Ano VIII - Nº 105 - Outubro/2002












 

Drummond é lembrado na UFPE

José Carlos Targino

Caso Carlos Drummond de Andrade estivesse vivo, faria esta semana cem anos. Sim, pois havia nascido na cidadezinha qualquer de Itabira, no montanhoso estado de Minas Gerais, a 31 de outubro de 1902. Autor de extensa obra poética e crônicas jornalísticas deliciosas, de forte sabor machadiano, Carlos Drummond é considerado quase unanimemente o maior poeta produzido pela modernidade brasileira e um dos maiores do mundo. João Cabral de Melo, o único poeta do País a, eventualmente, suscitar igual admiração, dizia, toda vez que o interpelavam sobre a importância da poesia do mineiro: “Decidi ser poeta quando li um poema de Drummond. Não tenho dúvida: ele é o nosso maior poeta.” A data está sendo comemorada, durante esta semana, por iniciativa da Área de Estudos Literários do Departamento de Letras da UFPE, que em sua III Semana de Estudos Literários, sob a coordenação do professor Aldo de Lima, desta vez se volta para o tema Poesia e Ensino da Leitura Literária.

O mineiro Fábio Lucas, um dos mais conceituados críticos literários do País e grande conhecedor da poesia de Carlos Drummond, está entre os conferencistas da semana. Outro mineiro, Rildo Cosson, da Universidade Federal de Minas Gerais, também participará do evento. Lourival Holanda, Sônia Ramalho, Sébastien Joachin e João Denys, todos da UFPE, e Marisa Lajolo, da Universidade de Campinas, abordarão diversos aspectos da obra drummondiana.

Doutor pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, onde defendeu tese sobre “Compreensão da Metáfora: um Estudo de Casos com Adolescentes de 13 a 15 Anos”, Aldo de Lima vem há três anos coordenando estas semanas, que em suas edições anteriores já homenagearam o historiador marxista Nelson Werneck Sodré e o crítico Antônio Candido.