Universidade Federal de Pernambuco - Agência de Notícias - Clipping
Corte na ciência: fuga de cérebros ameaça Brasil e soberania nacional PDF Imprimir E-mail

20/09/2017

 

Em março deste ano o governo anunciou corte de 44% no orçamento federal destinado à Ciência, Tecnologia e Inovação. A redução de investimentos em uma área tão importante para o desenvolvimento do país preocupa especialistas, que caracterizam a ação como irresponsável e desprovida de senso de futuro.

A medida compromete o incentivo à pesquisa e o funcionamento de centros e laboratórios. Em consequência, cientistas estão deixando o país em busca de condições de trabalho propícias, levando com eles importantes saberes para bem longe de nossos quintais.

O governo Temer deu indícios precoces que o incentivo à pesquisa, ciência e tecnologia (C&T) não estava na lista de prioridades do plano não eleito nas urnas. Logo quando tomou posse, em maio de 2016, o presidente anunciou a junção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações com o Ministério das Comunicações. A ação foi bastante criticada na época por resultar em menos atenção para ambos.

No mesmo contexto, a Pec do Teto dos gastos públicos aprovada, que congela por 20 anos investimentos, fragiliza ainda mais a situação, inviabilizando futuros projetos para a inovação nacional.

O diretor do Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro (Senge – RJ), Agamenon Oliveira, define como alarmante o contexto político e econômico atual. “É uma questão da crise do Estado nacional”, enfatiza. Para ele, uma série de medidas que caminham para o desmonte de nossa soberania estão sendo tomadas. Em pouco mais de um ano, o governo Temer já representa uma série de retrocessos. Pensando especificamente na C&T, o governo levou o país para mais de uma década no passado.

O orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações já estava em um patamar baixo antes do corte recente. O Projeto de Lei Orçamentária anunciado no fim de 2016 prometia para a área investimento de R$ 5,2 bilhões (praticamente metade do que foi investido em 2014). Em 2017 este número foi cortado em R$ 2,2 bilhões, ou seja, em 44% do orçamento previsto para o ano.

Foi no contexto dos cortes em C&T que a pesquisadora Suzana Herculano-Houzel optou por deixar o país. O desmonte da produção científica e tecnológica está levando muitos pesquisadores a, assim como ela, buscarem alternativas no exterior, com o intuito de garantir a continuidade de suas pesquisas. Suzana é mundialmente conhecida por seu trabalho de pesquisa em neurociência e há alguns meses, impossibilitada de dar continuidade à pesquisa no país, migrou da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para a Vanderblit University, nos Estados Unidos. O caso de Suzana ganhou repercussão e intensificou a discussão sobre o fenômeno chamado de Fuga de Cérebros, que se fortalece no atual cenário.

A saída de cientistas e pesquisadores do país representa uma enorme ameaça à produção nacional do conhecimento. Em entrevista à Fisenge a Presidente de Honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Naider, afirmou que conhecimento significa hoje desenvolvimento econômico e social. “Significa produção de riqueza, ou seja, lucro para as empresas, salário para os trabalhadores e impostos para o governo; significa garantir a qualidade de vida das pessoas”. Para Helena, a principal fonte de sustentação de uma economia está no desenvolvimento e aplicação do conhecimento científico e tecnológico. “O mundo vive hoje a economia do conhecimento”, completa.

De acordo com o ex-Ministro de C&T, Clélio Campolina, ciência e tecnologia são fundamentais para um projeto de desenvolvimento nacional. Para ele é necessário não apenas apoiar e incentivar a produção científica, mas também “fazer a ponte da produção científica com as políticas públicas e sistema produtivo”. Agamenon Oliveira aponta que a ciência está diretamente ligada com a própria tecnologia. Isso quer dizer que as tecnologias são, em grande parte, aplicações de conhecimento científico. “O próprio desenvolvimento da ciência fertiliza o desenvolvimento tecnológico”, explica.

Campolina acredita que a engenharia possui um papel central na construção de um projeto de desenvolvimento. De acordo com ele, “toda a base material depende do avanço da C&T, e a engenharia é a instância que operacionaliza concretamente todo esse avanço científico e tecnológico do ponto de vista produtivo”.

Agamenon aponta os trabalhos realizados pela Petrobrás e importantes centros de pesquisa, como, por exemplo, o Instituto Luiz Alberto Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da UFRJ. “Somos hoje liderança na área de petróleo e gás e isso é um reflexo de investimento em C&T”, afirma. Os trabalhos realizados pela Petrobrás e institutos de pesquisa se tornaram referências mundiais e são, segundo o engenheiro, fundamentais para o desenvolvimento na área. O ex-ministro Campolina enfatiza que o Brasil mostrou competência científica e tecnológica em relação ao petróleo, que deveria ser uma prioridade social.

De acordo com Helena, mesmo a geração de produtos primários exige, hoje, a participação intensa da ciência e da tecnologia. A professora cita como exemplo o crescimento da produção brasileira em alimentos, resultado do trabalho da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), juntamente com as faculdades de agronomia, zootecnia e veterinária. “Há trinta anos, importávamos alimentos; hoje, somos um dos maiores produtores e exportadores mundiais”, aponta. Ainda para a professora, o governo está cometendo o equívoco de considerar educação e ciência, tecnologia e inovação como despesas, e não como investimentos. Ao limitar bruscamente os investimentos em ciência, o governo joga o Brasil para o retrocesso econômico e social.

Desmonte das instituições de pesquisa

Desde que os cortes se intensificaram, a situação se alarma em universidades, laboratórios e centros de pesquisa espalhados pelo país. A crise na ciência pode ser percebida em nível nacional com redução do quadro de bolsas, liberação de recursos a conta gotas, sucateamento de laboratórios e até mesmo projetos já aprovados estão tendo seus orçamentos reduzidos.

De acordo com Paulo Lyra, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE), C&T não pode ter descontinuidade, pois isso “gera desmonte de equipe e impasses no planejamento, colocando em risco o estudo como um todo e representando enorme perdas para avanços científicos e tecnológicos do país”, aponta o professor. Rita Ferreira, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), também relata problemas com os cortes governamentais para a Educação Pública Superior na instituição.

O orçamento em queda do MCTIC ameaça o trabalho de importantes laboratórios que atuam nas mais diversas áreas. O Brasil possui hoje importantes centros de pesquisa, como o Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem, a Fundação Oswaldo Cruz de Recife, que vem realizando necessárias pesquisas sobre o Zika Vírus, o Centro de Pesquisa da Petrobrás (CENPES) e o Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (CEPEL), dentre tantos outros.

O programa Ciências Sem Fronteiras teve seu fim anunciado em março de 2017, após cinco anos de atividades. De acordo com o portal oficial do programa, foram mais de 73 mil bolsas de graduação e 9 mil de doutorado concedidas. Neste mesmo contexto, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) vive a maior crise de sua história. Desta forma, fica realmente complicado para o pesquisador fazer ciência no país.

Quem se beneficia com o desmonte da produção científica e tecnológica?

A existência de um sistema dinâmico e robusto de geração de ciência, tecnologia e inovação é, para Helena Naider, um traço que caracteriza os países desenvolvidos, juntamente com um sistema educacional eficiente e universal. A professora enfatiza que as atuais medidas distanciam o Brasil desses países, que investem cada vez mais em C&T. Ela afirma, ainda, que a brusca limitação de investimentos afeta a dignidade dos pesquisadores: “seremos impedidos de trabalhar com um mínimo de condições e com certeza olhados com comiseração e pena pelos cientistas de todo o mundo”.

Helena menciona o caso da China, que, diante de uma crise econômica, optou pelo incentivo à C&T, entendendo ser esta uma plataforma importante para alavancar a economia do país. De acordo com Agamenon, empresas chinesas estão bastante interessadas na compra de ativos brasileiros, especialmente nos setores de energia, transporte e agronegócio. “As empresas chinesas têm um interesse estratégico na região [norte/nordeste], buscando montar um enclave que ameaça a soberania nacional”.

A crise que o Brasil vive gera, por fim, oportunidade para outros países. O desmonte da produção científica e tecnológica compromete a autonomia nacional. Significa entregar nossos recursos ao capital estrangeiro para que façam por nós algo que temos condições de fazer. “O comportamento do mercado internacional é extremamente capitalista e quem sai perdendo é o consumidor, já que as empresas chegam visando lucro e implementando o que lhes for conveniente”, aponta Agamenon.

Campolina afirma que a situação é conturbada e que é difícil prever os acontecimentos. Para o ex-ministro, entretanto, é justamente na crise que temos que construir a busca de saídas e alternativas. “Conseguiremos resultado se mobilizarmos a sociedade. Não adianta uma reflexão acadêmica, teórica, de forma isolada. Ela tem que ganhar a sociedade e as ruas, em termos de mobilização, para que se viabilize”, enfatiza.

Neste contexto surge a campanha Conhecimento Sem Cortes, mobilizada por cientistas, estudantes, professores, pesquisadores e técnicos. Lançado em junho deste ano, o principal objetivo do movimento é denunciar o desmonte das instituições de pesquisa por consequência das reduções do orçamento e buscar o apoio da sociedade para reverter o cenário.

A campanha é uma realização da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (AdUFRJ), o Sindicato dos Institutos Federais do Rio de Janeiro (Sintifrj), a Associação dos Professores da Universidade Federal de Minas Gerais (Apubh) e a Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), em parceria com várias organizações, dentre elas a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Apesar das pistas e indícios, a ciência não é um campo certo em termos de resultado, não é possível prever o resultado de um estudo. Ciência só se faz com muita pesquisa e dedicação, e não se faz pesquisa sem financiamento. “Às vezes se estuda algo por vinte ou trinta anos e não se chega a resultado nenhum. O que é, por si, um grande resultado”, explica Agamenon.

Para chegar às respostas, é necessário focar nas perguntas. A qualidade dos investimentos vai determinar as descobertas. As perguntas precisam ser boas e estimuladas para que encontremos respostas precisas.

 

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Festival de Música Contemporânea Brasileira divulga os nomes dos homenageados para a próxima edição e abre período de inscrições PDF Imprimir E-mail

19/09/2017

 

Em sua quinta edição, festival acaba de anunciar os homenageados do próximo ano: Egberto Gismonti e Marisa Rezende

Marcado pelo pioneirismo, o Festival de Música Contemporânea Brasileira (FMC) chega à sua quinta edição e já tem data marcada: de 20 a 24 de março de 2018. Nesta semana também divulgou os nomes dos homenageados da nova edição: Egberto Gismonti e Marisa Rezende, dois nomes consagrados da música contemporânea atual. As inscrições para apresentação dos trabalhos já estão abertas e podem ser realizadas até o dia 15 de novembro.

O evento que é reconhecido como um dos principais festivais do país na música contemporânea brasileira será realizado mais uma vez em Campinas, com atividades na Unicamp, no Instituto CPFL e no Teatro Municipal “José de Castro Mendes”.

Ao todo, serão cinco dias consecutivos de atividades gratuitas, com programação diversa e aberta ao público. A programação completa do evento inclui mesas-redondas, recitais e concertos que mergulham sobre as obras dos homenageados, uma mostra musical no Centro Infantil Boldrini e apresentações de trabalhos acadêmicos com análises sobre suas peças e estilos, unindo a pesquisa à performance.

Os homenageados

Egberto Amin Gismonti nasceu no Rio de Janeiro em 1947 e começou seus estudos ao piano no Conservatório de Música da cidade de Nova Friburgo muito cedo. Com o tempo e de maneira autodidata, aprendeu a tocar instrumentos como a flauta, mas principalmente o violão, que o acompanha por toda a carreira. Interessou-se pela pesquisa da música popular e folclórica brasileira, chegando a passar uma temporada vivendo com os índios no Xingu.

Os anos 80 foram o período de maior produção e ritmo criativo, gravando diversos discos e ampliando suas experiências com a música indiana e a erudita, o jazz, além de aprofundar antigas parcerias e realizar novas. Gravou 15 discos entre 1977 e 1993 para o selo norueguês ECM, dez dos quais lançados no Brasil pela BMG em 1995. É um dos primeiros artistas brasileiros a tornar-se proprietário das matrizes de seus discos. Foi homenageado no Festival Villa-Lobos e Mimo Festival e, em 2010 recebeu o Prêmio Cuba Disco.

Recentemente sua obra passou a ser gravada maciçamente por outros instrumentistas. Algumas peças do disco "Alma", de 1987, tornaram-se hits, como "Palhaço" e "Loro". Além das atividades com gravação e espetáculos, faz inúmeras trilhas sonoras para teatro, cinema, balé e especiais de TV.

Nascida no Rio de Janeiro, Marisa Rezende é compositora e pianista, com mestrado e doutorado realizados na Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, e pós-doutorado na Universidade de Keele, Inglaterra. Entre 1976 e 1987, foi professora da UFPe e professora titular de Composição da EM/UFRJ até 2002, onde fundou o Grupo Música Nova. Marisa Rezende também trabalhou com artistas plásticos em instalações multimídia e recebeu em 1999 a Bolsa Vitae de Artes para compor o espetáculo “O (In)dizível”. Participou de festivais nacionais e internacionais, como a Bienal de Música Brasileira Contemporânea, no Rio de Janeiro; o Festival Música Nova, em São Paulo; o Sonidos de las Américas, em Nova York; o Festival Brasilianischer Musik, em Karlsruhe (Alemanha).

Entre 2011 e 2017 compôs “Olho d´água”, para conjunto de câmera, “Trama”, para violoncelo e orquestra de câmera, “Fragmentos”, para orquestra de câmera, e “Ciclo”, para quinteto misto, como encomendas para as XIX, XX, XXI, e XXII Bienais de Música Contemporânea Brasileira da Funarte. Em 2016, recebeu a medalha Villa-Lobos da Academia Brasileira de Música, como reconhecimento por sua obra.

Sobre o FMCB

O festival é um encontro internacional de estudiosos da música brasileira, que a cada edição homenageia dois compositores ainda em vida que se destacam no cenário musical do país. Consolidado na agenda cultural de Campinas, a proposta promove um maior reconhecimento a quem se dedica à produção musical, além de difundir as contribuições virtuosas de seus trabalhos.

O FMCB proporciona uma visão global da obra dos homenageados por meio de apresentações complementares de pesquisa e performances, além da oportunidade de contato estreito com estes compositores que participam das atividades do evento. Os homenageados também apresentam suas próprias obras e contam como elas foram feitas, num momento especial para o público que tem a oportunidade de conhecer detalhes dos bastidores das produções e revelações das inspirações dos artistas.

A interação entre compositores, músicos, pesquisadores do Brasil e de outros países, e público em geral, incentiva, por meio deste contato, tanto a produção de mais pesquisas acadêmicas na área quanto o desenvolvimento de apresentações artísticas pelo mundo sobre as obras destes artistas.

Para Ronaldo Miranda, homenageado da terceira edição, o Festival é hoje um evento de grande importância para a cultura do país. De acordo com ele, compositores contemporâneos têm, em geral, poucos meios de veiculação de suas obras, nem sempre possíveis nas temporadas tradicionais de concertos. “Tive a honra de ter sido homenageado em 2016, ao lado de meu colega Paulo Costa Lima. E o resultado foi maravilhoso. O festival apresentou os mais variados intérpretes executando uma parcela expressiva da minha produção instrumental e vocal, com obras solo e de câmera e duas peças sinfônicas de minha autoria, que foram executadas pela Orquestra de Campinas”, destacou.

Em Campinas, o Festival de Música Contemporânea Brasileira foi idealizado por Thais Nicolau e é realizado pelo Grupo Sintonize, por meio do ProAC ICMS, Governo do Estado de SP e Ministério da Educação. Com patrocínio de CPFL Energia, Ipanema Rolamentos, apoio do CNPq e da CAPES, tendo como parceiros a Secretaria de Cultura de Campinas, Instituto CPFL, Unicamp, Instituto de Artes, OSMC e CRCV&B.

Chamada para trabalhos: estão abertas as inscrições

O edital acabou de ser aberto e convida pesquisadores(as), docentes, discentes e profissionais em geral da área de música para submeterem propostas de trabalhos para o V FMCB – Festival de Música Contemporânea Brasileira. Os trabalhos deverão versar em torno da temática “Vida e obra de Egberto Gismonti e Marisa Rezende”.

Serão aceitas inscrições nas categorias de Comunicação Oral e Apresentação Artística. Cada proposta deve ser enviada separadamente, mesmo que a Comunicação Oral seja complementar à Apresentação Artística. Serão selecionados até oito trabalhos de cada modalidade e as apresentações deverão ter 20 minutos de duração. As propostas poderão ser submetidas individualmente ou por grupos. Cada autor(a) ou coautor(a) poderá submeter no máximo dois trabalhos para avaliação.

As submissões deverão ser enviadas exclusivamente por sistema de formulário eletrônico disponível na página www.fmcb.com.br/inscricao a partir do dia 15 de setembro de 2017 até o dia 15 de novembro, com formulário disponível em português, inglês e espanhol.
Serviço:
V Festival de Música Contemporânea Brasileira
Data: de 20 a 24 de março de 2018
Locais:
- Unicamp (Universidade Estadual de Campinas): Cidade Universitária Zeferino Vaz - Barão Geraldo -
Campinas
- Instituto CPFL: R. Jorge de Figueiredo Corrêa, 1632, bairro Chácara Primavera - Campinas
- Teatro Municipal “José de Castro Mendes”: Rua Conselheiro Gomide, 62, Vila Industrial -

 

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Circuito Musica Brasilis promove o concerto ‘O boi no telhado’, no Teatro Amazonas PDF Imprimir E-mail

20/09/2017

 

Há exatos 100 anos, o compositor francês Darius Milhaud chegava ao Brasil para uma missão diplomática. No tempo em que morou no Rio de Janeiro, ele travou contato com grandes nomes da cena musical da capital da República: Ernesto Nazareth, Marcelo Tupinambá, Chiquinha Gonzaga e muitos outros. Na volta para Paris, Darius levou na mala centenas de partituras e referências dos nossos ritmos populares, material que ele usou como base para a composição da suíte “O boi no telhado”, inspirada no tango homônimo que José Monteiro havia lançado no Carnaval de 1918.

Essa é a suíte que a Orquestra de Câmara do Amazonas (OCA) apresentará no Teatro Amazonas, no próximo dia 26, como parte do Circuito Musica Brasilis. Idealizadora e diretora do projeto, a cravista Rosana Lanzelotte explica que “O boi no telhado” é uma colagem de 24 peças de compositores brasileiros, como Nazareth, Chiquinha e Alberto Nepomuceno. Em Manaus, o concerto terá regência de Bruno Nascimento e participação do solista José Staneck (harmônica).

Em sua oitava edição, que passará por 11 cidades do País, o Musica Brasilis traz o tema “Cortejos & Colagens” e conta com concertos cênicos-musicais que promovem o resgate da música brasileira de outros tempos. “Essa ideia de criar o projeto surgiu da dificuldade que era encontrar partituras de música brasileira, de qualquer período, e até de música popular”, conta Rosana, que também é pesquisadora e doutora em Informática. “Temos uma carência generalizada no acesso a esse material, e as lojas de partituras estão fechando em todo o mundo. No caso do Brasil, o agravante é que 80% das partituras nunca foram editadas ou estão com edições esgotadas”.

Foi assim que surgiu o portal Musica Brasilis, um grande repositório da produção musical brasileira, que tem patrocínio do BNDES e, neste ano, a cooperação da Unesco. “É um trabalho que não acaba nunca, vamos progredindo a casa ano. Por isso, o legado do projeto transcende as apresentações musicais. Com essa oitava edição, serão 300 novas partituras que estarão no portal, além das 1.500 já disponíveis”, completa Rosana.

Participações

A diretora também destaca a parceria que o projeto tem com as orquestras locais – além da OCA, o Musica Brasilis convidou a Orquestra Sinfônica da UFPE e a Orquestra Sinfônica de Sergipe para a execução do repertório em suas respectivas cidades.

“Essa é uma preocupação nossa, a de envolver os corpos artísticos locais. Isso é importante por conta das trocas de conhecimento que acontecem entre os músicos e os solistas, revelando uma missão educativa para além da artística. Essa parceria também amplia o repertório dessas orquestras, que poderão se apropriar futuramente da nossa música”.

Quem terá um papel de destaque no concerto “O boi no telhado” é o solista José Staneck. Além de tocar harmônica, ele substituirá o ator Antonio Calloni na leitura de cartas escritas por Darius Milhaud depois de sua passagem pelo Brasil. “A ideia dos concertos é juntar textos, imagens e música para contextualizarmos melhor a época, sinal de que a música não representa só a sua expressão, mas um todo”, comenta o Staneck.

“Nessas cartas do Darius, ele fala da saudade do Brasil, conta o que viveu aqui, a maneira de tocar do brasileiro. É um material que já estava disponível, mas sempre que vamos pesquisar acabamos encontrando outros elementos que podem se juntar ao espetáculo. As cartas se renovam quando colocadas ao lado do repertório”.

Busca rápida

Sucesso em Paris: “Le Boeuf sur le toit” (O boi no telhado) estreou na Comédie des Champs Elysées, em 1920. O sucesso da peça inspirou a criação do restaurante homônimo em Paris, na Rue du Colisée, além da expressão “faire le boeuf”, usada pelos músicos quando se juntam para improvisar, ou “dar uma canja”.

Serviço

o quê: Circuito Musica Brasilia apresenta “O boi no telhado”, com a Orquestra de Câmara do Amazonas
onde: Teatro Amazonas, Largo São Sebastião, Centro
quando: Dia 26 de setembro, às 20h
quanto: Entrada gratuita

 

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Prontos para embarcar numa viagem espacial PDF Imprimir E-mail

22/09/2017

Destaque na 20ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, ocorrida em maio deste ano, a aluna no Colégio Damas, Joanna Guerra, de 17 anos, irá representar Pernambuco na XV Jornada Espacial, que acontece de 10 a 16 de dezembro, em São José dos Campos, no estado de São Paulo. O evento científico nacional reúne estudantes interessados por astronáutica, engenharia aeroespacial e astronomia para visitar museus, centros de pesquisas de referência e participar de palestras com profissionais das áreas. Colecionando três medalhas nas últimas Olimpíadas, Joanna é a única menina entre os outros selecionados. A lista inclui Kevin Tabosa, do Instituto Federal de Pernambuco, Victor Cortez, do Colégio de Aplicação (UFPE) e Guilherme Lins, do Grupo Genese de Ensino. A Jornada Espacial é realizada pela Agência Espacial Brasileira (AEB) e Sociedade Astronômica Brasileira (SAB).

A programação inclui visitas ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Memorial Aeroespacial Brasileiro (MAB), Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), e Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), além de palestras e oficinas com especialistas sobre foguetes, satélites, astronomia. “Fiquei realmente surpresa porque aqui em Pernambuco não temos muitas atividades voltadas aos temas da astronomia.

Sempre estudei com material extra que o professor me passava, fazendo pesquisas na internet, e agora vou ter a oportunidade de trocar informações com outros estudantes que têm o mesmo interesse”, conta Joanna, que estuda no terceiro ano do ensino médio e viu a curiosidade em descobrir constelações se transformar em uma futura carreira como pesquisadora da área.

“Quando viajava para a praia eu gostava de ficar olhando o céu, descobrindo coisas novas, e isso foi amadurecendo em mim até o momento em que considerei cursar engenharia aeroespacial no exterior. A oportunidade que vou ter em lançar foguetes, assistir palestras e participar das oficinas vai contribuir muito para minha formação”, acredita.

Segundo o professor de física do Colégio Damas, Nélio Ferreira, que vai acompanhar a estudante na Jornada, a participação em olimpíadas de conhecimento proporciona maior direcionamento profissional, sobretudo durante o Ensino Médio. “Ter a chance de se aprofundar em alguma área de conhecimento e se dedicar a determinadas disciplinas direciona o aluno para a graduação, dando oportunidade de se superar e, principalmente, fazer novas descobertas”, destaca.

 

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Saúde e comportamento: entenda as principais mudanças que acontecem na adolescência e puberdade das garotas PDF Imprimir E-mail

22/09/2017

adolescência e a puberdade são etapas do desenvolvimento das garotas entre a infância e a idade adulta que estão associadas, mas não são a mesma coisa, explica a médica ginecologista, obstetra e professora, Dra. Sylvia Maria Oliveira da Cunha Cavalcanti, que apoia o movimento nacional "A vida é feita de escolhas", que tem como objetivo levar informações de qualidade sobre educação sexual, prevenção da gravidez e planejamento familiar a mulheres e homens em todo o Brasil, principalmente adolescentes. Ela é membro do Comissão Nacional de Sexologia da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); Mestre em Saúde Materno Infantil; e Especialista em Ginecologia da criança e da adolescente pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Dra. Sylvia esclarece que podemos dividir, de forma didática, a adolescência em três fases: 1ª) dos 10-14 anos, quando ocorre a puberdade, as transformações psíquicas e físicas no organismo feminino, a produção dos hormônios sexuais e o despertar da sexualidade, um período que dura, aproximadamente de 2 a 3 anos até as mudanças físicas se completarem; 2ª) dos 14 aos 18 anos, na qual predominam as mudanças psíquicas, com as tensões geradas pela "rebeldia", além dos questionamentos, das dúvidas e inquietações típicas desta etapa; 3ª) começa, geralmente, a partir dos 18 anos na qual a adolescente tem que aprender a lidar com as responsabilidades, com a escolha de qual carreira seguir, encarar o mercado de trabalho, as opções sexuais e suas consequências etc.

"A fase da adolescência dura em torno de 10 anos e é marcada por transformações biopsicossociais. Quase tudo se modifica: o corpo, a parte emocional, o sistema nervoso e, inclusive, as relações com as pessoas com as quais a garota convive. A puberdade é um processo que faz parte da adolescência e diz respeito às mudanças biológicas", ressalta a médica.

Corpo feminino toma forma

Na puberdade ocorre o desenvolvimento físico do corpo, tornando a menina capacitada biologicamente para gerar filhos. O marco principal da puberdade para as mulheres é o início da menstruação. "O processo de crescimento e desenvolvimento ocorre em diversas áreas do organismo e as mudanças marcantes se relacionam à maturação sexual e aos aumentos de altura e de peso. Geralmente, a partir dos dez anos a menina cresce vários centímetros em pouco tempo, sua cintura se afina, os quadris se alargam, os seios começam a ganhar volume, surge uma leve pilosidade no púbis e nas axilas, ocorre o depósito de gordura em locais caracteristicamente femininos, entre outras alterações. Ou seja, o corpo feminino passa a exibir novas formas", informa a Dra. Sylvia.

A ginecologista alerta que são fases caracterizadas pela ansiedade, insegurança e necessidade de autoafirmação. "Começamos por mudanças que afetam a autoestima e a imagem corporal. Depois, vem o trauma da ruptura do "cordão umbilical psíquico". Este é o momento de maior dificuldade com as figuras de autoridade, como pais, professores, médicos, mentores religiosos, entre outros. A terceira fase caracteriza-se pelo temor com o futuro e as incertezas com o amanhã".

Como lidar com as mudanças?

Como ajudar a adolescente a lidar com essas mudanças, temores e desejos? "É fundamental ouvir com carinho e atenção, jamais demonstrar menosprezo por suas preocupações, mesmo que pareçam infantis, além de observar seu comportamento, suas amizades. O discurso moralista quase sempre deixa a adolescente contrariada e com atitudes agressivas. Por seu lado, o diálogo afetuoso é capaz de orientar, estimular mais segurança e promover a conscientização", finaliza Dra. Sylvia.

Toda garota deve receber orientações sobre as mudanças no corpo, o início da vida sexual e as doenças sexualmente transmissíveis, a prevenção da gravidez, a consulta ao ginecologista e a escolha de um método anticoncepcional, entre outros temas relevantes. Mais informações no site www.avidaefeitadeescolhas.com.br, no Facebook (@vidafeitadeescolhas) ou no Instagram (@avidaefeitadeescolhas_viva).


Sobre o Movimento A Vida é Feita de Escolhas

Consenso entre os principais estudos brasileiros e internacionais sobre o assunto, a orientação é sempre um caminho essencial para a prevenção da gravidez na adolescência, um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Por isso, o Movimento A Vida é Feita de Escolhas tem como objetivo realizar um trabalho de conscientização para estimular discussões, o engajamento e a mobilização. A ideia central é trabalhar para que a gravidez na adolescência seja fruto de uma escolha e não um "acidente". As informações sobre comportamento, saúde e educação sexual terão o respaldo de especialistas, como ginecologistas, sexólogos e educadores. O movimento conta com site (www.avidaefeitadeescolhas.com.br), uma página no Facebook (@vidafeitadeescolhas), perfil no Instagram (@avidaefeitadeescolhas_viva), material educativo distribuído em consultórios de ginecologia e palestras em escolas.

Sobre a EMS

Maior laboratório farmacêutico no Brasil, líder de mercado tanto em unidades comercializadas quanto em faturamento, pertencente ao Grupo NC. Com aproximadamente cinco mil colaboradores e mais de 50 anos de história, atua nos segmentos de prescrição médica, genéricos, medicamentos de marca, OTC e hospitalar, fabricando produtos para praticamente todas as áreas da Medicina. Tem presença no mercado norte-americano por meio da Brace Pharma, empresa com foco em inovação radical. A EMS também investe consistentemente em inovação incremental e é uma das acionistas da Bionovis, de medicamentos biotecnológicos - considerados o futuro da indústria farmacêutica. Com unidades produtivas em São Bernardo do Campo, em Jaguariúna e em Hortolândia (SP), onde funciona o complexo industrial, incluindo o Centro de Pesquisa & Desenvolvimento, um dos maiores e mais modernos da América Latina, e a unidade totalmente robotizada de embalagem de medicamentos sólidos, além de contar com a Novamed, localizada em Manaus (AM), uma das cinco maiores e mais modernas fábricas de medicamentos sólidos do mundo. A EMS exporta para mais de 40 países - www.ems.com.br.

 

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