Alunos de Direito
ajudam detentas
Juliana Holanda
Alunos do curso de Direito da UFPE
estão prestando assistência judiciária em
penitenciárias do Estado. O Serviço de Apoio Jurídico
Universitário (Saju) é promovido pelo Centro de
Ciências Jurídicas (CCJ) da Faculdade de Direito
do Recife, com o apoio da Superintendência do Sistema Penal
do Estado (Susipe).
O Saju trabalha para agilizar os processos
do sistema penitenciário em Pernambuco. Para se ter uma
idéia do sucesso da iniciativa, nos três primeiros
meses de atuação foram obtidos mais de 200 habeas
corpus. O programa funciona através de trabalho voluntário
e, segundo um dos coordenadores do serviço, Tiago Toscano,
a participação dos alunos só não é
maior porque os presídios não têm capacidade
para recebê-los.
O trabalho dos voluntários consiste
em analisar os prontuários e fichas dos presidiários.
A partir do material, é avaliado o tempo de pena que cada
preso já cumpriu e o cálculo da redução
da pena. Também se analisa o direito à liberdade
condicional e à mudança de regime, de aberto para
semi-aberto, por exemplo.
Os estudantes estão trabalhando numa
área bastante defasada. No Presídio Aníbal
Bruno, por exemplo, a média é de um advogado para
cada 500 clientes. Os números explicam o fato de presos
que têm direito à liberdade condicional continuarem
nas cadeias. Na Colônia Penal Feminina, antiga Penitenciária
do Bom Pastor, a diferença é um pouco menor: um
advogado para cada 70 pessoas.
“Existem poucos advogados nessas instituições
e eles não conseguem dar conta de tudo isso”, assegura
Tiago Toscano, que é aluno da Faculdade de Direito e está
no projeto há seis meses. Ele já atuou no Aníbal
Bruno e na Colônia Penal Feminina do Recife.
Um dos grandes benefícios do programa
é promover o contato entre os futuros advogados e o sistema
penitenciário. “Todo mundo acredita que o presídio
é um lugar assustador, mas lá, você encontra
gente boa, que está presa porque cometeu um deslize na
vida, ou porque não teve oportunidade”, analisa Tiago
Toscano.
Uma das dificuldades do programa é
o sistema de transportes. Antigamente o programa atendia seis
unidades prisionais. Hoje, presídios mais distantes, como
os de Itamaracá, não estão recebendo apoio
porque os alunos não têm como ir.
O Saju também atua em comunidades carentes
em conjunto com ONGs. Nesses locais, a assistência judiciária
é realizada através de debates, de acordo com o
método Paulo Freire.
Serviço:
Coordenação de Extensão - CCJ
Horário: 8h às 12h e 14h às 16h
Fone: 3423.5572 (Ana Maria Torres)
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