medicina: uma intervenção preventiva baseada na psicologia positiva, apresentado em agosto passado, o pesquisador pontua como a busca por ajuda profissional é baixa em estudantes de medicina com algum transtorno mental. A proposta da tese foi atestar como algumas estratégias podem ser usadas para a diminuir o estresse emocional dessa população.

Entrevista com o pesquisador

Casa Saudável – Como surgiu o interesse em investigar o bem-estar mental de estudantes de medicina?
Leonardo Machado – Assim que comecei a dar aulas para o curso de medicina da UFPE, chamou-me atenção o número de estudantes que me procuravam pedindo alguma ajuda em relação a problemas psicológicos, psiquiátricos e/ou de relacionamento que enfrentavam. Muitos vinculados ao próprio curso de medicina, mas também outros às suas vidas extra-medicina. Além disso, tenho percebido em mim mesmo uma personalidade mais engajada. Parece-me, assim, que uma coisa levou a outra. Além disso, percebi cedo que cuidar da saúde pública é também cuidar daqueles que serão os futuros médicos. Um médico que se sente bem consigo mesmo tem mais chance de prestar um serviço de qualidade à população. Isso vale para todas as outras áreas da saúde; porém, como dou aulas para o curso de medicina, acabei me envolvendo mais com os estudantes de medicina.

CS – Quantas pessoas estão envolvidas na pesquisa? E quanto tempo durou o estudo?
LM – Nossa pesquisa de doutorado teve duas fases. Na primeira, no primeiro semestre de 2016, 423 estudantes de medicina da UFPE (ou seja, 74,6% dos estudantes matriculados nos quatro primeiros anos, que é a fase inicial antes do chamado internato) responderam a um questionário composto por várias escalas. A ideia foi avaliar fatores associados ao bem-estar subjetivo e à ansiedade nesta população e verificar se eles precisavam ou não de uma intervenção preventiva. Na segunda fase, no segundo semestre de 2016, transformamos as aulas do eixo humanístico em um treinamento emocional baseado na psicologia positiva com 34 estudantes do sétimo período e comparamos os resultados com 31 estudantes do sexto período que receberam aulas convencionais.

CS – Quais foram os principais transtornos mentais relatados pelos estudantes?
LM – Como não fizemos entrevistas pessoais, mas questionários com escalas, não podemos falar em diagnósticos definitivos. No entanto, as escalas avaliavam em geral o risco para transtornos de ansiedade (sobretudo transtorno de ansiedade generalizada), transtornos depressivos e somatização. Ao lado disso, avaliamos o bem-estar subjetivo (quantidade de emoções positivas + nível de satisfação com a vida).

CS – Quais as causas que, na sua impressão, podem influenciar o desencadeamento dos primeiros sintomas de adoecimento psíquico
desses alunos?
LM – Fatores da própria personalidade, como elevado nível de auto-cobrança; fatores ligados ao curso de medicina, como percepção dos alunos de elevada cobrança por parte dos professores; e o fato de alguns precisarem se mudar e morar longe da família para fazer medicina. Além disso, na atualidade, o número de jovens com pouco suporte social fazendo medicina também aumentou, geralmente oriundos das cotas. Nas aulas, até hoje não sei a priori quem é aluno que entrou no curso pelas cotas ou não. Nunca perguntei e igualmente nunca percebi uma diferença entre o nível dos questionamentos e do conhecimento. No entanto, quando passei a atender e a conversar com esses jovens, percebi que muitos precisam fazer um desdobramento maior do que eu fiz, por exemplo, quando era estudante de medicina da Universidade de Pernambuco (UPE). Alguns precisam trabalhar, outros já eram pai/mãe, alguns moram muito longe e dependem do transporte público. Tudo isso também conta. Devo dizer que aprendi e aprendo muito com os jovens estudantes de medicina em geral, e em particular com esses que têm maiores dificuldades socio-econômicas.

CS – Foi criado um ambulatório específico no HC para atender estudantes de medicina com algum transtorno psiquiátrico. Como funciona
o serviço?
LM – Criamos o PROGad (Programa Galdino Loreto). Em 2016 comecei a atender no Hospital das Clínicas (HC) sem uma sistemática maior alguns estudantes que me procuravam. Logo percebi a necessidade de uma sistematização. Formalizei, então, em janeiro de 2017, esse projeto de extensão. Convidamos os residentes de psiquiatria do HC, onde sou preceptor, para participar fazendo atendimento em psiquiatria e psicoterapia cognitiva sob minha supervisão. Eles aceitaram e gostaram da ideia. Além desses atendimentos individuais, já tivemos um grupo de terapia cognitiva para ansiedade com 14 estudantes e o primeiro colóquio sobre saúde mental de estudantes de medicina. Nas duas primeiras semanas de outubro realizaremos uma oficina de mindfulness com cerca de 20 participantes. O nome do programa é uma homenagem ao psiquiatra e exprofessor titular da UFPE, Galdino Loreto. Ele, que era neto de um ex-governador de Pernambuco, Sérgio Loreto, foi pioneiro no Brasil no cuidado ao estudante universitário em geral e ao de medicina em especial, começando a fazer este tipo de atendimento em torno de 1958.

CS – Como funcionam as técnicas da “psicologia positiva”?
LM – A psicologia positiva guarda alguma semelhança com a psicoterapia cognitiva no sentido de propor a realização de técnicas simples, porém com bom impacto, além da escuta. O foco primordial da psicologia positiva é estimular emoções positivas, gratidão, “forças” e qualidades no sentido de promover satisfação com a vida, sentido existencial e resiliência. O foco dela, portanto, não é diminuir primariamente sintomas psiquiátricos ou emoções negativas. Isso pode vir como consequência. Dessa maneira, a psicologia positiva pode ser uma ferramenta de prevenção em saúde mental uma vez que ela promove fatores de bem-estar.

CS – Os docentes também estão enfrentando uma “fase” de muito adoecimento mental? Por que?
LM – Se levarmos em conta a população de professores do Brasil como um todo eu posso dizer sem alarde e sem exagero que passamos por uma situação de calamidade pública do ponto de vista de saúde mental. Na atualidade, poucos são os professores de escolas públicas do ensino básico e médio que conseguem chegar ao final da carreira sem um adoecimento psíquico. Sendo que nesta população, o adoecimento em geral está vinculado a fatores da própria profissão. Certamente, por isso, o número de readaptações nesta população é grande. Com relação aos professores do ensino superior, a situação é menos calamitosa, entretanto não muito menos preocupante. Baixos salários, condições adversas de trabalho e a total desintegração da relação de respeito para com a figura de autoridade que o professor exerce acabam sendo os principais fatores associados ao adoecimento. É imperioso cuidar dessa população se desejamos cuidar do Brasil.

CS – Quais seriam as principais estratégias que poderiam ser adotadas pra prevenir o “surgimento” dos transtornos mentais em universitários, principalmente do curso de medicina?
LS – Disciplinas eletivas ou obrigatórias (ainda não temos a resposta cientificamente embasada para isso), treinamentos emocionais baseados na psicoterapia cognitiva e/ou psicologia positiva, ou oficinas de mindfulness e/ou meditação podem ser caminhos. Além disso, modificações curriculares merecem ser pensadas no sentido de encontrarmos maneiras de avaliar o aluno globalmente e com uma lógica não-concurseira. Devo dizer que ensinar nas escolas as crianças e os adolescentes sobre suas emoções, pensamentos e comportamentos é uma estratégia que deve ser posta em prática. As pessoas sabem muito sobre suas profissões, mas quase nada sobre si mesmas. Os pais não aprenderam, por isso elas não conseguem aprender com eles, nem nas escolas. Acabam aprendendo com as “pancadas” da vida e/ou nos consultórios de psicoterapia.

CS – E, uma vez que o aluno já está doente, como o meio acadêmico pode agir para intervir na terapêutica do aluno, já que a universidade é o local onde o estudante passa boa parte do dia?
LS – Criar programas de assistência psicológica e psiquiátrica nas universidade; e incentivar uma convivência mais empática dos alunos entre si e entre esses e seus professores parecem ser caminhos importantes.

 

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Violência em Pernambuco é maior e homicídios crescem mais que no Rio PDF Imprimir E-mail

29/09/2017

 

Com um média de 16 homicídios por dia, a violência no Estado de Pernambuco vem crescendo a um ritmo três vezes superior ao do Rio de Janeiro este ano. De janeiro e julho, o número de assassinatos no Estado, que desde 2014 vêm subindo ininterruptamente, avançou alarmantes 37,8% em relação ao mesmo período do ano passado. No Rio, o crescimento foi de 12,6%.

Segundo informações da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco e pelo Instituto de Segurança Público do Rio de Janeiro (ISP), foram 3.322 crimes intencionais letais (inclui homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, latrocínio e morte em confronto com policiais) de janeiro da julho em Pernambuco contra 3.911 no Rio.

Em termos relativos, a comparação entre os Estados mostra que a violência em Pernambuco é mais crítica - já que a população é 44% menor -, algo que foi reconhecido pelo próprio ministro da Justiça, Raul Jungman, em recente entrevista a uma rádio local. A Organização das Nações Unidas (ONU) considera como "aceitável" uma taxa de até 10 homicídios a cada 100 mil habitantes. No Brasil, o índice gira em torno de 29 mortes a cada 100 mil habitantes, um patamar de países que estão em guerra. No Rio, a taxa é de 40 e, em Pernambuco, de quase 57, considerando os últimos 12 meses.

Como resposta aos números, o governador Paulo Câmara (PSB) tem direcionado esforços para fortalecer o efetivo policial e já anunciou até a criação de um Batalhão de Operações Especiais (Bope), a exemplo do que existe no Rio. Em paralelo, o governo está aumentando o número de policiais em 4.300 homens - o efetivo total no momento conta com 25 mil homens das polícias militar e civil - e investindo R$ 290 milhões na renovação de toda a frota das polícias e compra de equipamentos.

Mas os resultados ainda não estão aparecendo. Em agosto, Pernambuco somou 413 assassinatos, o pior número para o mês nos últimos sete anos, embora tenha havido recuo em relação a julho. Mesmo faltando quatro meses para encerramento do ano, o numero de homicídios no Estado até agosto - 3.735 mortes - já superou o total registrado em todos os anos do período 2010 a 2014.

Os dados são um prato cheio para que a oposição ao governador, liderada pelo deputado Sílvio Costa Filho (PRB), solicitasse publicamente que Câmara pedisse ajuda da Força Nacional, subordinada ao Ministério da Justiça, assim como já fez o Rio.

Câmara, que considerou a solicitação dos adversários de cunho "eleitoral", não deu prosseguimento ao pedido. "Ninguém está escondendo que estamos com muitos desafios na segurança, não escondemos nada. Agora nós temos responsabilidade no tema com a população de Pernambuco, e não com para uma minoria de pessoas que só pensam em eleições", afirmou ao jornalistas, durante formatura de uma nova turma de policiais militares.

Para José Luís Ratton, professor do departamento de sociologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a solicitação da Força Nacional seria "equivocada e insensata", pois "militariza" uma situação que exige atuação estruturada e sistêmica. "Trezentos ou quatrocentos homens que não conhecem o Estado não resolverão um problema que não é apenas policial", afirmou Ratton.

A recente disparada dos homicídios em Pernambuco, Estado que historicamente apresenta índices de violência acima da média nacional, coincide com início da crise econômica e com o que Ratton chama de "desmonte" do programa Pacto pela Vida.

O programa, que era a vitrine da gestão do ex-governador e candidato a presidência Eduardo Campos (morto em 2014 em acidente aéreo) vinha sendo case de sucesso mundial ao reduzir os índices de assassinatos em Pernambuco, enquanto nos outros Estados do Nordeste os números continuavam a subir.

Segundo Ratton, de lá para cá, houve desmantelamento da capacidade de investigação de homicídios um desvio de foco para apreensão de drogas. "Houve uma perda da governança da segurança pública", afirma o sociólogo, que aponta ainda a ausência de um programa de prevenção à violência no Estado.

O governador de Pernambuco diz que o Pacto pela Vida é constante, com reuniões semanais e estabelecimentos de metas. Em uma declaração confusa sobre o assunto, afirmou que "o Pacto está certo, os resultados não estão favoráveis".

Em nota, a Secretaria de Defesa Social do Estado defende a criação de um fundo nacional para financiar a área, como ocorre na saúde e na educação, alegando que hoje os Estados custeiam praticamente sozinhos a mais onerosa das pastas.

O órgão diz ainda que "também se faz necessária e urgente a implantação de um plano nacional, capitaneado pela União, para integrar as ações de combate ao crime organizado, melhor proteger as fronteiras e criar mais vagas em presídios federais".

 

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Saúde mental de universitários preocupa professores PDF Imprimir E-mail

29/09/2017

 

Quando o jovem Mateus Miranda, 21 anos, ingressou no curso de medicina da Universidade de Pernambuco (UPE) se espantou com a realidade do novo universo. A rotina pesada, com aulas em tempo integral e muitas cobranças por bom desempenho, espantou o aluno, que ainda precisava lidar com um agravante: viver longe da família – que mora em Palmares, na Zona da Mata Sul pernambucana – para seguir a vida acadêmica.

Não demorou para que Mateus notasse os primeiros sintomas de esgotamento mental. “Chega um momento em que tudo o que o aluno faz da vida é relacionado à faculdade. Nós somos treinados a achar que essa rotina é normal e que temos que resistir, por mais que as demandas terminem nos sufocando”, conta. Em maio deste ano, o estudante sentiu que necessitava de ajuda e procurou o serviço de psiquiatria do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), vinculado à UPE. O primeiro atendimento confirmou o que o jovem já suspeitava: ansiedade. Como não seguiu à risca o tratamento, o quadro do jovem evoluiu para depressão.

Este caso não é exceção no meio universitário, principalmente entre alunos de medicina. O aumento da incidência de transtornos psiquiátricos nessa população vem preocupando especialistas em saúde mental. O cenário fez com que o psiquiatra Leonardo Machado, professor de psiquiatria e psicologia médica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), investigas se mais a fundo o problema. “Me chamou atenção o número de estudantes que me procuravam pedindo alguma ajuda em relação a problemas psicológicos, psiquiátricose de relacionamentos. Muitos vinculados ao próprio curso e outros às suas vidas pessoais”, conta.

Ao longo de 2016, o psiquiatra fez um levantamento com mais de 400 alunos de medicina. Além de responder questionários que avaliavam diferentes fatores, os jovens participaram de aulas baseadas na psicologia positiva. “O foco primordial da psicologia positiva é estimular emoções positivas, gratidão e qualidades para promover satisfação com a vida, no sentido existencial e na resiliência. O objetivo não é diminuir, primariamente, sintomas psiquiátricos ou emoções negativas. Isso pode vir como consequência. Dessa maneira, as técnicas podem ser uma ferramenta de prevenção em saúde mental”, pontua.

O retorno positivo levou o corpo docente a adotar a metodologia humanista nas turmas seguintes. "Não é infrequente que esses jovens acabem abdicando de uma vida normal. Queríamos oferecer algo que pudesse ajudar os estudantes a viver bem a vida. Há, pelo menos, quatro disciplinas na UFPE dedicadas a esses aspectos psicológicos da prática médica", ressaltao psiquiatra Amaury Cantilino, professor adjunto do Departamento de Neuropsiquiatria da universidade.

Outro passo no suporte ao bem estar mental dos jovens universitários foi a implementação, em janeiro passado, do Programa Galdino Loreto (Progad), projeto de extensão em andamento no Hospital das Clínicas (HC), da UFPE. O serviço oferece atendimento em psiquiatriae psicoterapia cognitiva para alunos de medicina. Outros alunos podem procurar apoio no Núcleo de Atenção à Saúde do Estudante (Nase).

Atualmente, Mateus tem acompanhamento psiquiátrico no Huoc e realiza psicoterapia particular. “Sempre pensamos que esses problemas só acontecem longe de nós, mas quando olhei ao meu redor vi que muitos estudantes estão passando pelas mesmas diculdades”, conta o jovem.

Para a psiquiatra Kátia Petribú, professora associada de psiquiatria da UPE, o que falta no meio acadêmico é recorrer a ações preventivas. “É preciso investir na prevenção primária antes que as pessoas adoeçam. Os alunos precisam aprender mecanismos psicoterapêuticos e conhecer os recursos disponíveis para melhorar a qualidade de vida”, defende. Na UPE, os alunos podem procurar apoio no Serviço de Orientaçã o Psicopedagógica.

 

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