Apoio à pesquisa garante reconhecimento do CNPq

Além da captação de recursos, a Universidade investiu na promoção de eventos e articulação de parcerias para garantir o crescimento das atividades de pesquisa no campus

Bruna Cruz

A pesquisa na UFPE conseguiu manter seu crescimento e se consolidar como referência nacional em várias áreas. No levantamento realizado anualmente pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Universidade apresentou 334 grupos de pesquisa, 51 a mais que no ano passado, resultado do apoio dado pela Pró-Reitoria de Pesquisa à estruturação desses grupos. “Nosso objetivo maior vem sendo buscar soluções para os problemas da sociedade através do desenvolvimento das atividades de pesquisa. Esta interação é fundamental para o desenvolvimento do País e, em particular, da nossa região”, comenta a diretora de Pesquisa da Propesq, Helen Khoury.

A UFPE também vem estimulando a formação de redes de pesquisa. Vários eventos foram promovidos ao longo de 2002 com esse objetivo, como o Encontro Regional sobre o Fundo Setorial Mineral, em março, para diagnosticar as atividades de pesquisa na área e articular parcerias entre universidades, governos e empresas.

A realização do II Encontro Regional sobre Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico no Setor de Energia Elétrica, em abril, e a participação na realização do mapeamento das competências por áreas temáticas nos estados de Pernambuco, Alagoas e Sergipe, renderam à UFPE a participação na Rede Nordeste de Energia e no levantamento realizado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).

Na área das Ciências da Saúde e Biológicas, a UFPE começou a se articular com universidades e centros de pesquisa locais e regionais para a formação da Rede Nordeste de Biotérios.

Para trocar experiências e elaborar projetos em conjunto para captação de recursos, a Universidade promoveu em agosto um Encontro Regional seguido de um curso com a coordenadora do Biotério Central da Universidade de Buenos Aires, Adela Rosenkranz.

Em julho, a UFPE foi uma das representantes de Pernambuco no Salão e Fórum de Inovação Tecnológica e Tecnologias Aplicadas nas Cadeias Produtivas. Na área de petróleo, a instituição participou da maior exposição, da América Latina, do setor, a Rio Oil & Gás Expo, no Rio de Janeiro, em setembro.

Recursos - Os recursos captados em 2001 junto ao Fundo Setorial de Infra-Estrutura do Ministério da Ciência e Tecnologia (CT-Infra) começaram a ser aplicados na reforma de laboratórios, a exemplo do de antibióticos, botânica e fisiologia, entre outros que ainda se encontram em processo de licitação. A ampliação da rede computacional do campus, com a instalação de calhas e pontos de rede em todos os centros acadêmicos, também recebeu recursos do CT-Infra. Outro beneficiado com recursos dos Fundos Setoriais, dessa vez do CT-Petro, foi o Laboratório de Combustíveis do Departamento de Engenharia Química. As novas instalações foram inauguradas em setembro, depois de receber R $ 1,65 milhão utilizado na reforma física e na aquisição de equipamentos.

Em 2003, a UFPE reforçar o apoio aos grupos de pesquisa e à captação de recursos junto aos novos Fundos Setoriais (saúde, transportes e biotecnologia), além de promover seu 2º Simpósio de Grupos de Pesquisa para divulgar os estudos desenvolvidos na universidade e discutir seus principais resultados, além de ampliar a integração entre os pesquisadores.

Produção sintonizada com demandas sociais
Grande parte das pesquisas desenvolvidas por professores e alunos da Universidade Federal de Pernambuco neste ano esteve comprometidas com a busca de soluções para problemas atuais da sociedade. Esta seleção retrospectiva foi feita sob o critério da aplicação prática dos estudos

Depressão em residentes
Estudo feito entre os médicos residentes do hospital da UFPE e UPE constatou que é alto o índice de depressão entre estes profissionais, quando comparado ao da população em geral. As principais fontes de tensão, identificadas entre os residentes afetadas pela depressão, foram o contato com os pacientes, a comunicação de notícias dolorosas como anúncio de morte ou de doenças graves, o convívio com pacientes em estado terminal e a sobrecarga de trabalho.

Laser contra grampo
A partir da análise da dinâmica caótica do laser, pesquisador prevê a sincronização dos raios para ser aplicado na área das telecomunicações. Segundo a pesquisa, o sinal telefônico comum, ao percorrer a fibra óptica, pode ser interceptado e captado por terceiros. Se este sinal for um feixe de raios caóticos (de movimento imprevisível, portanto) não poderá mais ser decifrado, tornando-se inútil a interceptação, o chamado grampo.

Frango mais lucrativo
Programa de computador desenvolvido na UFPE gera modelos que otimizam os lucros na produção de frangos de corte. O software, que indica a combinação mais lucrativa dos fatores de produção e o modo mais vantajoso de oferecer o produto no mercado, consiste em duas planilhas do programa Excel.

Erro no salva-vidas
Análise feita sobre as instruções gráficas de coletes salva-vidas de aeronaves verificou que havia vários erros de representação o que, em lugar de ajudarem, complicam os procedimentos de emergência. A pesquisa baseou-se em materiais de diversas empresas aéreas locais e internacionais.

Doença endêmica na mira
Pesquisa propõe novas formas de diagnosticar e controlar a Leishmaniose visceral, doença endêmica em Pernambuco. O estudo sugere que o diagnóstico laboratorial seja feito através de um teste sorológico que amplia para 100% o porcentual de acerto para casos humanos.

De frente ao risco
Levantamento inédito sobre a saúde dos frentistas dos postos de gasolina do Grande Recife constatou que esses profissionais apresentam comprometimento hepático e secura nos olhos. As enfermidades, segundo a pesquisa, são conseqüências da exposição à gasolina e ao álcool, produtos causadores de alterações orgânicas.

Cosméticos naturais
Com o uso de plantas medicinais facilmente encontradas nos quintais da maioria das casas, pesquisadores desenvolveram cosméticos para combater espinhas ou oleosidade no rosto. Em forma de gel, os produtos, que têm a goiaba vermelha, a romã e o caju como base, têm efeito no combate à infecção oportunista, hidratante, cicatrizante e periodontal e já receberam autorização para serem comercializados.

Combate à dengue
Por meio de convênio com o Instituto de Pesquisa Agropecuária, a UFPE desenvolveu estudos para a produção de larvicida capaz de eliminar as larvas do Aedes aegypti (mosquito da Dengue). O produto é à base de uma bactéria, o Bacillus thuringiensis israelensis , age especificamente sobre as larvas do mosquito e não causa danos nem ao homem, nem ao meio ambiente. Além disso, o produto poderá ser obtido relativamente a baixo custo.