Rafael Fonteles é eleito governador no Piauí

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02/10/2022

O petista obteve 57,19% dos votos válidos ante 41,60% do candidato do União Brasil, o ex-prefeito de Teresina Sílvio Mendes, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Com a vitória de Rafael Fonteles, o Partido dos Trabalhadores mantém a hegemonia de 19 anos no poder.

homem de branco em comicio noturno
Rafael Fonteles (PT) durante campanha eleitoral no Piauí - Divulgação/PT

Filho de um dos fundadores do partido no estado, Fonteles teve como aliado o ex-governador Wellington Dias (PT), eleito em quatro mandados, e o ex-presidente Lula.

O desafio da campanha de Fonteles foi torná-lo conhecido no estado. Mesmo com a projeção nacional de ser o presidente do Comsefaz (Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos 27 Estados), por dois mandatos, Rafael era desconhecido no Piauí.

A campanha focou na rede social, o corpo a corpo na rua e o programa eleitoral na TV e Rádio. Outra missão da campanha foi atrelar Rafael a imagem do ex-presidente Lula.

Rafael Fonteles garantiu que na reta final da campanha cerca de 80% da população piauiense já tinha conhecimento que ele é o candidato do Lula.

O principal adversário político do petista foi o ex-prefeito de Teresina, Sílvio Mendes (União Brasil). O grupo oposicionista teve como aliado o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, líder do Centrão. A chapa de Sílvio tem como vice a ex-mulher de Ciro Nogueira, Iracema Portela (Progressista).

Rafael Fonteles nunca disputou cargo eletivo e tem experiência na iniciativa privada. É bacharel em matemática pela UFPI (Universidade Federal do Piauí), curso concluído aos 19 anos.

É mestre em Economia Matemática pelo Impa-RJ (Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada), concluído aos 21 anos. Foi premiado em olimpíadas internacionais de Química (2002), Física (2002) e Matemática (2004) na Holanda, Indonésia e Macedônia, respectivamente.

Atuou como professor de matemática do Instituto Dom Barreto, escola privada na capital. Foi secretário estadual da Fazenda do Piauí de janeiro de 2015 a 31 de março de 2022, e coordenador do PRO-Piauí, o maior programa de investimentos do governo estadual, movimentando mais de R$ 4 bilhões.

A candidatura de Rafael Fonteles uniu a ala governista com apoio do PCdoB, PV, MDB, PSD, Solidariedade, PSB, Pros e Agir.

Na campanha, apontou como prioridade a geração de emprego e renda, ampliação de escolas por tempo integral, combate as facções criminosas e melhorar a qualidade do serviço público.

Já o adversário Sílvio Mendes tentou não vincular sua candidatura à do presidente Jair Bolsonaro (PL), devido o estado ser reduto petista.

Um dos entraves com os petistas foi a ação judicial que impediu o candidato do União Brasil de usar a imagem do Lula no horário eleitoral na TV e Rádio.

Sílvio Mendes teve embates com o cantor Chico Buarque que proibiu o candidato de usar a música "Apesar de você" na campanha. Durante sabatina, ele proferiu fala com teor racista contra uma jornalista gerando polêmica.

Médico, Mendes apontou como prioridade a descentralização da saúde, garantiu dobrar o efetivo da polícia militar e melhorar a educação.

Natural de Campo Maior, ele cursou medicina na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e é especializado em ortopedia e traumatologia na Universidade de São Paulo.

Mendes é membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e foi médico do Hospital Getúlio Vargas, em Teresina, e do Ministério da Saúde.

Foi eleito e reeleito prefeito de Teresina (2004 a 2010) com mais de 70% dos votos. Deixou a gestão com 92% de aprovação.

É um político que representa a gestão tucana, mesmo filiado ao União Brasil. Ele foi secretário Municipal de Saúde de Teresina durante 12 anos, nas gestões de Wall Ferraz, Francisco Gerardo e Firmino Filho.

Silvio foi presidente da Associação Piauiense de Medicina e eleito presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde por dois mandatos.

No Piauí, disputaram nove candidaturas. Dois registros foram cassados, o da Gessy Lima (PSC) e Lourdes Melo (PCO) e houve a desistência da candidatura do coronel Diego Melo (PL). Foram mantidas as candidaturas de Madalena Nunes (PSOL, com 0,25%), Geraldo Carvalho (PSTU, com 0,07%), Ravenna Castro (PMN, com 0,06%) e Gustavo Henrique (Patriota, com 0,05%).

 

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