Yes, temos coral na Baía de Guanabara

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06/06/2017

Esqueça por um instante a imagem de fundo arenoso e água poluída. A Baía de Guanabara é muito maior que esse recorte. Até corais são possíveis de serem vistos ali: são pelo menos nove espécies, todas já documentadas pela ciência, mas ignoradas pelo grande público.

Não há nenhum destaque quanto ao endemismo: são corais que ocorrem em quase toda a costa brasileira, como os octocorais Leptogorgia punicea e Carijoa riisei. O que é digno de nota é a resiliência da vida marinha que sobrevive num ambiente tão hostil: na Baía de Guanabara são jogados quase que 70% do esgoto sem tratamento de pelo menos 15 municípios do entorno. A meta de despoluição, que drenou 10 bilhões de reais em mais de 20 anos, continua caminhando a passos lentos

A vida que resiste apesar de tudo foi filmada pelo documentarista Ricardo Gomes para o filme “Baía Urbana”, que estreia no dia 07 de junho na Conferência dos Oceanos, na ONU.

“Eu fui a primeira pessoa que foi sem barco, sem submarino, batendo perna, filmei os corais da Baía de Guanabara, carregando 50 quilos de equipamento”, comemora Ricardo Gomes, que não esconde o entusiasmo pelas imagens que fecham seu filme. "Foi a primeira vez que esses corais foram filmados na Baía de Guanabara, e eles ilustram a parte de acidificação oceânica pela fragilidade dos recifes de coral".

Para o pesquisador Ralf Cordeiro, doutorando em biologia animal pela UFPE, se houvesse uma recuperação na área, a vida marinha iria explodir no local. “É interessante que essa fauna ainda persista na localidade, que é conhecida por ser bastante impactada. Isso dá uma certa esperança, pois mostra que é possível a recuperação da área, se tomadas as medidas ideais de conservação”, Ralf Cordeiro.

 

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