Computação
gráfica para baratear instalação de antenas
MUm sistema capaz de aliar informações das áreas
de Engenharia Cartográfica, de Telecomunicações
e de Computação Gráfica com a função
de facilitar e reduzir a margem de erro na instalação
de antenas de telecomunicação. Essa é a proposta
do projeto Realidade Virtual Aplicada ao Rádio Enlace,
do mestrando em Ciências Geodésicas e Tecnologias
da Geoinformação João Rodrigues Tavares Júnior,
do Departamento de Engenharia Cartográfica da UFPE.
A idéia de criar o programa surgiu
da necessidade percebida por João Rodrigues da aplicação
desses conhecimentos na tecnologia de transmissão de ondas
de rádio, a mesma usada em aparelhos celulares. “Já
temos 29 milhões de usuários de telefonia móvel
que se deslocam ao mesmo tempo e precisam que a conversação
entre os aparelhos seja possível”, explica Rodrigues.
O programa funciona a partir da coleta de dados da área,
que levam em consideração a existência de
prédios, lagos e até da poluição no
local onde se pretende instalar a antena. A partir daí,
é feita uma simulação tridimensional do funcionamento
do equipamento no terreno, quando é indicado o melhor local
para a instalação da antena.
Segundo a professora Ana Lúcia Bezerra
Candeias, do Departamento de Engenharia Cartográfica, orientadora
do projeto – junto com engenheiro eletrônico Alejandro
Frery,do Centro de Informática – a avaliação
do local para instalação das antenas ainda é
feita intuitivamente, na forma da tentativa e erro: “É
estranho que uma tecnologia tão sofisticada quanto a do
celular precise utilizar recursos das Ciências Geodésicas
e Tecnologias da Geoinformação”, diz a professora.
“Com a cena tridimensional, é possível observar
automaticamente se não está havendo obstrução
do sinal e relocar as antenas”, afirma.
A dissertação deverá
ser defendida em dezembro, com a expectativa de o projeto estar
aperfeiçoado no início do próximo ano. Algumas
empresas de telecomunicações foram contatadas para
a obtenção de dados para o software e se mostraram
bastante interessadas nessa nova abordagem do problema. “Esse
sistema poderá ser aplicado em qualquer companhia telefônica
do mundo, desde que os dados de entrada sejam fornecidos corretamente”,
adianta o mestrando.
Mas o projeto não beneficiará
somente a telefonia móvel. Os usuários de Internet
via rádio, televisão via satélite ou mesmo
profissionais de engenharia civil e arquitetura serão influenciados
com a criação a reboque de uma série de produtos
e pesquisas na área. As próprias empresas de telecomunicação
poderão ser beneficiadas a partir da seleção
de melhores terrenos para a instalação das antenas
e da compra de equipamentos adaptados à área: “A
tecnologia atual é muito restrita e sem interação
com a população. A nossa vai fornecer maior interação
e facilidade de atualização dos dados”, estima
João Rodrigues.
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