UFPE investe na
melhoria de biotérios
O local onde são
criados os camundongos utilizados como cobaias em pesquisas científicas
deve se adequar às rigorosas exigências impostas
por legislação própria
Bruna Cruz
Para manter o padrão qualitativo
das pesquisas desenvolvidas na UFPE nas áreas de Saúde
e Ciências Biológicas, a Pró-Reitoria para
Assuntos de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesq)
está melhorando as condições dos biotérios
da instituição. É nos biotérios onde
são criados os camundongos, animaizinhos minúsculos
que, reza a lenda, fazem até medo aos elefantes, e que
ajudam os cientistas a obter vários avanços nos
estudos de patologias humanas como o Mal de Parkinson, câncer
e doenças cardiovasculares.
Nas últimas décadas,
esses roedores são os animais mais utilizados pelos centros
de pesquisa na avaliação de novos medicamentos,
descrição do funcionamento do organismo e análise
da importância de constituintes alimentares por serem parecidos
fisiológica e geneticamente com os humanos. Daí
a necessidade de que as condições dos biotérios
atendam às regras estabelecidas pelos comitês de
ética e proteção aos animais para que os
estudos realizados possam ter credibilidade e serem validados
internacionalmente.
Um diagnóstico realizado recentemente
na UFPE pela coordenadora do Biotério Central da Universidade
de Buenos Aires, Adela Rosenkranz, detectou que, assim como em
outras universidades do Nordeste, os biotérios não
apresentam uma padronização na criação
e manutenção dos animais, o que pode trazer conseqüências
danosas para o resultado final dos estudos. Tomando como base
o diagnóstico e as discussões realizadas com os
pesquisadores da UFPE, a Propesq começou a se articular
com universidades e centros de pesquisa locais e regionais para
a formação da Rede Nordeste de Biotérios.
“Queremos formar uma rede que atenda ao desenvolvimento
de pesquisas na nossa região e contribua para o desenvolvimento
das pesquisas nas áreas biológicas e da saúde”,
explica a diretora de Pesquisa da Propesq, Helen Khoury.
Além de serem essenciais para
a qualidade de vida do homem e para o avanço da ciência,
os biotérios dão suporte às pesquisas de
caráter pedagógico, tanto em nível de graduação,
como de pós-graduação. A atividade experimental
com camundongos faz parte da rotina das aulas práticas
e constituem a base da compreensão dos temas desenvolvidos
nas aulas teóricas.
A publicação de trabalhos
científicos em revistas especializadas requer uma declaração
informando que os estudos foram realizados de acordo com os requisitos
das legislações publicadas por autoridades nacionais
e internacionais. As exigências relativas aos biotérios
variam desde o alojamento apropriado, alimentação
e condições ambientais adequadas de higiene, ventilação
e iluminação, à capacitação
dos profissionais envolvidos no manejo dos animais.
Universidade vai sediar encontro
regional sobre o tema em agosto
“Precisamos aprimorar nossas
condições de trabalho para que nossas pesquisas
se tornem mais competitivas”. As palavras da diretora de
Pesquisa da Propesq, Helen Khoury, traduzem o principal objetivo
do Encontro Regional para Formação da Rede Nordeste
de Biotérios, que acontece nos dias 5 e 6 de agosto, na
Reitoria da UFPE.
Durante o evento, pesquisadores das
Universidades Federal Rural de Pernambuco, Federal da Paraíba,
Federal do Rio Grande do Norte e do Centro de Pesquisas Aggeu
Magalhães/Fiocruz vão discutir com os pesquisadores
da UFPE a formação de grupos de trabalho para a
organização de uma rede de biotérios para
o Nordeste, composta de um biotério de criação
e de biotérios de experimentação. Durante
o evento, além da troca experiências, espera-se dar
inicio à elaboração de projetos para a captação
de recursos para a estruturação da rede de biotérios.
Palestras e mesas-redondas com temas
como biotério e ciência, política governamental
para a infra-estrutura na área de biotérios, formação
de recursos humanos, operacionalização, normatização
e avanços tecnológicos na área estão
programadas para acontecer durante o evento. Especialistas do
CNPq, Unicamp, USP e Fiocruz estarão participando das discussões.
Ao final, será apresentada uma proposta para a formação
da Rede Nordeste de Biotérios.
Encontro Regional para Formação
da Rede Nordeste de Biotérios
Informações: 3271.8148
Horário: 8h às 12 e 14h às 17h
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