UFPE - Universidade Federal de Pernambuco

II CIRCULAR

I ENCONTRO INTERNACIONAL “A ATUALIDADE DA QUESTÃO AGRÁRIA: BRASIL, COLÔMBIA E ARGENTINA” 14 A 18 DE MARÇO DE 2016  

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE, CAMPUS RECIFE

O Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Espaço Agrário e Campesinato (LEPEC) vinculado a Universidade Federal de Pernambuco e ao Programa de Pós- Graduação em Geografia (PPGEO) realizará o IEncontro Internacional: “A atualidade da questão agrária: Brasil, Colômbia e Argentina” que ocorrerá em Recife entre os dias 14 a 18 de março de 2016. Contaremos com a colaboração de investigadores da Universidad Nacional de Tucumán – UNT – da Argentina e Universidad Externado de Colômbia e representantes da Rede de Geografia Crítica Latino-Americana – GeoRaizAL. Colaboram com os debates da questão agrária brasileira, militantes e pesquisadores convidados do Serviço Pastoral do Migrante - SPM-NE, Comissão Pastoral da Terra - CPT-NE II, UFPE, IFPE, UPE, UFF, UFS, UFPR, UFPB, UEPB, UFAL, IFAL, UEPA, UFOB, UESPI, UFC e URCA.  O acúmulo de experiências do LEPEC neste formato diferenciado de evento e a promoção de intercâmbios entre professores e pós-graduandos na Argentina, desde 2012 e na Colômbia desde 2015 possibilitaram a realização deste Encontro. O evento tem como objetivos propiciar o confronto de idéias entre professores, estudantes e público em geral em torno da atualidade da questão agrária. Estreitar os vínculos entre os diversos grupos de pesquisa que participarão do evento. Divulgar as pesquisas realizadas pelos grupos de pesquisas, laboratórios e núcleos participantes. As atividades do evento consistirão em mesas redondas, conferência, cine-debate e reuniões de trabalho entre os grupos de pesquisa presentes de Brasil, Colômbia e Argentina.  

I. INSCRIÇÕES  As inscrições para o evento encerram dia 10/03/2016 e podem ser feitas através do site: www.ufpe.br/lepec. A confirmação da mesma só será efetuada mediante envio de comprovante de pagamento da inscrição para o email: Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo. . 

Estudantes de graduação R$ 15,00

Demais inscritos/as R$ 25,00

Informações bancárias:

Conta corrente: 30612-6 Ag.: 1839-2 Bruna M. S. Rapozo 

Estarão isentos de pagamento de inscrição representantes de movimentos sociais que participarão do evento representando suas organizações sociais.A inscrição será efetuada mediante envio de comprovação emitida pela entidade que o/a participante é ligado/a para o e-mail do evento. Tragam sua caneca, o evento não disponibilizará copos descartáveis.  

II. ALOJAMENTO  O evento disponibilizará alojamento solidário e para garantir vaga o/a inscrito/a precisará enviar um e-mail para organização do evento contendo as seguintes informações: nome completo, RG, CPF e cidade de origem. As vagas são limitadas, receberemos essas solicitações até o dia 10/03/2016.  

III. EMENTA DAS ATIVIDADES DO EVENTO  

●    Cine-debate: De qual América Latina estamos tratando?  

Vídeo 01 - Avance de documental Semillas – LasraícesdelNuevo Mundo, dirigido por Nicolas van Caloen e Juan Pablo Lepore é um curta-metragem de 2012, que parte de um projeto alternativo e coletivo de audiovisual, intitulado Documental Semillas e mostra alternativas e mobilizações contra o modelo de apropriação imposto pelo capitalismo. Nos cinco minutos de duração o curta traz um apanhado geral de alguns movimentos, coletivos e organizações que surgiram na América Latina em resposta às ações do grande capital, às desigualdades, injustiças e às crises que produz e além disso, a atuação destes sujeitos enquanto protagonistas de uma mudança em curso. Os Zapatistas no México, a FASINPAT (Fabrica SinPatron) na Argentina, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) no Brasil, os Mapuches no Chile são alguns dos exemplos que o vídeo nos aponta.  

Vídeo 02 - Colômbia: ConflictosTerritoriales y Lucha por latierraé um documentário de 2012  produzido pelo Cordinador Nacional Agrário e Corporacion para laeducacion, eldesarollo y lainvestigacion popular/ Instituto Nacional Sindical com apoio da Fundação Rosa Luxemburgo. Com duração de 22 minutos tem como principal foco o debate sobre a questão agrária e o território na Colômbia, visto, sentido e pensado pelos povos do campo, assim como os conflitos que emergiram a partir da apropriação do capital no país e um questionamento: Por que tanta terra em poucas mãos e muitas mãos sem terra? O documentário mostra a disputa entre os camponeses, povos indígenas e afrodescendentes contra o capitalismo agrário, o Estado, os militares e paramilitares que atuam na destruição da economia camponesa, com a imposição da mineração em grande escala, a implementação de megaprojetos de infraestrutura e agronegocios que modificam e destroem a forma de viver nos territórios destes povos, criando uma paisagem de deslocamento, destruição ambiental e desapropriação.

Vídeo 03 - O curta: Primavera pelo direito ao corpo e à vida das mulheres foi produzido pela SOF – Sempreviva Organização Feminista, lançado em 2015. Em cinco minutos fala sobre a realização da Marcha levantada por mulheres do Brasil, da Argentina e do Uruguai afirmando que são elas a partir das suas vivências, experiências, realidades e desejos que devem ter o poder de decidir sobre os seus corpos, suas sexualidades e suas vidas. Propõe uma reflexão sobre o conservadorismo, o avanço da direita, o modelo de desenvolvimento imposto pelo capital e a necessidade de mudanças de base, que mostrem alternativas para a vida das mulheres. Em marcha até que todas estejamos livres! • Apresentação de Pesquisas e Investigações sobre a permanência da Questão Agrária – Um momento de diálogo que reunirá pesquisadores/as e representantes de movimentos sociais que partilham da ideia que o desenvolvimento do capitalismo na América Latina tem reproduzido e aprimorado o latifúndio, mediante a expansão das formas tipicamente capitalistas de produção, não extinguindo diversas outras maneiras não diretamente rentistas de apropriação e produção da natureza. A inconciliável relação entre essas racionalidades distintas gera um contexto de conflitualidade nesses países tendo como um dos pontos centrais a propriedade concentrada da terra.  

• Conferência: Pensar, Saber e Ser a partir da América Latina: a importância do giro descolonial – O que se denomina de América Latina desde 1492 é parte fundamental da construção geopolítica do sistema mundo moderno/colonial. Este continente, referenciado desde fora, se constitui como territórios de espoliação dos seres humanos e da natureza para reprodução do capital a partir da colonialidade do poder, do saber e do ser. Contudo, diversos povos e intelectuais vêm consolidando outros poderes/fazeres/saberes/seres trilhando caminhos diferentes e múltiplos de outros mundos nos quais se privilegia a vida em detrimento da reprodução desmedida do capital. A importância do Giro Descolonial decorre destas questões que serão abordadas no debate que provocarão os participantes desta conferência.  

• Mesa Redonda 01: A Atualidade da Questão Agrária: Brasil, Colômbia e Argentina – Os processos históricos nos países latinoamericanos apresentam muitas semelhanças no que se refere às relações de exploração da natureza, do trabalho e à organização do espaço. Semelhanças resultantes dos processos históricos de colonização e que atualmente implicam na concentração e priva[tiza]ção da terra, na acumulação primitiva e na acumulação por espoliação. Estas relações que tratam a natureza e consequentemente a terra como recurso para a reprodução capitalista, se traduzem em diversos conflitos territoriais. Dentro dessa realidade, vários fatores devem ser analisados, desde as atividades econômicas exercidas no campo e as relações que elas implicam; até a reprodução do campesinato, de diversos modos de vida de povos originários e tradicionais, os conflitos a eles relacionados e a permanência da questão agrária. Nesse sentido, esta mesa tem o objetivo de apresentar e promover o debate em torno dessa temática, tratando especificamente do Brasil, Argentina e Colômbia.  

• Mesa Redonda 02: Grandes obras hídricas e comunidades tradicionais: conflitos e resistências –A reprodução e a crise estrutural do capital na conjuntura atual, se traduz na intervenção descontrolada do Estado para a concretização de megaprojetos de transportes, energia e logística e na criação de Tratados de Livre Comércio. Os megaprojetos aliados à lógica do desenvolvimento resultam em conflitos nos territórios dos povos tradicionais do campo que sofrem diretamente as conseqüências da instalação e construção dessas obras, a exemplo das barragens e usinas hidrelétricas e a transposição do São Francisco. Nesse sentido, o objetivo desta mesa é a exposição e a promoção do debate acerca desses conflitos e também das muitas resistências e lutas que se contrapõem a esse modelo de desenvolvimento.  

• Cine-debate:   

Vídeo 01 - Baixio preocupado – Curta-metragem dirigido pelo coletivo Nigéria de Fortaleza/CE que aborda a problemática dos conflitos territoriais ensejados no processo de construção de grandes obras hídricas. Com título emprestado de um cordel do poeta Raimundo Oliveira (Didi) da comunidade Baixio das Palmeiras, nos seu 15 minutos de duração intercala vozes dos/das moradores/as das comunidades do Distrito Baixio das Palmeiras com uma seleção de imagens sobre o cotidiano, paisagem e as sonoridades do lugar. O roteiro composto de pequenos relatos é uma denúncia da forma como o Estado vem construindo o Cinturão das Águas do Ceará (CAC), uma grande obra hídrica de continuidade da Transposição do Rio São Francisco.

• Vídeo 02 - SUAPE: caminho sinuoso – O documentário: “Suape - Um Caminho Sinuoso”, duração de 20’, dirigido por Gabi Ferrite e Rafaela D. Nicola, mostra o depoimento de várias "vítimas" do desenvolvimento desigual e destrutivo do capital. No vídeo são expostas e descritas as situações em que vivem os moradores das cerca das 27 comunidades da região que estão sendo expulsas e substituídas pela instalação do Complexo na localidade. Etna Produções Both Ends.

• Vídeo 03 – Mapeamento das comunidades rurais negras e quilombolas do Cariri – Concebido como uma das estratégias de divulgação de um projeto de pesquisa de mesmo nome, o curta visita algumas das 25 comunidades rurais negras e quilombolas mapeadas, explicitando em histórias de vidas e manifestações culturais a presença de negros e negras escravizados/as no processo de formação da região do Cariri Cearense.

• Intercâmbio entre Grupos de Pesquisa– Consiste na discussão entre os grupos, laboratórios e núcleos de investigações acadêmicas, destacando a trajetória e o acumulo realizado por cada um no tocante a realidade latinoamericana. Espera-se intercambiar as experiências realizadas na construção conjunta entre a Geografia e os sujeitos sociais nos diferentes territórios. Propomos como dinâmica a apresentação de projetos concluídos ou em desenvolvimento, como ocorre o retorno dos resultados para as comunidades, a construção da critica e a liberdade de pensamento frente aos órgãos financiadores. Por fim, este momento intenciona formar e fortalecer uma rede de investigadores com interação contínua e troca de informações sobre temas investigados.

 PROGRAMAÇÃO