UFPE investe nas
licenciaturas
Alunos dos cursos
de formação de professores são capacitados
com aulas práticas em escolas e instituições
de pesquisa, a partir do Programa de Iniciação à
Docência
Adriana Monteiro
A UFPE tem 16 cursos
de licenciatura responsáveis pela formação
dos profissionais que, no futuro próximo, estarão
dentro das salas de aula exercendo a profissão de professores.
Para complementar a formação dos alunos desses cursos,
a Universidade Federal de Pernambuco, por meio da Pró-Reitoria
para Assuntos Acadêmicos (Proacad), criou o programa de
Iniciação à Docência.
Os projetos do programa
de Iniciação à Docência são
responsáveis pela introdução de novas metodologias
de ensino desenvolvidas pelos alunos da Universidade, pela utilização
de materiais simples e reciclados e pela implementação
de trabalhos experimentais que sempre remetem a aspectos da vida
cotidiana dos estudantes. Tudo levado às salas de aula
de várias escolas públicas. “São 35
alunos bolsistas trabalhando para a integração ensino/pesquisa
e favorecendo a vinculação da Universidade com a
Rede Pública de Ensino”, diz a professora Yêda
Medeiros Bastos de Almeida, coordenadora de apoio acadêmico.
Dos 45 projetos apresentados por professores orientadores e seus
alunos, 23 foram selecionados.
ESCOLAS - Entre as
instituições escolhidas, estão a Escola Municipal
Novo Pina, no bairro do Pina, a Escola de 1º Grau Monsenhor
Fabrício, que fica no bairro de Peixinhos em Olinda, e
o Espaço Ciência, localizado dentro do parque Memorial
Arcoverde, em Olinda.
Os alunos têm
um período de dez meses, entre março e dezembro,
para desenvolver as atividades previstas nas escolas selecionadas.
O projeto Educação
Musical, Cultura Local e Cidadania, realizado pelo professor Carlos
Sandrone e pelos bolsistas Fabiano da Silva e Gabriela Apolônio
para aplicar os ensinamentos musicais, realizou, por exemplo,
oficinas práticas de musicalização e prezou
pela interação dos alunos com os movimentos culturais
e musicais populares das suas comunidades, com o intuito de fazer
os alunos compreenderem suas atitudes sociais como um ato de cidadania.
O projeto Oficina de Gravuras, da professora Rosa Vasconcelos,
junto com as bolsistas Ana Lúcia Gonçalves e Yêsa
Moura, que beneficia 15 crianças carentes com idades entre
13 e 19 anos, partiu da pesquisa de materiais e de artistas para
a observação dos elementos que formam a imagem,
como as cores e a composição, chegando aos sentimentos
despertados por essa observação.
O projeto Laboratório
de Química, desenvolvido pelo Departamento de Botânica
e coordenado pelo professor Severino do Monte Prazeres, tornou
a química mais atrativa para os alunos da 8ª série
e do 1º ano por meio de atividades práticas. Durante
as aulas, os alunos produziram loção hidratante
repelente de insetos, velas repelentes, um fitossanativo para
cortes e infecções, sabonete glicerinado a base
de plantas, entre outras atividades. “A intenção
é fazer a interação sala de aula/cotidiano,
facilitando o aprendizado e melhorando o ensino público”,
diz José Carlos Pavão, professor do Departamento
de Química da UFPE.
Espaço
Ciência revela talentos
Em 2002, mais de
40 mil pessoas estiveram no Espaço Ciência, uma das
instituições escolhidas para abrigar o programa
de Iniciação à Docência da UFPE. A
maioria eram crianças de escolas públicas e particulares
da Região Metropolitana do Recife e do Interior do Estado.
Algumas escolas de outros estados - da Bahia, do Rio Grande do
Norte, da Paraíba e de Alagoas - também visitaram
o espaço, que é o Museu de Ciência e Tecnologia
do Estado.
Os estudantes encontraram
a desenvoltura dos monitores, alunos do curso de biologia da UFPE
com seus shows de experiências atraentes ao público.
“O museu de ciência forma excelentes profissionais
do ensino médio que, posteriormente, são bastante
procurados pelo mercado de trabalho”, comenta José
Carlos Pavão, professor de Química da UFPE e responsável
pelo Espaço Ciência.
Várias atividades
são realizadas durante o ano. Na Páscoa de2002,
foi realizada a oficina de chocolate. Na semana do índio,
uma tribo foi convidada para mostrar suas danças, seu artesanato
e plantas medicinais. Um experimento na área do genoma
brasileiro demonstrava, por meio da montagem interativa de um
corpo humano, como o brasileiro tem origens indígenas,
africanas e européias ao mesmo tempo.
O manguezal que cobre
grande parte do Parque Memorial Arco Verde, onde se localiza o
Espaço Ciência, foi constantemente limpo e replantado
como forma de educação ambiental. Ednaldo Amaro
dos Santos Filho, monitor há um mês no Espaço
Ciência, acha seu estágio importante para sua formação
profissional. “Recebo 40 alunos diariamente, uma ótima
oportunidade para a formação do professor”,
finaliza Ednaldo Amaro.
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