Aplicação
adere ao engajamento social
Adolescentes
do Colégio de Aplicação participam de programas
de repasse de informações sobre saúde sexual
e sexualidade para jovens beneficiários de trabalhos sociais
Anderson
Lima
Ninguém sabe
melhor como lidar com um adolescente do que outro adolescente.
Partindo dessa premissa, dois trabalhos desenvolvidos por alunos
e professores do Colégio de Aplicação da
UFPE estão sendo realizados com 60 estudantes dos 2o e
3o anos do ensino médio dos municípios de Glória
do Goitá, Itaenga, Pombos e Brejo da Madre de Deus (Fazenda
Nova).
Os Programas A Singularidade
dos Sentimentos da Adolescência e Aids: Conhecer para Combater
- uniram-se e viraram Sexualidade e Singularidade na Adolescência
-, que trabalha o emocional, o auto-reconhecimento e as questões
da saúde sexual e da sexualidade desses jovens.
As ações
estão concentradas no Campo da Sementeira, uma área
de 70 hectares localizada em Glória do Goitá, onde
está sendo desenvolvido o programa Aliança com o
Adolescente pelo Desenvolvimento Sustentável no Nordeste,
que ensina agricultura e pecuária de forma responsável
e auto-sustentável. Além da UFPE, a Aliança
conta com o apoio do Governo do Estado, das fundações
Odebrecht e Ayrton Senna, entre outros. Além de Pernambuco,
somente Santa Catarina dispõe de um trabalho semelhante
no País.
“Alguns adolescentes
precisavam de tratamento psicológico e era necessário
realizar um trabalho para que eles se reconhecessem como pessoa
para poderem entender seus sentimentos e compreender sua sexualidade”,
explica a professora Edite Alves Bezerra de Lima, pedagoga e técnica
em assuntos educacionais do Colégio e coordenadora do grupo
ACC-CAP.
“Eu me identifico
com o que é igual a mim”, explica a psicóloga
e professora substituta do Colégio de Aplicação
Luciana Fernandes de Barros, 29 anos, coordenadora do A Singularidade
dos Sentimentos, justificando a utilização dos adolescentes
para interagir com os jovens da localidade. “Quando o jovem
fala para outro tem outro significado”, explica a professora
Edite.
“Eles perguntam
se a gente passou pelo que eles estão passando”,
explica Jane Éricka Frazano, 16 anos, da Singularidade
na Adolescência. “Isso faz com que os adolescentes
reflitam e achem o seu caminho”, completa Ana Paula da Silva,
18 anos, de Pombos, aluna de Enfermagem, em Vitória.
O projeto Aids: Conhecer
para Combater (ACC - Cap) surgiu há cinco anos, a partir
de iniciativa de alunos da 8a série do Colégio de
Aplicação. O trabalho já beneficiou mais
de duas mil pessoas e conta com o prêmio nacional de Incentivo
à Prevenção de DST, Aids e ao Uso de Drogas
nas Escolas, concedido pela Unesco, em 2002. Já A Singularidade
na Adolescência em suas Múltiplas Linguagens deu
seus primeiros passos há dois anos com os esforços
de sete estudantes do 1º ano do Colégio, na época
com 15 a 17 anos. O trabalho foi fundamentado a partir de entrevistas
feitas com 650 jovens de escolas públicas e privadas do
Grande Recife.
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