Jogadores
de futebol têm baixo nível de escolaridade
Um estudo sobre o estresse psicológico dos atletas no futebol
de campo constatou que 48,9% dos atletas entrevistados não
estavam estudando, enquanto 72,4% não tinham o ensino fundamental
completo. “ Além disso, muitos deles afirmam que
os treinamentos, os jogos e as viagens são os principais
responsáveis pela desistência do estudo”, revela
o professor Nairton Azevedo, do Departamento de Educação
Física da UFPE. Segundo ele, o estudo foi realizado com
o intuito de mudar a mentalidade dos clubes de futebol em relação
ao treinamento que devem oferecer a seus atletas.
Durante a pesquisa, realizada no
Laboratório de Psicologia do Esporte do Departamento de
Educação Física , foram avaliados 94 atletas
com idades entre 15 e 21 anos dos três principais clubes
da cidade do Recife. Cinqüenta e dois por cento dos que participaram
da pesquisa têm renda familiar entre R$ 180,00 e R$ 720,00
e suas famílias variam de um a seis membros. Os garotos
responderam um questionário elaborado em 1972 pelo alemão
Freste e adaptado à realidade brasileira.
Na avaliação dos dados,
o estudo mostra fatores que mais influenciam positiva e negativamente
os jogadores. Conflitos com o treinador ou companheiros, dormir
mal na noite que antecede o jogo e entrar no jogo machucado foram
os mais citados como negativos. Entre os fatores que influenciam
positivamente estão a cobrança de si mesmo para
ganhar o jogo, o comportamento da torcida no jogo em casa e o
time adversário ser o favorito. “Pode-se afirmar
que os atletas de mais idade absorvem com maior facilidade os
fatores e as condições que influenciam o desempenho
do jogador durante a partida”, diz Nairton Azevedo.
Ele espera que sua pesquisa alerte
os clubes sobre a necessidade de preparo psicológico dos
jogadores, além do físico e do técnico, como
forma de aproveitar as influências motivadoras e estabilizar
o estresse dentro do campo de futebol.
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