Resumo

Antes de cineasta, o paraibano Linduarte Noronha de Oliveira nascido em Ferreiros, em 1930, foi repórter e crítico de cinema. “Aruanda”, realizado em 1960, foi o primeiro de uma série de filmes curtas-metragens que deu origem à chamada “escola da Paraíba”, onde se destacaram ainda A Cabra na Região Semi–árida, de Rucker Vieira e Os Homens do Caranguejo, de Ipojuca Pontes. Adaptando um texto jornalístico próprio, reportagem que escreveu sobre o quilombo e a realidade nordestina, construiu o projeto e roteiro desta sua obra (Aruanda), a mais renomada. Sendo assim considerado o fundador do moderno cinema documentário brasileiro.
“O período mais produtivo, fértil e criativo do documentário brasileiro foi, no entanto, aquele compreendido entre o final dos anos cinqüenta e o início dos anos sessenta. Ele se afirmou como um da renovação cinematográfica que iria resultar no gênero que queria participar da vida social do país e movimento do Cinema Novo. O primeiro sinal de mudança partiu do Nordeste, quando o então Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais financiou os curtas do paraibano Linduarte Noronha, Aruanda e Cajueiro Nordestino”, afirma Alexandre Figueiroa.

Filmografia:
Aruanda (1960)
Cajueiro Nordestino (1962)
O salário da Morte (1970)

Aruanda descreve a vida miserável de descendentes de escravos que haviam fundado um quilombo onde os homens plantavam algodão na terra seca e as mulheres faziam utensílios de barro num ciclo econômico de trocas que não conhecia o dinheiro. A pobreza da realização é a expressão da miséria que não é apenas um elemento da realidade representada, mas contamina a materialidade do filme. Essa constatação evoluiria mais tarde em direção à ideia, repercutida por Glauber Rocha no manifesto Estética da Fome, de que os defeitos dos filmes seriam uma expressão do subdesenvolvimento.

 

Fontes: Anúncios Google/ Alexandre Figueroa (Revista SymposiuM;Universidade Católica de Pernambuco; Ano 4 – Número Especial – julho, 2000)
 

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