UFPE dá apoio
à comunidade
Professores
e alunos de Farmácia capacitam agentes comunitários
para o uso de plantas medicinais. As aulas vão desde as
melhores forma do cultivo da planta até a preparação
de chás e remédios
Juliana Holanda e Suzana Valença
Projeto de extensão da UFPE,
que capacita agentes comunitários para o uso correto de
plantas com fins medicinais, está obtendo ótimos
resultados nas comunidades do Córrego do Jenipapo e Engenho
do Meio. O trabalho é realizado pelo Departamento de Ciências
Farmacêuticas e foi idealizado a partir de uma demanda natural
dos próprios moradores das áreas, que buscavam,
junto à Universidade, informações sobre o
uso das plantas como alternativa aos medicamentos convencionais.
Criado no ano 2000 e batizado de
Programa Para o Uso Racional de Plantas Medicinais pela População
o projeto prevê, inicialmente, estudo e classificação
botânica, ação biológica, composição
química e uso terapêutico das plantas. Depois, os
universitários repassam às comunidades o conhecimento
adquirido. Segundo a coordenadora do projeto, professora Elba
Lúcia Cavalcanti, as informações são
transmitidas aos interessados a partir de palestras. Os participantes
do projeto recebem instruções de didática
para que possam ensinar com mais eficiência. "Fazemos
um trabalho dinâmico, porque nosso público é
muito variado", garante a coordenadora.
A contribuição da equipe
vai desde aulas sobre as melhores formas de cultivar e colher
as plantas medicinais até instruções sobre
como utilizá-las na preparação de chás
e remédios. Os instrutores buscam, também, alertar
a população sobre os perigos do mau uso das plantas.
"Um exemplo muito comum de má aplicação
de plantas medicinais é o uso do chá de erva cidreira.
As gestantes tomam o chá como calmante e ele pode ter efeito
abortivo. Outro erro veio com a popularização da
babosa. Se a babosa for tomada de maneira errada, pode provocar
hemorragia" afirma a coordenadora.
O Programa Para o Uso Racional de
Plantas Medicinais beneficia tanto as comunidades que recebem
a equipe quanto seus próprios integrantes. Flávio
Souza, estudante do curso de Farmácia, participou da última
turma do projeto e diz que o aprendizado não foi apenas
acadêmico. "Entrei no projeto para conhecer o uso das
plantas medicinais e achei bastante interessante poder repassar
o que eu aprendi para outras pessoas. Todos os alunos deviam passar
por essa experiência", afirma. Atualmente, o projeto
conta com a participação de oito alunos dos cursos
de Farmácia e Ciências Biológicas, mas matricula
interessados de qualquer área.
Atendimento com
resultado prático
O Centro de Educação
e Medicina Popular (Cempo), que funciona na comunidade do Córrego
do Jenipapo, no Recife, cultiva plantas medicinais para a produção
e comercialização de remédios. Foi a partir
da parceria com o centro que a UFPE levou professores e alunos
para capacitar a comunidade para um melhor aproveitamento das
plantas.
A equipe da Universidade ministrou palestras abertas a toda a
comunidade, na sede do Cempo e na igreja local. Até mesmo
o bairro vizinho recebeu a equipe da UFPE, que passou seu conhecimento
à comunidade em palestra na Escola Paraíso Educacional.
Para Ana Negromonte, uma das coordenadoras
e fundadoras do Cempo, a parceria com o projeto de capacitação
da UFPE beneficiou não apenas a comunidade, mas também
o próprio centro. "Foi uma troca de experiência
e uma divulgação do nosso trabalho através
da Universidade", afirma ela.
O centro funciona desde 1980 e sempre
atuou na área de educação para a saúde.
Desde então o Cempo conseguiu crescer e ampliar sua abrangência
de atuação. Atualmente, possui duas hortas e dois
pontos de vendas de remédios populares.
ATENDIMENTO - A equipe da
UFPE também prestou serviços à comunidade
da Cidade Universitária. Professores e alunos da sétima
série da Escola Diário de Pernambuco montaram uma
pequena horta de plantas medicinais. A iniciativa tinha como objetivo
fazer com que os estudantes aprendessem noções de
botânica de forma mais interessante. Para incrementar ainda
mais as aulas, os integrantes do projeto foram à escola
ministrar duas palestras sobre o uso correto dessas plantas. A
professora Elba Lins explica que os atendimentos à comunidade
são importantes para a melhor formação dos
universitários que integram o projeto. Por isso, ela e
sua equipe estão sempre procurando outras comunidades interessadas
na capacitação.
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