Energia solar
beneficia comunidades rurais
Programa de utilização
de energia solar melhora qualidade de vida das comunidades dos
Sítios Bom Sucesso e do Monte Alegre, no sertão
de Pernambuco
Margot Dourado
O Núcleo de Apoio a Projetos
de Energias Renováveis (Naper) desenvolveu o Programa Água
do Sol, que consiste na utilização da energia solar
para bombear água com fins de microirrigação
em comunidades rurais do semi-árido. O projeto foi implantado
em Afogados da Ingazeira (Sítio Bom Sucesso) e Ingazeira
(Sítio Monte Alegre), cidades do sertão de Pernambuco.
O objetivo do Água do Sol
é melhorar a qualidade de vida dos agricultores do semi-árido,
que através do aumento da produção terão
acesso a uma melhor alimentação e também
a uma pequena renda obtida com o cultivo e a comercialização
de frutas.
O programa é composto por
quatro tecnologias diferentes: bombeamento solar de água,
reservatório do tipo placas, sistema de irrigação
localizada e cultivo de culturas apropriadas. Foi desenvolvido
para regiões que têm como características
escassez de água, má distribuição
da rede de energia elétrica e altos índices de insolação
(em torno de 3 mil horas por ano de brilho solar).
A primeira etapa do projeto consiste
em bombear a água de pequenos poços, denominados
cacimbões e amazonas, utilizando a energia solar que será
convertida em elétrica através de módulos
e placas fotovoltaicas. O sistema de bombeamento é formado
por uma moto-bomba (pode ser superficial, imersa ou flutuante),
acionada por motores de corrente contínua ou alternada.
A configuração do sistema de bombe-amento deve ser
montada de acordo com as condições hidráulicas
da fonte de água e da quantidade de energia elétrica
fornecida pelos módulos fotovoltaicos. Daí, então,
a água é armazenada em reservatórios construídos
com a tecnologia tipo placas e com capacidade de 5 mil a 4 mil
litros.
Posteriormente, a água armazenada
é usada na irrigação de pequenas áreas
(inferiores a um hectare), através do método xique-xique,
ou seja, a água é levada por microcanos ao pé
da planta, o que evita desperdícios e a evaporação.
Depois, escolhe-se as espécies mais apropriadas para serem
plantadas e os espaços que serão destinados à
agricultura de subsistência como, por exemplo, milho e feijão
e a comercializar frutas em geral.
O custo total de instalação
do Projeto Água do Sol é de R$ 5 mil. Tem o apoio
das ONGs Centro de Apoio a Projetos de Energias Renováveis
e Sociedade Civil de Caráter Público (Diaconia),
além do Programa Universidade Solidária. O projeto
está sendo submetido à seleção do
Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia
Social e já passou na primeira etapa, ficando entre os
128 melhores projetos sociais do Brasil.
Energia solar
é usada em outdoors
O Núcleo de Apoio a Projetos
de Energia Renováveis, em parceria com o Centro de Estudos
e Projetos de Energia Renováveis, desenvolveu um outdoor,
tipo frontlight, movido a energia solar.
Os objetivos principais da pesquisa
são viabilizar o funcionamento de painéis luminosos
durante a crise energética e tornar a tecnologia solar
mais conhecida e utilizada. O projeto faz parte do programa de
aplicação da energia solar fotovoltaica em áreas
urbanas e é coordenado pelo professor Heitor Scalambrini
Costa.
O sistema funciona a partir da conversão
da energia solar em elétrica, através da instalação
de módulos fotovoltaicos sob o outdoor. A radiação
solar, incidindo nesses equipamentos, gera eletricidade e esta
será armazenada em um conjunto de baterias. A energia produzida
durante o dia alimentará as lâmpadas e refletores
à noite, e assim o outdoor funcionará normalmente
no período noturno.
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