Cansados de ficar ilhados em época de chuva, estudantes criam sistema que detecta alagamentos por meio da tecnologia

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15/10/2022

Estudantes do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) criaram um sistema que, por meio da tecnologia, detecta alagamentos, monitora nível da água e envia dados pela internet. A ideia surgiu depois que alguns alunos se cansaram de ficar ilhados em casa em época de chuva (veja vídeo acima).

Uma das idealizadoras do projeto é Rebecca Lima, moradora do bairro da Várzea, na Zona Oeste do Recife. Quando o tempo fecha, a aluna do curso de engenharia da computação começa a se organizar para evitar ficar ilhada em casa.

Em maio deste ano, durante as chuvas que mataram mais de 130 pessoas em Pernambuco, Rebecca sentiu, de perto, os problemas causados pela infraestrutura precária do local onde vive. Foi nesse momento que, com os amigos, ela decidiu usar a tecnologia para tentar mudar a realidade onde mora.

“A ligação dessa região com outras, o acesso às grandes vias, fica complicado porque muitas vias de grande fluxo alagam, alagamentos sérios. Não foi todo o período, mas, em alguns dias, eu saí de casa, fiquei na casa do meu namorado, por medo de ficar ilhada. Nossa ideia foi fazer um sistema que detecta o nível do alagamento em pontos específicos que cada aplicação escolher”, afirmou Rebecca.

O protótipo é um sistema inteligente que mapeia os pontos de alagamento e informa, em tempo real, a altura que a água está alcançando na rua. Ele é feito de materiais como tubo de PVC, sensores de água e uma placa que envia os dados via rádio para a internet.

“A partir do momento em que a gente vende a nossa ideia para a prefeitura, é uma forma de mapear pontos específicos da cidade que estão com problemas de alagamento e as autoridades têm acesso, para saber pontos críticos, se está ocorrendo alagamento naquele ponto, naquele exato momento, e o nível desse alagamento”, declarou Rebecca.

Segundo a estudante Maria Luísa Santos, uma das participantes do projeto, a expectativa do grupo é de diminuir os transtornos causados à população em períodos de muita chuva.

“A gente espera que, com esse projeto, a gente possa ganhar mais visibilidade e que as autoridades ou empresas possam ver o que a gente fez, reconheçam a importância do nosso projeto e comprem a nossa ideia. Que a gente consiga levar isso adiante e que isso possa impactar no dia a dia das pessoas da nossa cidade”, disse Maria Luísa.

A professora Edna Barros, orientadora do projeto, disse que essa iniciativa é uma forma acessível de provocar grandes transformações. “Isso é importante, porque eles estão resolvendo um problema real e usando a tecnologia para melhorar a vida das pessoas no dia a dia”, afirmou.