Sexteto GraVIs quebra paradigmas do canto coral

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17/11/22

Com a premissa de trilhar um caminho diferente dos outros grupos vocais líricos, o Sexteto GraVIs, conjunto de artistas pernambucanos, estreia em curta temporada de quatro apresentações gratuitas, entre os meses de novembro e dezembro, em espaços públicos do Recife. A ideia é valorizar o repertório local a cada concerto-aula, através das seis vozes masculinas, variando o repertório do frevo e maracatu a músicas sacras, sem acompanhamento instrumental, ou seja, à capela. A primeira apresentação será nesta sexta-feira (18), no Conservatório Pernambucano de Música.

Das oito músicas pinçadas, quatro são composições inéditas e outras constam no acervo de Henrique Albino, Dierson Torres e Lúcia Helena Cysneiros, além de Capiba e Clóvis Pereira, O projeto foi aprovado pelo SIC - Sistema de Incentivo à Cultura / Fundação de Cultura Cidade do Recife / Secretaria de Cultura / Prefeitura da Cidade do Recife.

Eudes Naziazeno, Guilherme Jacobsen, Isaac Pedro, Marcelo Cabral de Mello, Osvaldo Pacheco e Rodrigo Lins, os integrantes do Sexteto GraVIs uniram seus talentos vocais como tenores e barítonos, naipes das vozes masculinas de um coral, ao lado criativo do diretor musical, maestro, arranjador e ensaiador Henrique Albino, que ajuda na condução das performances, além de ter criado duas das músicas do setlist e assinado seis dos oito arranjos mostrados em cena, com exceção das músicas de Lúcia e Dierson, que trazem arranjos originais dos próprios autores.

O formato das apresentações é semelhante ao de um concerto-aula, no qual os integrantes começam com uma introdução didática de 10 a 15 minutos, explicando quais estilos musicais farão parte do show. "A formação não é tão comum, então temos estes dois caminhos: fomentar obras e arrojá-las. É um concerto não-usual. Com o objetivo de formar plateias, fugindo da obviedade, aproximando o público da linguagem, para informar e fazer com que mais pessoas possam apreciar a música", afirma Eudes Naziazeno, idealizador do projeto com Albino. Ele destaca também a questão social, pois, além de serem gratuitas, as performances ocorrem para o público em locais como o COMPAZ Miguel Arraes, localizado na Avenida Caxangá.

Apesar de estar inserido no universo erudito, o GraVIs traz forte sotaque da cultura nordestina, pernambucana. Depois de se conhecerem no Departamento de Música na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), os artistas se reuniram e gravaram as primeiras músicas antes da pandemia, em 2019. Alguns integrantes já fizeram parte de outros grupos corais, regidos por Flávio Medeiros, a exemplo do Contracantos e Opus 2. "A formação de coral masculino é comum em outras culturas. Aqui é algo mais raro. Temos a influência dos aboios, com predominância maior dos homens cantando", pontua Guilherme Jacobsen, que assina a coordenação pedagógica do Sexteto.

Para ele, a recepção da plateia ao trabalho do GraVIs costuma ser positiva. "É um sentimento expresso de descoberta. Estamos em busca de dar um acesso gratuito e democrático à cultura", observa.

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