Ano VIII - Nº 109 - Fevereiro/2003










 

Jogadores de futebol têm baixo nível de escolaridade

Um estudo sobre o estresse psicológico dos atletas no futebol de campo constatou que 48,9% dos atletas entrevistados não estavam estudando, enquanto 72,4% não tinham o ensino fundamental completo. “ Além disso, muitos deles afirmam que os treinamentos, os jogos e as viagens são os principais responsáveis pela desistência do estudo”, revela o professor Nairton Azevedo, do Departamento de Educação Física da UFPE. Segundo ele, o estudo foi realizado com o intuito de mudar a mentalidade dos clubes de futebol em relação ao treinamento que devem oferecer a seus atletas.

Durante a pesquisa, realizada no Laboratório de Psicologia do Esporte do Departamento de Educação Física , foram avaliados 94 atletas com idades entre 15 e 21 anos dos três principais clubes da cidade do Recife. Cinqüenta e dois por cento dos que participaram da pesquisa têm renda familiar entre R$ 180,00 e R$ 720,00 e suas famílias variam de um a seis membros. Os garotos responderam um questionário elaborado em 1972 pelo alemão Freste e adaptado à realidade brasileira.

Na avaliação dos dados, o estudo mostra fatores que mais influenciam positiva e negativamente os jogadores. Conflitos com o treinador ou companheiros, dormir mal na noite que antecede o jogo e entrar no jogo machucado foram os mais citados como negativos. Entre os fatores que influenciam positivamente estão a cobrança de si mesmo para ganhar o jogo, o comportamento da torcida no jogo em casa e o time adversário ser o favorito. “Pode-se afirmar que os atletas de mais idade absorvem com maior facilidade os fatores e as condições que influenciam o desempenho do jogador durante a partida”, diz Nairton Azevedo.

Ele espera que sua pesquisa alerte os clubes sobre a necessidade de preparo psicológico dos jogadores, além do físico e do técnico, como forma de aproveitar as influências motivadoras e estabilizar o estresse dentro do campo de futebol.