Universidade Federal de Pernambuco - Agência de Notícias - Clipping
A fogueira da modernidade PDF Imprimir E-mail

23/06/2017

 

“Ah, o São João do Nordeste não é mais o mesmo, uma invasão da peste da tal música sertaneja, sertanejo universitário, que para mim não passa de sertanejo analfabeto, sertanejo mobral, isso sim”, blasfema Teotônio Rodrigues, de Campina Grande, Paraíba, em queixa aberta a este cronista de costumes. “É uma fuzarca qualquer, uma micareta, sei lá que nome dá a isso”.

De Caruaru, Pernambuco, concorrente de Campina na gincana megalô da maior festa junina do mundo, o primo Fernando Flávio Menezes tem barulho, quase um bacamarte verbal, semelhante: “De São João isso aqui só tem o nome. Pode chamar de tudo, menos falar em nome da velha festa da fogueira, isso aqui agora é micareta, carnaval fora de época, fuleragem escalafobética,
vaquejada ´universotária´, festival de Barretos...” Vou poupar o civilizado leitor dessa coluna do surto selvagem, lampirônico e antropológico, do parente do agreste.

E assim, entre amigos, familiares e artistas da região, o alarme crítico tem sido o mesmo nos últimos anos. Muito antes do dito sertanejo, a revolta se deu com o domínio do axé ou do forró eletrônico ao estilo “Aviões” e “Mastruz com Leite” etc, para citar as bandas mais antigas. E o debate não ficou restrito apenas às maiores festas. O Nordeste inteiro se divide entre a tradição do forró pé-de-serra, que tem em Gonzagão a sua matriz estética, e a modernidade comercial recente, com a música modinha a cada safra.

Com cachês milionários bancados com dinheiro público e o auxílio de marcas de cervejas, prevalecem as farras com os Wesleys Safadões de cada temporada. Vale a celebridade do momento. Este ano, o sururu é com a turma breganeja. Rendeu até cordel e a campanha Devolva Meu São João, liderada por sanfoneiros nordestinos que perderam espaço ao longo da história.

Peleja antiga

A peleja da festa tradicional e das modernices não é de hoje. O jornalista e crítico de música José Teles, do “JC” do Recife, lembra que ainda em 1991, a prefeitura de Caruaru bancou shows com Chitãozinho & Xororó, Beto Barbosa e Luiz Caldas. Aí já estavam o sertanejo – ainda sem diploma universitário, ufa! –, o então rei da lambada e o axé baiano. Quem desejar ter uma ideia da evolução deste embate é só buscar os textos de Teles nos arquivos do Google. Recomendo.

O modelo de Caruaru e Campina Grande foi imitado, de certa forma, por municípios mais pobres, o que compromete mais ainda os orçamentos. Há cidades grandes, como Arcoverde (PE), por exemplo, que conseguiram, na soma das últimas duas décadas, um destaque nas festas juninas por não caírem no conto da modinha. Haja coco de roda e forrobodó na latada.

Este humilde cronista, fã de Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Azulão, Assisão, Trio Nordestino Josildo Sá (pior que nem é nepotismo dos oito baixos!) e recomenda as rotas de fugas para sítios, distritos e pequenas cidades que estão redescobrindo o valor da fogueira mais flamejante. Alô meu Cariri, perdi o São João, mas estou chegando para apresentar Irene às brasas bonitas e finais do São Pedro. Não vejo a hora.

O dia que vi Gonzagão

Aproveito o xaxado e repriso aqui uma pequena lembrança que já publiquei em blog e livro, eita, em busca do pequi sentimental perdido, sempre vale:

Aí lá vem o negão todo jeitoso descendo as escadas rolantes das Casas Pernambucanas, as primeiras escadas rolantes que subi na minha vida, o negão todo paramentado, camisa mais psicodélica do que toda a estampa dos ácidos da Califórinia.

Minha mãe me cutuca e diz: “Luiz Gonzaga, meu filho”.

Ele escuta e replica:

“Respeite sua mãe, leia cartilha e livro e, se der tempo, escute minhas modas, caba do olho de bila”.

Parece que foi hoje.

Juazeiro do Norte, sul do Ceará, cidade vizinha do Exu, anos mil novecentos e setenta e nada. Fiquei com aquela ideia fixa balançando no trapézio da memória feito o doidim do emplasto de Machado de Assis.

Daí, depois, foram tantas loas. Sempre gostei das mais tristes. Talvez por causa da maior lição estética que recebi na vida. Não do mestre Ariano Suassuna, meu professor de tal disciplina por pouquíssimo tempo na UFPE, mas de dona Maria do Socorro, a santa que me mandou ao mundo:

– Meu filho, num escreve coisa tão alegre assim não. O mundo gosta é de chorar riachos, nem que sejam riachos que nunca passaram aqui por dentro – levava a mão ao lado esquerdo do peito, justamente ela cuja origem era o riacho do Navio, Floresta, Pernambuco.

Como esquecer tamanha lição de vida, seu Luiz? Nem o jumento, nosso irmão, é capaz de tamanha desfeita.

O jumento é uma ciência.

E soubeste, Gonzagão, que agora estão judiando deveras do bichinho? Será a inveja do pênis, seu Lua, da qual falava um gênio mais ou menos assim do teu porte, o velho Sigmund?

Uma cidade tange o jegue pra outra. O sertão que expulsa os cardãs só quer saber de moto, barulho e velocidade. Tem até um plano para levar os jumentinhos que carregaram Jesus Cristo para virar jabá na China de Mao Tse-Tung. Pense!

É, seu Luiz, o Nordeste melhorou muito com teu xará Lula, muitíssimo, tem até mais gente regressando do que na pisada da triste partida, mas continua injusto e descuidado. Até a seca resolveu chover no molhado e dar as caras de volta.

E chega de nove horas. Hoje é dia de festa. A família do meu avô paterno, que desceu lá do Exu para o Crato, agora mesmo faz o caminho de volta. Viva teu centenário, volte e meta a cuia no fundo do pote mais antigo, timbungo, timbungo, é hora de ouvir um dos maiores blues de todos os tempos, assum preto, olhos furados para cantar melhor, assim seja.

Falemos das músicas de amor. Aprecio. Karolina com K. É o maior fungado onomatopeico da história. Consegue bater o Gainsbourg e a Bardot na gemedeira do Je t´aime moi non plus.

A todo mundo eu dou psiu…

Olha pro céu meu amor, vê como ele está lindo.

Tu que andas pelo mundo, sabiá…

Xanduzinha, meu xodó, bela prosódia que lembra chamego no cabaré de Glorinha, no Crato. Reza a lenda que autobiográfica.

E Orélia, amigo Otto Maximiliano, que achas? É a fraca!

Agora a que eu mais amo, seu Luiz: ai se eu tivesse asa, ainda hoje eu via Ana…

Légua tirana. Faixa do tempo em que os homens faziam um estirão a pé e recebiam o maior presente da existência: os zolhinhos vesgos e marejados de uma mulher dizendo que havia sentido na vida.

 

Link da Matéria

 
Prisões por corrupção no país crescem 288% em 4 anos PDF Imprimir E-mail

25/06/17


SÃO PAULO. As milhões de pessoas que foram às ruas em junho de 2013 não pediram a aprovação da Lei 12.850, que regulou as delações premiadas. Mas a mudança legal – parte do pacote aprovado pelo Congresso em resposta aos protestos – abriu o caminho para que o número de prisões temporárias e preventivas e os flagrantes de suspeitos de desvio de verbas públicas no país fosse multiplicado por quatro de 2013 para 2016.
Números da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor), da Polícia Federal, mostram que, no ano passado, dez pessoas foram presas a cada semana por agentes federais em operações de combate ao desvio de verbas públicas. Em 2013, antes da aprovação da lei sobre colaboração premiada, esse número não chegava a três por semana (2,5 em média).
O jornal “O Estado de S. Paulo” analisou dados de 2.325 operações da PF no país de 1.º de janeiro de 2013 a 31 de março deste ano. As informações foram obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação.
“O marco disso é a lei de 2013”, afirmou a delegada Tânia Prado, presidente do Sindicato dos Delegados da PF. Para ela, a legislação que emparedou o mundo político dificilmente passaria hoje no Congresso. “Ela foi aprovada no contexto da pressão popular. Devem (congressistas) ter achado que era bom para prender traficante”, opina.

Em 2013, a PF fez 302 operações de combate a organizações criminosas – desde as envolvidas com crime comuns, como tráfico de drogas, até as especializadas em delitos financeiros. Em 2016, esse número aumentou 205%, chegando a 922.
Já no primeiro ano depois da lei, em 2014, o número de prisões concedidas pela Justiça e flagrantes nessas operações chegou a 2.798 e somou 4.122 em 2016 – aumento de 771% em comparação com as 473 registradas em 2013.
Para o procurador da República Rodrigo De Grandis, a lei foi “um divisor de águas no combate à corrupção”. “Não havia o procedimento de como se fazer a colaboração premiada e hoje ela é fundamental”, avalia. No caso das operações de combate ao desvio de verbas públicas, as prisões passaram de 135 (2013) para 524 (2016) – crescimento de 288%. De Grandis disse que, hoje, o combate à corrupção é uma prioridade na PF e no Ministério Público Federal (MPF).
Os números da PF mostram que não só as prisões de suspeitos de corrupção aumentaram, mas as de todos os demais tipos de organizações criminosas, como a de traficantes. Ou seja, a lei afetou as máfias de forma indistinta – a exceção foram os crimes financeiros. “É mais difícil obter uma prisão por crime financeiro. A materialidade do delito é mais complexa”, disse De Grandis. Para ele, “culturalmente”, a tendência é achar que o crime com sangue merece uma resposta mais severa da sociedade.
Para o criminalista Roberto Podval, há uma escalada de prisões preventivas no país nos últimos anos. “Mudou a cultura com relação à prisão no Judiciário. Saímos da impunidade absoluta para os crimes econômicos para a punibilidade absoluta, que está nesse momento. A tendência é que a gente chegue ao meio-termo. Se houve uma banalização da corrupção, houve também uma banalização das prisões provisórias”, avalia.
Tecnologia
Apoio. Por trás do aumento das operações e das prisões, especialistas apontaram ainda razões tecnológicas, como a criação de bancos de dados e laboratórios de combate à lavagem de dinheiro.

MINAS LIDERA

Operação Lava Jato lidera ranking das detenções no Brasil

SÃO PAULO. A Lava Jato é operação que mais prendeu no país desde 2013. O primeiro lugar nesse ranking foi garantido com 179 prisões – 72 preventivas, 101 temporárias e seis flagrantes. Os delitos financeiros investigados são os que mais mandaram suspeitos para cadeia (113 vezes), seguidos pelos desvios de verbas públicas (63) e pelos crimes fazendários (3).
“É comum isso acontecer em operações”, disse o procurador da República Rodrigo De Grandis. De 2013 a 31 de março deste ano, a PF registrou 1.426 prisões em 359 operações por desvios de verbas públicas – no geral, foram 11.197 prisões em 2.325 operações. Nas detenções por suspeita de corrupção, foram 869 prisões preventivas, 569 temporárias e 93 flagrantes.
Para o cientista político Marcus Melo, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o aumento das prisões por corrupção revela uma tendência não apenas brasileira. “É um fenômeno internacional”, disse, citando livro do pesquisador sueco Bo Rothstein.
A análise da distribuição das prisões por Estados mostra que Minas Gerais lidera as detenções por desvio de verbas (209 casos, seguido pelo Paraná – 176). Só as nove fases da operação Mar de Lama, sobre fraudes e corrupção em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, provocaram 30 prisões preventivas e 12 detenções temporárias, levando para a cadeia sete dos 21 vereadores.
O impacto da operação foi gigantesco. Administrada então pelo PT, a cidade elegeu para prefeito o candidato do PSDB, André Merlo, com 83% dos votos.


Valadares

Comando. A vereadora Rosemary Mafra (PCdoB) era suplente de um dos vereadores presos na Mar de Lama e obteve na Justiça o direito de tomar posse. “A Câmara ficou um tempo acéfala”, afirmou.

ALAGOAS

Nomes. Convocada a combater a prática da compra de votos nas eleições municipais passadas, em 2016, a Polícia Federal de Alagoas não mediu palavras ao batizar de ‘Canalhocracia’, ‘Safadocracia’ e ‘Viciocracia’ as operações deflagradas em três cidades, às vésperas da votação. Os três nomes fazem alusão a supostos sistemas de governo baseados na ilegalidade e se destacam pela originalidade e total ausência de sutileza, na lista das operações da PF.

ALVOS

Ritmo diferente nos processos
SÃO PAULO. O curto espaço de tempo entre operação policial, denúncia do Ministério Público e sentença judicial não é regra para todos os investigados da Lava Jato. Seja pela imprevisibilidade de colaborações premiadas ou pela prioridade dada a alvos estratégicos, dezenas de investigações com indícios de corrupção ficaram pelo caminho nos últimos três anos.
São casos em compasso de espera envolvendo empresas do porte de Queiroz Galvão, WTorre, Mossack Fonseca e banco FPB, que aguardam resultados de perícias em equipamentos, produção de provas, conclusão de inquéritos.
A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba reconhece a existência de “linhas de investigação em andamento”, mas argumenta que cada uma delas demanda “tempo e esforço” específicos.
Nos bastidores, procuradores e delegados federais reconhecem que milhares de documentos apreendidos em fases anteriores ainda não foram submetidos a perícia.
Para evitar prejuízo a futuras investigações, agentes copiam HDs e pendrives, para que sejam analisados em momento oportuno pela operação.

 

Link da Matéria

 
Empresas também têm que ser responsáveis por combater a corrupção, diz advogado PDF Imprimir E-mail

24/06/17

O advogado criminalista Eduardo Lemos, especialista em políticas anticorrupção e compliance – programa de integridade para evitar atos ilícitos dentro das organizações –, é o único nordestino selecionado para participar, na próxima semana, de um curso na Academia Internacional Anticorrupção, criada pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime. Ao Blog de Jamildo, o criminalista afirmou que a Operação Lava Jato mudou a maneira de fazer negócios e levou às empresas, principalmente do eixo Sul-Sudeste, mais preocupação com a prevenção de crimes e lavagem de dinheiro. “As empresas também têm que ser responsáveis por combater a corrupção”, disse. “Os tempos são outros”. Lemos é mestre pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e sócio do escritório Rigueira, Amorim, Caribé, Caúla & Leitão, que defende 90% dos citados na operação no Estado, incluindo construtoras, parlamentares e empresários.

Blog de Jamildo – A Operação Lava Jato revelou esquemas que levaram a certo descrédito em grandes empresas que contratam com o poder público. De que forma essa realidade pode mudar?

Eduardo Lemos – É preciso proatividade das empresas. É necessária uma mudança de cultura, na percepção de como fazer negócios, como contratar com o poder público com integridade e criar mecanismos empresariais de prevenção. As empresas também têm que ser responsáveis por combater a corrupção. Tentando ver um pouco o lado benéfico dessa questão da Lava Jato, é trazer justamente o fato de que a maneira de fazer negócios mudou. As empresas passaram a ter que criar mecanismos de prevenção e de combate à corrupção e à lavagem de dinheiro. Os tempos são outros.

Blog de Jamildo – Há uma forma geral de ação para que as empresas evitem práticas corruptas?

Eduardo Lemos – A perspectiva é da proatividade, de criar mecanismos como o programa de compliance e de tentar mudar a cultura delas para tentar evitar e repudiar todos os atos ilícitos. A fórmula mágica não vai existir.

Blog de Jamildo – Há algum case que o senhor possa citar?

Eduardo Lemos – O da Siemens, que passou por um grande escândalo de corrupção (foi descoberto que investigação entre 2001 e 2007 a empresa pagou US$ 1,4 bilhão em propina, em esquemas semelhantes aos que foram descobertos por operações como a Lava Jato no Brasil). Esse caso é um case muito grande porque depois eles desenvolveram mecanismos de compliance e hoje em dia você não lembra mais, apesar de ter sido uma das multas mais altas já aplicadas (US$ 1,6 bilhão, pagos nos Estados Unidos e na Alemanha). Através desse mecanismo de controle e do investimento na área anticorrupção, conseguiram superar essa crise e a partir dai virar o jogo. Tanto é que o chefe do programa de integridade (Klaus Moosmayer) é um dos palestrantes do curso.

Blog de Jamildo – Como é a realidade brasileira?

Eduardo Lemos – No Sul e no Sudeste as empresas já estão com essa preocupação muito forte. O que eu pude perceber é que lá está muito consolidado. Não estou dizendo que os programas são perfeitos, que os programas já são perfeitamente funcionais. O Nordeste ainda precisa dessa educação para o compliance, tomar conhecimento desses mecanismos de prevenção. O compliance entrou no Brasil com uma força muito maior com as multinacionais, mas é inegável dizer que a Operação Lava Jato em especial fez as empresas de grande porte no País trazerem essa preocupação para o cotidiano.

Blog de Jamildo – Como essa política pode ajudar as empresas na prática?

Eduardo Lemos – A Lei Anticorrupção trouxe sanções para empresas que são flagradas cometendo irregularidades, principalmente corrupção em processos licitatórios. Quando qualquer pessoa na empresa é flagrada, é gerado processo administrativo e civil, além de penal para os sócios. Há uma responsabilidade objetiva. Quando qualquer pessoa é flagrada, traz consequências para empresa, independente do nível hierárquico dela. Qual é o tamanho do prejuízo? Pode variar de 0,21 a 20% do faturamento bruto e, dependendo do porte, pode gerar até a falência da empresa. O que os programas de integridade têm a ver com isso é que tem uma previsão na lei de que haver a redução da pena às empresas que tiverem esse mecanismo. Elas vão ter a sanção diminuída significativamente.

Isso apenas do ponto de vista legal. Se a gente for entrar no âmbito dos danos de imagem, começa a falar de valores muito mais astronômicos. É verdadeiramente impossível de mensurar. Se as empresas estão preocupadas com os custos de um programa anticorrupção, deveriam se preocupar com o que um problema como esse poderiam gerar.

Blog de Jamildo – Como o senhor vê o futuro dos programas no Nordeste, uma área em que ainda não há tanta entrada dos programas de compliance?

Eduardo Lemos – É um processo que naturalmente vai acontecer. Talvez um ponto específico que esteja faltando aqui é a conscientização. Falta um processo de disseminação de informação, de dizer do que se trata, estabelecer custos e mostrar o beneficio na prática. Mas, de qualquer forma, eu acredito que é uma questão de tempo. Com o tempo, principalmente as empresas médias e grandes vão ter que se relacionar com as de fora e o efeito de um compliance é cascada. Na medida em que as empresas do Sul e do Sudeste começarem a consolidar os mecanismos, não vão querer se relacionar com quem não tenha se adaptado a essa nova realidade do empresariado do País.

 

Link da Matéria

 
Estudante de administração apresenta TCC sobre Cavaleiros do Zodíaco PDF Imprimir E-mail

23/06/2017

 

"Me dê seu líder, Pégaso'': foi este o título do trabalho de conclusão de curso - TCC - do estudante de administração Jonathan Julian, de 26 anos. Em seu último ano na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Caruaru, Pernambuco, Jonathan resolveu desenvolver sua monografia final a partir de um tema com o qual estava bastante familiarizado. O rapaz conta que é fã do anime ''Os Cavaleiros do Zodíaco'' desde que este estreou na televisão brasileira, em 1994.

''Eu assistia o anime desde pequeno. Então, quando entrei na faculdade, procurei professores que estivessem dispostos a orientar TCCs baseados em animes, mas quase sempre estes estavam relacionados apenas com a área de marketing'', contou Jonathan, em entrevista ao portal G1.

A monografia de Jonathan, se dispôs a analisar as personas - termo utilizado em marketing para designar os diferentes tipos de perfis de pessoas de acordo com seu comportamento - de Seiya de Pégaso, Hyoga de Cisne, Shiryu de Dragão, Shun de Andrômeda e Ikki de Fênix, para assim determinar os perfis de liderança de cada um dos cinco principais personagens do anime japonês.

Luiz Sebastião, o professor escolhido para orientar o TCC de Jonathan não conhecia o anime, mas deu total apoio a ideia e ajudou o aluno a desenvolver a monografia, cuja produção começou já no 6º período/semestre do curso de Administração.

O professor declarou que, em suas aulas, ainda no 4º período letivo, aconselhou os alunos a escolherem como tema para seus TCCs algo de que eles realmente gostassem, e que foi nesta ocasião, a primeira vez que Jonathan manifestou seu desejo de trabalhar com '' Os #Cavaleiros do Zodíaco''.

O professor contou ainda que ficou impressionado com o quanto Jonathan dominava o tema, e que somente o orientou a respeito de perfis de liderança; ficou a cargo de Jonathan relacioná-los com os diferentes personagens do anime.

Jonathan pode dizer que ''elevou o cosmo'' com seu trabalho final; o aluno recebeu nota 9,5 e muitos elogios de seus avaliadores.

''Os dois avaliadores do meu TCC disseram que a academia precisava desse tipo de renovação nas pesquisas, e que gostaram bastante da minha ideia'', disse Jonathan Julian.

O rapaz revelou que pretende seguir carreira acadêmica após sua graduação.

Sobre o anime

''Os Cavaleiros do Zodíaco'' (título original Saint Seiya) é um anime japonês adaptado do mangá de mesmo nome, ilustrado por Masami Kurumada. A história narra as aventuras de um grupo de guerreiros místicos, que lutavam vestindo armaduras sagradas baseadas nas constelações. Sua missão é defender a reencarnação da deusa grega Athena, em uma batalha contra outros deuses do Olimpo e outros personagens mitológicos que desejam dominar a Terra.

O anime estreou no Brasil no dia 1 de setembro de 1994, pela extinta Rede Manchete, e permaneceu na programação do canal até 1997. Em 2003, a série foi reprisada pelo canal de #TV paga Cartoon Network e em 2004, passou a ser exibida também pela Band. Em 2010, a Band exibiu a Saga de Hades, até então inédita no Brasil.

Em 2016, o anime passou a ser exibido pela Rede Brasil, como parte do programa Senpai TV. #2017

 

Link da Matéria

 
Doenças respiratórias e cardíacas requerem atenção especial no inverno PDF Imprimir E-mail

24/06/2017

Com a chegada do inverno, que teve início na última quarta-feira (21), algumas doenças requerem atenção especial. A mais comum delas é a infecção respiratória. Resfriados, rinite e bronquite costumam ser mais frequentes com as mudanças de temperatura e o tempo seco. Mas o estilo de vida mais sedentário e as alterações no organismo por conta da estação também aumentam os riscos de doenças do coração. A reportagem conversou com especialistas das duas áreas e destaca medidas que podem ajudar a prevenir doenças nessa época do ano.

O otorrinolaringologista Thiago Bezerra explica que a menor umidade e o resfriamento do ar deixam a mucosa nasal mais suscetível a infecções. A tendência de um maior confinamento em lugares fechados também aumentam a circulação de germes. “Daí vem aquela principal medida para evitar a difusão dessas infecções de vias aéreas superiores: lavar as mãos regularmente”, destacou o médico, que é membro da ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial) e professor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).

Ele destaca ainda outra medida simples, como o não compartilhamento de utensílios domésticos – como copos, pratos e talheres – quando um integrante da família estiver gripado. Para os quadros de rinossinusite, é fundamental lavar o nariz com soro fisiológico ou solução salina, que ajuda a desobstruir as vias e a diminuir a possibilidade de infecção. Ele aponta ainda que crianças costumam ser mais suscetíveis às doenças respiratórias, mas é preciso estar atento ao uso indiscriminado de antibióticos. “Se tiver dúvidas, busque uma avaliação médica”, alertou.

Coração

Os cuidados com o coração também são necessários nessa época de frio mais intenso em algumas partes do país. De acordo com o cardiologista Américo Tângari Júnior, a alimentação pesada, a maior probabilidade de abandono dos exercícios físicos e até mesmo uma gripe, favorecem as doenças do coração. “As mortes por enfarte do miocárdio aumentam 30% durante o inverno, segundo estudos feitos em todo o mundo há pelo menos 50 anos”, disse.


Em relação às infecções respiratórias, ele aponta que o risco de ataque cardíaco aumenta 17 vezes após doenças como pneumonia, gripe ou bronquite, segundo pesquisa da Universidade de Sydney, publicada no Internal Medicine Journal. Tângari Júnior destaca que, segundo o estudo, uma das hipóteses “para que a exposição a infartos seja maior após o registro de infecções respiratórias é a ocorrência de alterações no fluxo sanguíneo”.

Segundo o cardiologista, o frio também pode ser responsável pela contração dos vasos sanguíneos, de acordo com estudos realizados em hospitais paulistas. Isso ocorre porque os receptores nervosos da pele estimulam a liberação dos hormônios adrenalina e noradrenalina, que tem como consequência o estreitamento dos canais de circulação do sangue. “Embora não tão significativo, pode gerar rupturas de placas de gordura no interior das artérias coronárias, que irrigam o coração”, alerta.

No inverno, alimentos mais calóricos são consumidos como uma “necessidade para manter o corpo aquecido”. O médico destaca que o problema, no entanto, é que essa prática vem associada a um menor ritmo de exercícios físicos. “A pessoa deve manter no inverno a frequência, o volume e a intensidade da atividade física costumeira”, indica.

Além dos cuidados de prevenção e avaliação médica, especialmente de quem tem histórico familiar ou tem hipertensão, é importante manter uma alimentação saudável, evitando excesso de gordura e sal.

 

Link da Matéria

 
<< Início < Anterior 2671 2672 2673 2674 2675 2676 2677 2678 2679 2680 Próximo > Fim >>

JPAGE_CURRENT_OF_TOTAL