Estatística: carreira que não conhece a crise

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05/05/2017

 

De novembro do ano passado a janeiro deste ano, a população desempregada chegou a mais de 12 milhões de pessoas. Foi a maior taxa da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que teve início em janeiro de 2012. Mas um grupo de profissionais tem passado longe do sofrimento da crise. São os estatísticos.

Estatístico é o profissional que apresenta dados reveladores a partir da coleta e interpretação de dados. Ao observar o comportamento dos números, ele pode falar sobre os motivos do aumento no seguro do carro ou quanto representa a um candidato ter 34% de intenções de voto. Na era do conhecimento e da competitividade, o desafio deixou de ser simplesmente armazenar dados, mas sim, dar sentido a eles.

Por esse extenso leque, o profissional está em alta. Conheça alguns dados sobre a carreira:

1. É a melhor carreira de 2017 - O ranking anual do CareerCast.com, site norte-americano especializado em empregos, colocou o Estatístico no primeiro lugar da lista de melhores profissões nos Estados Unidos em 2017, com salário médio anual de US$ 80,110. Em 2016, ficou em segundo lugar. Para eleger as melhores e piores profissões, o levantamento toma como base cinco critérios: demandas físicas, ambiente de trabalho, renda, estresse e perspectivas de contratação. (http://www.cnbc.com/2017/04/26/these-are-the-10-best-jobs-of-2017.html)

2. Tem mais vagas de emprego do que profissionais formados - A procura por cursos de estatística é baixa. O Censo do INEP/MEC de 2014 apresentou queda de 448 formandos, em 2013, para 386 novos bacharéis em Estatística no Brasil.

3. Variadas possibilidades de atuação - Qual é a chance de você ganhar na Mega Sena? Sabe os motivos do aumento no seguro do seu carro? Quanto representa a um candidato ter 34% de intenções de voto? Fundamental para a compreensão da realidade, a estatística é ferramenta indispensável em todas as ciências, sejam elas exatas, humanas ou de saúde.

4. Segundo melhor salário: só perde para a medicina - Segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de 2013, entre 48 carreiras de nível superior, a estatística é a que apresenta a segunda melhor remuneração média no país: R$ 5.416 por mês. Só perde para os médicos, com ganho médio mensal de R$ 6.940.

5. Consultores chegam a cobrar R$ 400,00 por hora - Muitos estatísticos cobram suas consultorias por hora. Mas, quando a empresa decide ser competitiva, o valor pode ser ainda maior.

6. Profissão “Sexy” - Foi chamada assim pela Revista Harvard Business Review. Num mundo com abundância de dados, o desafio será conseguir interpretá-los. Pessoas que sabem transformar uma montanha de dados em informações relevantes passou a valer ouro. (link: https://hbr.org/2012/10/data-scientist-the-sexiest-job-of-the-21st-century)

7. Boas oportunidades para estudar - São mais de 30 instituições que oferecem o curso, a maioria delas, públicas. Em 2016, o site Top Universities divulgou ranking das 200 melhores instituições para estudar Estatística no mundo. Dentre elas, 5 são brasileiras: USP, Unicamp, UFMG, UFRJ e UFPE. (http://www.conre3.org.br/portal/instituicoes-de-ensino/)

8. As empresas costumam buscar os alunos nas faculdades – O mercado sofre com a falta de estatísticos. O CONRE-3 mantém uma página no Facebook que divulga vagas em estatística, a Oportunidade de Trabalho para Estatísticos. Em um ano, foram publicadas mais de mais de três mil vagas de emprego, mas apenas um a cada 6-8 vagas foi preenchida. Por existirem poucos formados, há mais vagas do que profissionais para trabalhar e, muitas vezes, as empresas procuram pelos estatísticos ainda nas faculdades.

9. Estagiários chegam a receber bolsa de R$ 2,500,00 – As empresas que mais contratam cientistas de dados são as fornecedoras de soluções de tecnologia (de big bata) e aquelas que trabalham intensivamente com dados como instituições financeiras, institutos de pesquisa, internet, e-commerce, bureaus de crédito.

Sobre a Estatística

O dia 29 de maio foi escolhido por ser o início das atividades, em 1936, do Instituto Nacional de Estatística. No ano seguinte, o Conselho Brasileiro de Geografia incorporou-se ao INE, formando o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Para exercer a profissão, é preciso ter registro nos Conselhos Regionais de Estatística.

Sobre o CONRE-3

O Conselho Regional de Estatística da 3ª Região (CONRE-3), com sede no município de São Paulo, abrange os estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Foi constituído pelo Conselho Federal de Estatística (CONFE), em 1968. O órgão, entre suas atribuições, é responsável por zelar pelos interesses da profissão, além de fiscalizar e zelar pela ética profissional.

 

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